Medicina e Saúde,  Posicionamento Oficial

Óleo de Coco: Mocinho ou Bandido? Posicionamento Oficial da ABRAN, da SBEM e da ABESO

Saiu hoje o posicionamento oficial da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) a respeito da prescrição de óleo de coco. Este posicionamento se junta ao que a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) já haviam realizado em 2016.

Veja na íntegra ambos posicionamentos:

Posicionamento da ABRAN sobre o óleo de coco:

Obtido a partir da polpa do coco fresco maduro (espécie Cocos nucifera L.), o óleo de coco é composto por ácidos graxos saturados (mais de 80%) e ácidos graxos insaturados (oléico e linoléico). Os ácidos graxos saturados caprílico, láurico e mirístico possuem entre 6 e 12 átomos de carbono e por isso são chamados de ácidos graxos de cadeia média. Os demais ácidos graxos saturados são capróico, cáprico, palmítico e esteárico. As gorduras láuricas, como o óleo de coco, são resistentes à oxidação não enzimática e, ao contrário de outros óleos e gorduras, apresentam temperatura de fusão baixa e bem definida. Em virtude de suas propriedades físicas e resistência à oxidação, o óleo de coco é muito empregado no preparo de gorduras especiais para confeitaria, sorvetes, margarinas e substitutos de manteiga de cacau [1, 2].

Considerando-se que o óleo de coco tem sido divulgado, especialmente na imprensa leiga, como integrante de uma dieta preventiva para doenças crônicas, como quadros neuro-degenerativos, obesidade e dislipidemia, bem como para outras funções tais como imunomodulação e tratamento antimicrobiano, a Associação Brasileira de Nutrologia considera que deve se posicionar sobre o assunto:

  1. Quando o óleo de coco é comparado a óleos vegetais menos ricos em ácido graxo saturado, recente revisão mostrou que ele aumenta o colesterol total (particularmente o LDL-colesterol) o que contribui para um maior risco cardiovascular [3].
  1. Tem sido reportado que o óleo de coco possui atividade antibacteriana, antifúngica, antiviral e imunomoduladora, porém tais estudos são predominantemente experimentais, notadamente in vitro, não havendo estudos clínicos demonstrando esse efeito. Assim, faltam ainda evidências suficientes para recomendar o óleo de coco como agente antimicrobiano ou imunomodulador [4].
  1. Até o momento, não existem estudos clínicos que tenham abordado o efeito de óleo de coco na função cerebral de indivíduos saudáveis ou portadores de alteração cognitiva [5]. Enfatiza-se também que não existem evidências clínicas de que o óleo de coco possa proteger ou atenuar doenças neuro-degenerativas, como a doença de Alzheimer [6].
  1. Um número muito pequeno de estudos, com resultados controversos, tem relatado os efeitos do óleo de coco sobre o peso corporal em seres humanos. Estudo observacional de populações de ilhas do Pacífico consumindo grandes quantidades de cocos revelou que os Tokelauanos, que consumiam quantidades mais elevadas de coco (63% de energia derivada do coco versus 34% na dieta de Pukapukan), eram mais pesados e tinham pregas de pele subescapulares maiores [7]. Em um ensaio controlado randomizado, 40 mulheres (20-40 anos) foram instruídas a consumir diariamente 30 mL de óleo de coco ou de soja (placebo) por 12 semanas. Os grupos também foram instruídos a caminhar por 50 minutos por dia e a seguir um padrão alimentar saudável, e ambos os grupos consumiram aproximadamente 10% menos calorias do que no início. Apenas o grupo de óleo de coco apresentou circunferência de cintura reduzida no final do estudo (redução de 1,4 cm) e uma tendência ao aumento de insulina circulante. Embora os autores tenham usado recordatório alimentar de 24 horas no início e no final do período de estudo, as quantidades exatas de óleo de coco consumido pelos indivíduos não foram precisadas [8]. Examinando pequena amostra (13 mulheres e 7 homens) com 24-51 anos e índice de massa corporal médio de 32,5 kg/m2, prévio estudo (sem grupo controle) mostrou que o consumo de óleo de coco virgem (30 mL/dia/4 semanas) foi associado a redução da circunferência da cintura (2,61 ± 2,17 cm) em indivíduos do sexo masculino [9]. Examinando o efeito na saciedade, pequeno estudo (n=18) mostrou que não existe efeito de uma refeição rica em ácidos graxos de óleo de coco sobre o apetite ou ingestão alimentar [10]. No geral, não existem evidências suficientes para concluir que o consumo de óleo de coco leva à redução de adiposidade.

Sendo assim, considerando-se inclusive a robusta associação entre consumo de ácidos graxos saturados e o risco de doenças cardiovasculares e a ausência de grandes estudos bem controlados relativos ao óleo de coco em humanos,

a ABRAN recomenda que:

  1. o óleo de coco não deve ser prescrito na prevenção ou no tratamento da obesidade;
  2. o óleo de coco não deve ser prescrito na prevenção ou no tratamento de doenças neuro-degenerativas;
  3. o óleo de coco não deve ser prescrito como nutriente antimicrobiano;
  4. o óleo de coco não deve ser prescrito como imunomodulador.

Associação Brasileira de Nutrologia

Referências: 

[1] Martins JSSantos JCO. Estudo comparativo das propriedades de óleo de coco obtido pelos processos industrial e artesanal. Blucher Chemistry Proceedings vol 3, 2015.[2] Marina AM, Che Man YB, Nazimah SAH, Amin I. Chemical Properties of Virgin Coconut Oil. J Am Oil Chem Soc 86:301–7, 2009.[3] Eyres L, Eyres MF, Chisholm A, Brown RC. Coconut oil consumption and cardiovascular risk factors in humans. Nutr Rev 74(4):267-80, 2016[4] DebMandal M, Mandal S. Coconut (Cocos nucifera L.: Arecaceae): in health

promotion and disease prevention. Asian Pac J Trop Med 4(3):241-7, 2011.

[5] Lockyer, S, Stanner S. Coconut oil–a nutty idea?. Nutrition Bulletin, 41(1), 42-54, 2016[6] Fernando WMADB, Martins IJ, Goozee KG, Brennan CS, Jayasena V, Martins RN. The role of dietary coconut for the prevention and treatment of Alzheimer’s disease: potential mechanisms of action. Br J Nutr, 114(1), 1-14, 2015.[7] Prior IA, Davidson F, Salmond CE, Czochanska Z. Cholesterol, coconuts, and diet on Polynesian atolls: a natural experiment: the Pukapuka and Tokelau island studies. Am J Clin Nutr, 34(8), 1552-61, 1981.[8] Assunção ML, Ferreira HS, Santos EAF, Cabral Jr R, Florêncio MMT. Effects of dietary coconut oil on the biochemical and anthropometric profiles of women presenting abdominal obesity. Lipids, 44:593–601, 2009[9] Liau KM, Lee YY, Chen CK, Rasool AHG. An open-label pilot study to assess the efficacy and safety of virgin coconut oil in reducing visceral adiposity. ISRN Pharmacology, doi:10.5402/2011/949686, 2011.[10] Poppitt SD, Strik CM, MacGibbon AKH, McArdle BH, Budgett SC, McGill AT. Fatty acid chain length, postprandial satiety and food intake in lean men. Physiol Behav, 101:161–7, 2010.

Posicionamento da SBEM e ABESO sobre o óleo de coco:

Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) sobre o uso do óleo de coco para perda de peso.

Considerando que muitos nutricionistas e médicos estão prescrevendo óleo de côco para pacientes que querem emagrecer, alegando sua eficácia para tal propósito;

Considerando que não há qualquer evidência nem mecanismo fisiológico de que o óleo de côco leve à perda de peso;

Considerando que o uso do óleo de côco pode ser deletério para os pacientes devido à sua elevada concentração de ácidos graxos saturados, como ácido láurico e mirístico;

A SBEM e a ABESO posicionam-se frontalmente contra a utilização terapêutica do óleo de coco com a finalidade de emagrecimento, considerando tal conduta não ter evidências científicas de eficácia e apresentar potenciais riscos para a saúde.

A SBEM e a ABESO também não recomendam o uso regular de óleo de coco como óleo de cozinha, devido ao seu alto teor de gorduras saturadas e pró-inflamatórias. O uso de óleos vegetais com maior teor de gorduras insaturadas (como soja, oliva, canola e linhaça) com moderação, é preferível para redução de risco cardiovascular.

Dr. Alexandre Hohl
Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Dra. Cintia Cercato
Presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica

E você, o que pensa dessa polêmica? Respeita as evidências científicas apresentadas? No que você acredita? Se você for comentar, ajudaria muito que você apresentasse sua formação e grau de conhecimento sobre o assunto, bem como as fontes consultadas.

Referências:

Posicionamento da ABRAN: http://abran.org.br/sem-categoria/posicionamento-oficial-da-associacao-brasileira-de-nutrologia-respeito-da-prescricao-de-oleo-de-coco/

Posicionamento da SBEM e ABESO: https://www.endocrino.org.br/polemica-do-oleo-de-coco/

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Rafael Reinehr é médico endocrinologista, anarquista, escritor, permacultor, ativista oikos-socio-ambiental e polímata ma non troppo.

Um comentário

  • rafaelreinehr

    23 Comentários Foram deletados inadvertidamente, mas consegui recuperá-los e os colei todos abaixo:

    23 thoughts on “Óleo de Coco: Mocinho ou Bandido? Posicionamento Oficial da ABRAN, da SBEM e da ABESO”
    Carlos Roberto Garcia
    Tudo muito bom. Obrigado.
    Carlos

    RESPONDER 31 DE MARÇO DE 2017 AT 22:04 10FRI, 31 MAR 2017 22:04:01 +000001.
    Luiz Carlos Bandeira
    Acredito que se houvessem mais segmentos propostos ao esclarecimento do uso ou não de produtos sem prescrição médica e sem sua comprovada eficiência aos relatos populares, certamente estaríamos livres de consumir placebos e ainda estaríamos dificultando a ação de comércios maldosos, usando o desconhecimento da população.

    RESPONDER 30 DE MARÇO DE 2017 AT 13:41 01THU, 30 MAR 2017 13:41:39 +000039.
    rafaelreinehr
    Tens toda razão, Luiz Carlos Bandeira. Em função disso, estou desenvolvendo um software cujo objetivo é justamente este: possibilitar que informações relevantes possam ser trazidas à tona, debatidas com transparência, o conhecimento lapidado, o grau de evidência das informações devidamente pesado e aquilo que é falacioso ou inverídico claramente desmascarado.

    Deveremos levar alguns meses de desenvolvimento para apresentar a versão inicial do software, mas ainda este ano ele estará disponível e poderemos, enquanto espécie humana, avançar nestas questões.

    RESPONDER 31 DE MARÇO DE 2017 AT 09:40 09FRI, 31 MAR 2017 09:40:29 +000029.
    Jackson Diogo Damasio Outeiro
    O aumento de colesterol ou LDL não é causa de ataque cardíaco. Somente o aumento de LDL de partículas pequenas ou seja o LDL fabricado pelo fígado a partir dos carboidratos industrializados ingeridos. Se a pessoa não come carboidratos industrializados não corre o risco de ter LDL de partículas pequenas, somente LDL de partículas grandes que não fazem mal. Como calcular se você tem LDL de partículas pequenas no organismo: TG/HDL > 3,5
    Se trigliceridios dividido por HDL for maior do que 3,5 você está fabricando LDL de partículas pequenas que entopem as artérias. Meu LDL era alto quando eu comia carboidratos industrializados Tomo 7 colheres de sopa por dia de óleo de côco e meu LDL é normal. Veja: desde que comecei a comer carne com gordura, óleo de côco a vontade como diminuiu o meu LDL
    Em 2015 o LDL era 148 e em 2016 o LDL já estava em 94 e tomando 7 colheres de sopa por dia de óleo de côco. Parei apenas de comer carboidratos industrializados em 2015 e essa foi a grande diferença.

    RESPONDER 30 DE MARÇO DE 2017 AT 10:04 10THU, 30 MAR 2017 10:04:53 +000053.
    rafaelreinehr
    Jackson, concordo contigo quando dizes que parar de comer carboidratos refinados fez toda a diferença! Parabéns pela conquista, tens razão! Apenas me permita discordar levemente de sua afirmação: Concordamos que o problema está na LDL pequena e densa. Ela sim é a grande vilã! Mas as moléculas de LDL não pequenas e densas também pode causar aterosclerose, só que de forma bem menos marcante. Então concordamos em tudo, apenas não podemos tirar totalmente a responsabilidade do LDL total da história. Outra coisa: é curioso ressaltar que, assim como em você o resultado foi este, os estudos científicos, ainda pequenos e insuficientes, mostraram uma tendência contrária: aumento do LDL e aumento de incidência de doença cardiovascular. Aí entramos no que realmente vale a pena ser discutido: a individualidade de cada caso, e a abrangência das mudanças de hábito de vida. No teu caso, fica claro que a retirada dos carboidratos refinados teve influência muito mais positiva do que o óleo de coco, cujo efeito ficou oculto pelo benefício da melhor alimentação em geral. Novamente, parabéns pela sábia escolha de comer alimentos mais integrais e “comida de verdade”.

    RESPONDER 31 DE MARÇO DE 2017 AT 09:55 09FRI, 31 MAR 2017 09:55:28 +000028.
    Jefferson
    Fiquei pasmo como nutricionista funcional. No parágrafo que fala a respeito do óleo de cozinha, o que deveria ser gordura de cozinha, condena o óleo de coco e incentiva os óleos vegetais, com maior teor de gorduras insaturadas… dali apenas o de soja é aceitável, embora seja o pior deles em resíduos de agrotóxicos… e poque não foi citado o óleo de arroz? Dentre todos é o mais aceitável para cozimento. E… como alguém citou os óleos de canola etc… são hidrogenados e transgênicos são muito mais pró-inflamatórios que a gordura saturada… absurdo citar óleo de linhaça para cozimento! Realmente falta muita informação de epidemio e estatística para as associações preocupadas com a saúde populacional.

    RESPONDER 29 DE MARÇO DE 2017 AT 16:42 04WED, 29 MAR 2017 16:42:29 +000029.
    rafaelreinehr
    Olá Jefferson, obrigado pelo comentário. Por favor compartilhe comigo os ensaios clínicos randomizados com desfechos duros (mortalidade por todas as causas, mortalidade cardiovascular, mortalidade por câncer) que você utilizou para avaliar os diferentes óleos. Será muito útil para adicionar à pesquisa que estou fazendo. Vamos tentar evitar, para reduzir a dramática confusão que está havendo, estudos com desfecho substituto, como medidas de substâncias pró-inflamatórias, dados de ponto de fumaça e outros “surrogate endpoints”. Todos eles são muito importantes na pesquisa básica e podem até guiar nossos passos. Mas o que tenho visto hoje em dia é que, por falta de conhecimento técnico-científico e falta de conhecimento em epidemiologia médica, estes desfechos menos importantes tem sido usados por charlatões e por pessoas mal informadas para guiar a prática e as orientações de saúde.

    Confesso que me senti um pouco desconfortável com o posicionamento da SBEM, que em tese representa a minha especialidade. Percebo que o Comunicado Oficial foi realizado de forma muito superficial e sem a devida atenção ou referenciamento científico. As críticas são muito saudáveis, pois assim, quem sabe, nos próximos posicionamentos, podemos ter um maior embasamento.

    Ficaria muito grato se tivesses esta disponibilidade para me ajudar a colher referências de boa qualidade para este trabalho de revisão científica. Posso me dispor a compartilhar o trabalho em processo em um documento público antes mesmo da publicação, para receber críticas e sugestões.

    Desde já grato pela ajuda.

    Vejo que você tem informações científicas confiáveis que faltaram à ABRAN, SBEM E ABESO. Pessoalmente, enquanto interessado no assunto pela minha própria saúde e de minha família, gostaria que pudesses me fornecer estes estudos para que eu pudesse avaliar e incluir um adendo ou correção às informações prestadas.
    Desde já grato por isto.

    RESPONDER 29 DE MARÇO DE 2017 AT 16:57 04WED, 29 MAR 2017 16:57:48 +000048.
    Jean Mendes
    Rafael, li com interesse os manifestos e como médico, sou adepto da medicina baseada em evidências… E como ainda carece de evidências fortes com N confiável, ainda vejo com desconfiança o óleo de Côco.
    Entretanto, quando se observa que várias indústrias alimentícias, sobretudo a Nestlé e outras produtoras de óleo à partir de cereais… Também vejo com desconfiança de que talvez falte a devida isenção dessas associações. Para ver os parceiros comerciais, basta ver o link no site da ABRAN

    RESPONDER 29 DE MARÇO DE 2017 AT 13:09 01WED, 29 MAR 2017 13:09:34 +000034.
    rafaelreinehr
    Não sou nutrólogo, então não sei das relações da ABRAN com a Indústria – mas imagino que é certo que há, assim como da SBEM com a Indústria Farmacêutica, no que diz respeito ao apoio à organização de eventos científicos, por exemplo. Os “Ns” do óleo de coco em humanos realmente são risíveis. Ensaios clínicos randomizados com 20 e 40 pessoas… E além disso, outras evidencias se baseiam em estudos transversais, observacionais. Isso me fez querer escrever sobre Avaliação de Estudos Científicos para Leigos. Irei escrever um artigo ao longo dos próximos 2 meses e publicarei por aqui, tentando transferir um pouco do nosso conhecimento de epidemiologia e bioestatística para que pessoas que nunca tiveram esta formação possam ao menos ficar com os olhos mais abertos às falácias que vemos por aí.

    Muito obrigado pelo seu comentário Jean, seja sempre muito-bem-vindo.

    RESPONDER 29 DE MARÇO DE 2017 AT 15:39 03WED, 29 MAR 2017 15:39:55 +000055.
    Alexandre
    Ora , é a soja , de deusa a vilã, depois o ovo , ocupou os dois extremos, é assim tantos outros, agora é a vez do coco, assim como hoje a gordura de porco já está sendo cogitada como saudável. E os carboidratos?
    O veneno mora na dose.

    RESPONDER 29 DE MARÇO DE 2017 AT 08:24 08WED, 29 MAR 2017 08:24:59 +000059.
    rafaelreinehr
    Tens razão, Alexandre. Para uma vida equilibrada, equilíbrio. É possível perder 7,5kg em 2 semanas com uma dieta cetogênica? Sim, é possível! O mais rápido é o melhor? Nem sempre! Muitas dietas promovem estados de desequilíbrio e até doença para promover os resultados que o humano, ah, pobre humano, almeja. De um lado da balança temos pessoas que buscam de fato o conhecimento para uma vida mais longeva e saudável. Do outro, temos pessoas que buscam performance até o último nível, não se importando com prejuízos à saúde derivados de seus experimentos com o próprio corpo. No meio destes, uma multidão que só quer ser feliz e receber informações adequadas. Onde estas se escondem? Quem é o dono da verdade? O caminho do meio parece ser, quase sempre, o melhor caminho.

    RESPONDER 29 DE MARÇO DE 2017 AT 15:30 03WED, 29 MAR 2017 15:30:28 +000028.
    Elizabeth
    Tenho interesse neste assunto pois como ginecologista sou frequentemente inquerida sobre os modismos, e fico muito preocupada sobre a forma como alguns nutricionistas, nutrologos ou ortomoleculares abusam sobre quantidade de exames desnessarios, habitualmente todos normais, para a prescriçao de formulaçoes de duvidoso embasamento cientifico. Gostaria de receber puicaçoes
    da Abran e Sbem. Obrigada Elizabeth Murta

    RESPONDER 29 DE MARÇO DE 2017 AT 00:29 12WED, 29 MAR 2017 00:29:15 +000015.
    rafaelreinehr
    Concordamos, Elisabeth. A solicitação racional de exames faz parte da arte e da ciência da Medicina.

    Para assinar o conteúdo da ABRAN e da SBEM é necessário que você vá até as respectivas páginas e assine o boletim delas, ok?

    Sou apenas um endocrinologista publicando, entre outras coisas, um assunto de interesse público.

    RESPONDER 29 DE MARÇO DE 2017 AT 02:35 02WED, 29 MAR 2017 02:35:30 +000030.
    Mateus
    Um absurdo uma publicação dessa, em pleno 2017 e médicos ainda tem medo de triglicérides de cadeia média .. Um absurdo e um desserviço a população… Indicam o que? óleo de soja refinado? óleo de canola hidrogenado?
    Uma vergonha essa ABRAN… Perdi totalmente a vontade de tirar o título

    RESPONDER 28 DE MARÇO DE 2017 AT 14:15 02TUE, 28 MAR 2017 14:15:44 +000044.
    rafaelreinehr
    Olá Mateus, obrigado pelo comentário. Vejo que você tem informações científicas confiáveis que faltaram à ABRAN, SBEM E ABESO. Pessoalmente, enquanto interessado no assunto pela minha própria saúde e de minha família, gostaria que pudesses me fornecer estes estudos para que eu pudesse avaliar e incluir um adendo ou correção às informações prestadas.
    Desde já grato por isto.

    Quanto aos triglicerídeos de cadeia média, eles são benéficos de múltiplas formas na medicina e para a saúde humana. No tratamento tópico de feridas em pé diabético são maravilhosos! Seu uso em relação à doença cardiovascular que precisa ser melhor contemporizado.

    Sobre o que usar, no lugar do óleo de coco, terei uma resposta daqui a algumas semanas, pois estou fazendo uma revisao sobre o assunto neste exato momento. Toda referência que quiseres me informar seria muito útil.

    Um abraço.

    RESPONDER 28 DE MARÇO DE 2017 AT 18:56 06TUE, 28 MAR 2017 18:56:07 +000007.
    Francine Lobo
    Boa tarde, Rafael! Gostaria de obter mais informações a respeito do óleo de Canola. Ouvi dizer que é altamente prejudicial à saúde. Também quanto aos óleos de soja e milho, hoje inevitavelmente transgênicos, tenho profundas ressalvas. Tenho usado o óleo de côco e de girassol, por acreditar de fato serem melhores para a saúde das pessoas. Pode me esclarecer a respeito?

    RESPONDER 29 DE MARÇO DE 2017 AT 12:40 12WED, 29 MAR 2017 12:40:28 +000028.
    rafaelreinehr
    Oi Fran! Que bom te reencontrar! Sobre o óleo de canola, soja, milho e outros vegetais, sim: a transferia rola solta! E somos mantidos em profunda ignorância sobre os possíveis malefícios que estes grãos modificados geneticamente podem promover em nosso organismo. Tenho óleo de côco em casa, daqui a pouco estraga. Usado em pequenas doses, eventualmente, não vejo problema. No geral, uso óleo de girassol e azeite de oliva extra-virgem (mesmo aquecido, em temperaturas menores, para refogar rapidamente alguns legumes, por exemplo). Pelo paladar, uso também uma mistura de manteiga e azeite de oliva, mas aí é pelo apelo culinário e não pela saúde. Tenho banha de porco na geladeira também, mas está quase estragando…

    Em resumo: esse artigo deu o que falar e me motivou a fazer uma revisão da literatura sobre o assunto. Como tenho outras prioridades, ele deve sair nos próximos 40 dias. Fica de olho! Espero chegar a uma conclusão e submetê-la a vocês.

    RESPONDER 29 DE MARÇO DE 2017 AT 15:35 03WED, 29 MAR 2017 15:35:37 +000037.
    Tracosatelie@gmail.com
    Concordo. Com o consumo do coco meus exames ficaram otimos, acredito que por trás de proibições e manifestações contrarias a certos alimentos há o interesse das indústrias. Aff. Vamos nos alimentar daquilo que nosso organismo fica agradecido. Somos seres diferenciados. O que faz bem para uns para outros é veneno. E ai vai.

    RESPONDER 30 DE MARÇO DE 2017 AT 13:52 01THU, 30 MAR 2017 13:52:44 +000044.
    rafaelreinehr
    “Tracosatelie”, desculpe, não sei seu nome! Será que seus exames estão ótimos graças ao óleo de coco ou devido a um conjunto de medidas que passou a fazer para cuidar de sua saúde, simultaneamente ao uso do óleo de coco?

    Sabe aqueles “emagrecedores mágicos” que vendem pela tevê e nos balcões de farmácia? Aqueles que os estudos mostram que não diferem em nada do placebo, e que emagrecem algumas pessoas enquanto não tem efeito nenhum em outras? Então, hoje sabemos que a perda de peso entre aquelas pessoas que emagrecem se dá pelo aumento da atividade física e pelos cuidados alimentares que as pessoas que estão tomando aqueles “emagrecedores” passam a realizar, e não pela substância em si, que é tão inerte/eficaz quanto o placebo.

    Os estudos são claros, mas ainda insuficientes. O que podemos depreender é que em um corpo equilibrado, comer um pouco de banha de porco e óleo de coco não irá trazer problemas, mas a recomendação do mesmo não deve ser feita como algo saudável, como vem sendo feito hoje, justamente por interesse da indústria (do óleo de coco!).

    RESPONDER 31 DE MARÇO DE 2017 AT 09:49 09FRI, 31 MAR 2017 09:49:50 +000050.
    Gersilene
    Gostei muito do artigo e gostaria de receber novas informações como essas.
    Procuro fazer uma alimentação saudável sem grandes mudanças ou modismos.

    RESPONDER 28 DE MARÇO DE 2017 AT 12:15 12TUE, 28 MAR 2017 12:15:40 +000040.
    rafaelreinehr
    Olá Gersilene, que bom que o artigo foi útil. Enviarei para seu e-mail informações sobre como podes ficar por dentro das publicações deste blog.

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    Um abraço.

    RESPONDER 28 DE MARÇO DE 2017 AT 18:49 06TUE, 28 MAR 2017 18:49:14 +000014.
    Ronaldo
    Boa noite Dr Rafael.
    Muito interessante os assuntos abordados.
    E sobre a polêmica do uso de azeites x manteiga? Existe algum posicionamento ou confirmação de qual o mais prejudicial ou saudável.
    Parabéns.
    Abraço

    RESPONDER 27 DE MARÇO DE 2017 AT 23:20 11MON, 27 MAR 2017 23:20:26 +000026.
    rafaelreinehr
    Ronaldo, obrigado pelo comentário. Eis outro assunto polêmico e muito difícil de gerar uma conclusão única generalizável, pois depende da pergunta que fazemos e da população estudada.

    Tenho na pauta fazer uma revisão sobre a Vitamina D, sobre a Melatonina e sobre o Hipotireoidismo. Na sequência, vou publicar o que se sabe, dentro das evidências mais recentes, sobre a manteiga e os óleos vegetais, ok?

    Para além disso, estou desenvolvendo um aplicativo que permitirá a nós, humanos, esclarecermos de forma mais clara e completa as dúvidas em comparações como estas. Já está em desenvolvimento. Até o meio do ano já deveremos ter uma versão para testes.

    RESPONDER 28 DE MARÇO DE 2017 AT 00:15 12TUE, 28 MAR 2017 00:15:14

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