Estatísticas e política
O Mundo às Avessas

A caminho dos 99,9999995% – Carta de Gilberto Geraldo Garbi ao presidente Lula

Gilberto Geraldo Garbi foi um dos alunos classificados a seu tempo como UM DOS MELHORES ALUNOS DE MATEMÁTICA que já haviam adentrado o ITA, entre outras honrarias que recebeu daquela instituição. Depois de graduado, desenvolveu carreira na TELEPAR, onde chegou a Diretor Técnico e Diretor Presidente, sendo depois Presidente da TELEBRAS.

O texto a seguir, um desabafo que recebi por e-mail através do Escaravelho Andarilho, vale como um registro histórico deste horroroso momento histórico que a política brasileira vive. É uma situação absurda, mais nonsense do que a totalidade dos filmes de Monthy Python juntos (mas Monthy Python pelo menos nos faz rir, já esta situação…).

Parabéns ao Gilberto pela verborragia extremamente relevante politica e historicamente. Que sua carta chegue ao maior número de pessoas possível e consigo acender uma “lamparina do juízo” na cabeça dessa nossa população.

A CAMINHO DOS 99,9999995%

( Gilberto Geraldo Garbi )

Há poucos dias, a imprensa anunciou amplamente que, segundo as últimas pesquisas de opinião, Lula bateu de novo seus recordes anteriores de popularidade e chegou a 84% de avaliação positiva. É, realmente, algo “nunca antes visto nesse país” e eu fiquei me perguntando o que poderemos esperar das próximas consultas populares.

Lembro-me de que quando Lula chegou aos 70% achei que ele jamais bateria Hitler, a quem, em seu auge, a cultíssima Alemanha chegara a conceder 82% de aprovação. Mas eu estava enganado: nosso operário-presidente já deixou para trás o psicopata de bigodinho e hoje só deve estar perdendo para Fidel Castro e para aquele tiranete caricato da Coreia do Norte, cujo nome jamais me interessei em guardar.

Mas Lula tem uma vantagem sobre os dois ditadores: aqui as pesquisas refletem verdadeiramente o que o povo pensa, enquanto em Cuba e na Coreia do Norte as pesquisas de opinião lembram o que se dizia dos plebiscitos portugueses durante a ditadura lusitana: SIM, Salazar fica; NÃO, Salazar não sai; brancos e nulos sendo contados a favor do governo…(Quem nunca ouviu falar em Salazar, por favor, pergunte a um parente com mais de 60).

Portanto, a popularidade de Lula ainda “tem espaço” para crescer, para empregar essa expressão surrada e pedante, mas adorada pelos economistas. E faltam apenas cerca de 16% para que Lula possa, com suas habituais presunção e imodéstia, anunciar ao mundo que obteve a unanimidade dos brasileiros em torno de seu nome, superando até Jesus Cristo ou outras celebridades menores que jamais conseguiram livrar-sede alguma oposição…Sim, faltam apenas 16% mas eu tenho uma péssima notícia a dar a seu hipertrofiado ego: pode tirar o cavalinho da chuva, cumpanhero, porque de 99,9999995% você não passa.

Como você não é muito chegado em Aritmética, exceto nos cálculos rudimentares dos percentuais sobre os orçamentos dos ministérios que você entrega aos partidos que constituem sua base de sustentação no Congresso, explico melhor: o Brasil tem 200.000.000 de habitantes, um dos quais sou eu. Represento, portanto, 1 em 200.000.000, ou seja, 0,0000005% enquanto os demais brasileiros totalizam os restantes 99,9999995%. Esses, talvez, você possa conquistar, em todo ou em parte. Mas meus humildes 0,0000005% você jamais terá porque não há força neste ou em outros mundos, nem todo o dinheiro com que você tem comprado votos e apoios nos aterros sanitários da política brasileira, não há, repito, força capaz de mudar minha convicção de que você foi o pior dentre todos os presidentes que tive a infelicidade de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de vida.

E minha convicção fundamenta-se em um fato simples: desde minha adolescência, quando comecei a me dar conta das desgraças brasileiras e a identificar suas causas, convenci-me de que na raiz de tudo está a mentalidade dominante no Brasil, essa mentalidade dos que valorizam a esperteza e o sucesso a qualquer custo; dos que detestam o trabalho eo estudo; dos que buscam o acesso ao patrimônio público para proveito pessoal; dos que almejam os cabides de emprego, as sinecuras e os cargos fantasmas; dos que criam infindáveis dinastias nepotistas nos órgãos públicos; dos que desprezam a justiça desde que a injustiça lhes seja vantajosa; dos que só reclamam dos privilégios por não estar incluídos entre os privilegiados; dos que enriquecem através dos negócios sujos com o Estado; dos que vendem seus votos por uma camiseta, um sanduíche ou, como agora, uma bolsa família; dos que são de tal forma ignorantes e alienados que se deixam iludir pelas prostitutas da política e beijam-lhes as mãos por receber de volta algumas migalhas do muito que lhes vem sendo roubado desde as origens dos tempos; dos que são incapazes de discernir, comover-se e indignar-se diante de infâmias.

Antes e depois de mim, muitos outros brasileiros, incomparavelmente melhores e mais lúcidos, chegaram à mesma conclusão e, embora sejamos minoria, sinto-me feliz e honrado por estar ao lado de Rui Barbosa. Já ouviu falar nele?

Como você nunca lê, eu quase iria sugerir-lhe que pedisse a algum de seus incontáveis assessores que lhe falasse alguma coisa sobre a Oração aos Moços… Mas, esqueça… Se você souber o que ele, em 1922, disse de políticos como você e dos que fazem parte de sua base de sustentação, terá azia até o final da vida.

Pense a maioria o que quiser, diga a maioria o que disser, não mudarei minha convicção de que este País só deixará de ser o que é – uma terra onde as riquezas produzidas pelo suor da parte honesta e trabalhadora é saqueada pelos parasitas do Estado e pelos ladrões privados eternamente impunes – quando a mentalidade da população e de seus representantes for profundamente mudada. Mudada pela educação, pela perseverança, pela punição aos maus, pela recompensa aos bons, pelo exemplo dos governantes.

E você Lula, teve uma oportunidade única de dar início à mudança dessa mentalidade, embalado que estava com uma vitória popular que poderia fazer com que o Congresso se curvasse diante de sua autoridade moral, se você a tivesse. Você teve a oportunidade de tornar-se nossa tão esperada âncora moral, esta sim, nunca antes vista nesse País. Mas não, você preferiu o caminho mais fácil e batido das práticas populistas e coronelistas de sempre, da compra de tudo e de todos.

Infelizmente para o Brasil, mas felizmente para os objetivos pessoais seus e de seu grupo, você estava certo: para que se esforçar, escorado apenas em princípios de decência, se muito mais rápido e eficiente é comprar o que for necessário, nessa terra onde quase tudo está à venda?Eu não o considero inteligente, no nobre sentido da palavra, porque uma pessoa verdadeiramente inteligente, depois de chegar aonde você chegou, partindo de onde você partiu, não chafurdaria nesse lamaçal em que você e sua malta alegremente surfam, nem se entregaria a seu permanente êxtase de vaidade e autoidolatria. Mas reconheço em você uma esperteza excepcional: nunca antes nesse País um presidente explorou tão bem, em proveito próprio e de seubando, as piores qualidades da massa brasileira e de seus representantes.

Esse é seu legado maior, e de longa duração: o de haver escancarado a lúgubre realidade de que o Brasil continua o mesmo que Darwin encontrou quando passou por essas plagas em 1832 e anotou em seu diário: “Aqui todos são subornáveis”. Você destruiu as ilusões de quem achava que havíamos evoluído em nossa mentalidade e matou as esperanças dos que ainda acreditavam poder ver um Brasil decente antes de morrer.

Você não inventou a corrupção brasileira, mas fez dela um maquiavélico instrumento de poder, tornando-a generalizada e fazendo-a permear até os últimos níveis da Administração. O Brasil, sob você, vive um quadro que em medicina se chamaria de septicemia corruptiva. Peça ao Marco Aurélio para lhe explicar o que é isso.Você é o sonho de consumo da banda podre desse País, o exemplo que os funcionários corruptos do Brasil sempre esperaram para poder dar, sem temores, plena vazão a seus instintos.Você faz da mentira e da demagogia seu principal veículo de comunicação com a massa.

A propósito, o que é que você sente, todos os dias, ao olhar-se no espelho e lembrar-se do que diz nos palanques? Você sente orgulho em subestimar a inteligência da maioria e ver que vale a pena?

Você mentiu quando disse haver recebido como herança maldita a política econômica de seu antecessor, a mesma política que você manteve integralmente e que fez a economia brasileira prosperar.Você mentiu ao dizer que não sabia do Mensalão. Mentiu quando disse que seu filho enriqueceu através do trabalho. Mentiu sobre os milhões que a Ong 13, de sua filha, recebeu sem prestar contas. Mentiu ao afastar Dirceu, Palocci, Gushiken e outros companheros pegos em flagrante. Mente quando, para cada platéia, fala coisas diferentes, escolhidas sob medida para agradá-las. Mentiu, mente e mentirá em qualquer situação que lhe convenha.

Por falar em Ongs, você comprou a esquerda festiva, aquela que odeia o trabalho e vive do trabalho de outros, dando-lhe bilhões de reais através de Ongs que nada fazem, a não ser refestelar-se em dinheiro público, viajar, acampar, discursar contra os exploradores do povo e desperdiçar os recursos que tanta falta fazem aos hospitais.

Você não moveu uma palha, em seis anos de presidência, para modificar as leis odiosas que protegem criminosos de todos os tipos neste País sedento de Justiça e encharcado pelas lágrimas dos familiares detantas vítimas.J amais sua base no Congresso preocupou-se em fechar ao menos as maisgritantes brechas legais pelas quais os criminosos endinheirados conseguem sempre permanecer impunes, rindo-se de todos nós.

Ao contrário, o Supremo, onde você tem grande influência, por haver indicado um bom número de Ministros, acaba de julgar que mesmo os condenados em segunda instância podem permanecer em liberdade, até que todas as apelações, recursos e embargos sejam julgados, o que, no Brasil, leva décadas.Isso significa, em poucas palavras, que os criminosos com dinheiro suficiente para pagar os famosos e caros criminalistas brasileiros podem dormir sossegados, porque jamais irão para a cadeia. Estivesse o Supremo julgando algo que interessasse a seu grupo ou a suas inclinações ideológicas, certamente você teria se empenhado de corpo e alma. Aliás, Lula, você nunca teve ideais, apenas ambições.Você jamais foi inspirado por qualquer anseio de Justiça. Todas as suas ações, ao longo da vida, foram motivadas por rancores, invejas, sede pessoal de poder e irrefreável necessidade de ser adorado e ter seu ego adulado.

Seu desprezo por aquilo que as pessoas honradas consideram Justiça manifesta-se o tempo todo: quando você celeremente despachou para Cuba alguns pobres desertores que aqui buscavam a liberdade; quando você deu asilo a assassinos terroristas da esquerda radical; quando você se aliou à escória do Congresso, aquela mesma contra quem você vociferava no passado; quando concedeu aumentos nababescos a categorias de funcionários públicos já regiamente pagos, às custas dos impostos arrancados do couro de quem trabalha arduamente e ganha pouco; quando você aumentou abusivamente as despesas de custeio, sabendo que pouquíssimo da arrecadação sobraria para os investimentos de que tanto carece a população; quando você despreza o mérito e privilegia o compadrio e o populismo; e vai por aí….

Justiça, ora a Justiça, é o que você pensa…Você tem dividido a nação, jogando regiões contra regiões, classes contra classes e raças contra raças, para tirar proveito dasdesavenças que fomenta. Aliás, se você estivesse realmente interessado, como deveria, em dar aos pobres, negros e outros excluídos as mesmas oportunidades que têmos filhos dos ricos, teria se empenhado a fundo na melhoria da saúde edo ensino públicos. Mas você, no íntimo, despreza o ensino, a educação e a cultura, porque conseguiu tudo o que queria, mesmo sendo inculto e vulgar. Além disso, melhorar a educação toma um tempo enorme e dá muito trabalho, não é mesmo?

E se há coisa que você e o Partido dos Trabalhadores definitivamente detestam é o trabalho: então, muito mais fácil é o atalho das cotas, mesmo que elas criem hostilidades entres as cores, que seus critérios sejam burlados o tempo todo e que filhos de negros milionários possam valer-se delas.

A Imprensa faz-lhe pouca oposição porque você a calou, manipulando as verbas publicitárias, pressionando- a economicamente e perseguindo jornalistas.O que houve entre o BNDES e as redes de televisão? O que você mandou fazer a Arnaldo Jabor, a Boris Casoy, a Salete Lemos? Essa técnica de comprar ou perseguir é muito eficaz. Pablo Escobar usou-a com muito sucesso na Colômbia, quando dava a seus eventuais opositores as opções: “O plata, o plomo”. Peça ao Marco Aurélio para traduzir. Ele fala bem o Espanhol.

Você pode desdenhar tudo aquilo que aqui foi dito, como desdenha a todos que não o bajulem. Afinal, se você não é o maior estadista do planeta, se seu governo não é maravilhoso, como explicar tamanha popularidade? É fácil: políticos, sindicatos, imprensa, ONGs, movimentos sociais, funcionários públicos, miseráveis, você comprou com dinheiro, bolsas, cotas, cargos e medidas demagógicas. Muita gente que trabalha, mas desconhece o que se passa nas entranhas de seu governo, satisfez-se com o pouco mais de dinheiro que passou a ganhar, em consequência do modesto crescimento econômico que foi plantado anteriormente, mas que caiu em seu colo.

Tudo, então, pode se resumir ao dinheiro e grande parte da população parece estar disposta a ignorar os princípios da honradez e da honestidade e a relevar as mentiras, a corrupção, os desperdícios, os abusos e as injustiças que marcam seu governo em troca do prato de lentilhas da melhoria econômica. É esse, em síntese, o triste retrato do Brasil de hoje…

E, como se diz na França, “l´argent n´est tout que dans les siècles où les hommesne sont rien”. Você não entendeu, não é mesmo? Então pergunte à Marta. Ela adora Paris e há um bom tempo estamos sustentando seu gigolô franco-argentino…

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Quintessencial

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28 Comentários

  • jerry

    O Individuo – Geraldo Giberto Garbi

    A alta afirmação da concordância ou não de situações e fatos que diverge no interior reflete a busca incessante da autoafirmação da superioridade concebida do individuo perante aos demais.
    Busca Refletir a imagem a qual não há importância ou credito no semelhante sobre ideias atitudes e ações, nesse formato absorve a mente a verdade refletida a qual passa aceitar como verdade absoluta que independentemente da lógica, razão ou clareza da situação não cabe mais aceitação de cobrança levando o ego a um estado de satisfação plena e absoluta.
    Sobretudo é a formula encontrada da alta defesa inconsciente do individuo que apesar determinado momento alguns terem percepção e consciência do ato mesmo assim acaba sucumbida pela necessidade da alta estima e grandeza de si mesmo deixando de conduzir a passar ser conduzido por essa força protetora que o difere como unidade e permite anular o outro perante a si mesmo.

  • Cindy

    Pois é Gilberto, quem diria que a sucessora de Lula, os Ministros escolhidos por ele, nos colocariam hoje tão indignados, diante de tanta roubalheira, quem diria que alguém que recebeu em massa, a confiança do povo, nos deixaria tantos ladrões e lesa pátria. Lula e Dilma são iguais, porque um esteve ao lado do outro durante todos estes anos, o que dizer agora, diante de tanta corrupção, Ministros que precisam pedir Demissão para sair de seus cargos, ainda assim, Dilma os chama de volta a base do governo. O que dizer hoje do desaparecimento da Sra.Justiça, porque o nosso Supremo, ah, meu Deus! Que vergonha! O que fazer diante de tanta malandragem, picaretas disfaçados de populistas, mentirosos, que iludem um povo humilde, que nem direito ao saneamento básico tiveram durante todos esses anos de PT. O que dizer agora, Gilberto?

    Saúde e paz a você.

  • Ricardo - Curioso

    mera ignorancia
    Talvez seja somente mais uma pergunta idiota mas já a fiz tantas vezes e para tantas pessoas, incluindo assessoria do palacio – e nunca obtendo resposta repito-a aqui, quem sabe alguém aqui sabe mais que todos os que até hoje questionei ? Como foi que o Lula perdeu o dedo mindinho dele ? Operando um torno mecanico ? Só queria saber como e quando isso aconteceu.

  • andre i souza

    Rafael, surpreende-me a sua posição, mas a respeito.
    Você se prende ao bolsa família, mas esquece-se do avanço social nunca antes experimentado neste país.
    Sinceramente, pior que a direita são os ex-petistas, ex-socialistas, ex-comunistas ou ex-esquerdistas como você. O desserviço que vocês prestam são infinitamente mais prejudiciais ao país do que o governo ”pífio” de Lula.
    Os seus desencantos solidificados em postagens e declarações como as que vejo estão servindo justamente à direita rude que há 500 anos criou (e ainda cria) tudo o que você odeia e que Lula teria que apagar.
    Pior que um reacionário babando são os ex que cito acima.
    Meu total apoio às palavras de Ricardo Montero.

    • Rafael Reinehr

      Obrigado Andre
      Oi Andre, obrigado por discordar. Assim é que se faz democracia, não é mesmo?

      Pra começo de conversa: quem disse que sou ex-esquerdista? Antes de usar suas palavras, é importante medi-las.

      Se existe um ex-esquerdista aqui é o próprio presidente Lula e essa gigantesca turba que agora passou a usar do poder, como toda a direita histórica, para benefício próprio. Você está, maluficamente, defendendo o rouba mas faz. É corrupto, superfaturado, vil, mas funciona…

      Pois eu acredito que poderia funcionar melhor. Enquanto achas que eu saí da “esquerda”, talvez algumas leituras a mais (aqui mesmo neste site) te façam perceber que, no bem da verdade, um me desloquei um bocado ainda mais á “esquerda” (se preferes rótulos). Dê uma olhadela aqui: http://reinehr.org/anarquia-e-escritos-libertarios/apontamentos-anarquistas/ e, por favor, antes de comentar novamente, leia o que produzi intelectualmente nos últimos anos e que, finalmente estou conseguindo colocar em prática a partir de agora aqui: http://www.coolmeia.org/pdf/Coolmeia-v1.0.pdf

      Antes de falar em avanço social, te peço que visites meu consultório e, sob permissão de meus pacientes, acompanhe apenas um ou dois dias de minha rotina como médico. Verás o avanço social, caracterizado por um sentimento de opressão e de insatisfação com o trabalho cada vez maior (e não menor). Quem esté feliz é aquele que nunca trabalhava e antes não ganhava nada e agora, mesmo sem trabalhar, ganha algo. Isso é educativo? NÃO! Isso é nocivo.

      Não sei qual a sua ocupação, não sei se tens contato com pessoas que buscam a previdência, se travas contato diário com pessoas do povo. Eu o faço todos os dias e te digo – as pessoas, em geral, estão buscando aproveitar brechas da legislação para se beneficiarem destes “avanços sociais” sem nem mesmo os merecerem. Isso é o que está sendo permitido e ensinado, e o caminho de volta só se tornará mais doloroso. Ou até quando acreditas que a parcela trabalhadora da população vai aguentar carregar nas costas um grupo de pessoas composto, é claro, de pessoas idôneas mas também cada vez mais crescente de malandros que usam o sistema para seu benefício?

      A cada qual conforme sua capacidade, a cada um de acordo com a sua necessidade.

  • Wuilton

    Divergentes
    Prezados, realmente os pontos de vistas divergem em alta escala.
    Todos que aqui colocam suas idéias e opiniões são pessoas inteligentes e que tem o dom da palavra. Pessoas com cultura.
    E é destas pessoas que o Brasil precisa. Fazer mais do mesmo? Não, fazer o pouco do diferente, do novo, do melhor.
    Ser 0,1%, chegar a 50%, será que resolve?
    Parabéns Rapahel e a todos que aqui opinam.
    Mas acho que precisamos de uma coisa básica: colocar a cara prá fora da porta e fazer a coisa acontecer.
    A carta do Garbi, será que o Lula teve o trabalho de ler a primeira linha?
    Vamos nós mudar os mesmos, mesmo porque na realidade os mesmos estão lá por que nós fazemos o mesmo.
    Abraços a todos e obrigado pelo espaço.

  • Leblanc

    Gilberto, você não anda muito certo.
    Foi uma surpresa ver Gilberto, meu ex-colega de colégio, depois aluno brilhante do ITA (foi sempre isto,inclusive como colega meu) demonstrar tamanho descontrole emocional.Nossos caminhos se separaram, nunca mais o vi. Mas entre as coisas que fiz foi trabalhar muito em Comunicação e em assessorias de comunicação de órgãos oficias. E como referência, tenho uma preciosidade:”The New American Handbook of Letter Writing-and other forms of Correspondence”, de Mary A.De Vries-Signet. O objetivo foi melhorar minha redação epistolar formal em inglês, mas o livro vai além. Entre os capítulos destacaria um que o Gilberto bem poderia ler antes de escrever e mandar uma carta dessas.”Letters you shouldn’t write” (Cartas que você não deveria escrever) onde a tônica é: nunca escreva com raiva,porque pode-se arrepender pela momentânea falta de controle. E recordaria também um trecho do livro “A Psiquiatria ao Alcance de Todos”- Yves Pélicier-Nova Fronteira, onde na descrição do caráter da personalidade paranóide lê-se: “Cidadão, o paranóico mesmo que orgulhosamente honesto,terá assUntos com a justiça, à qual fará apelos de FORMA ABSOLUTAMENTE INSÓLITA.è este o homem que,COM OU SEM RAZÃO,MAS SEMPRE EM EXCESSO,protestará contra o fisco,contra os pedágios, contra a polícia, contra os crreios etc.” E no “Transtornos Psiquiátricos do Adulto”(FlavioFortes D’Andrea) vê-se que poderíamos interpretar como indicio de transtorno bipolar (tipo hipomania) a pessoa que:”.Sua conduta desordenada leva-o a ser hospitalizado e preso. No hospital é difícil de manejar, pois detesta restrições, quer modificar o ambiente, é arrogante com os funcionários, médicos e outros pacientes, escreve cartas de reclamação, endereçadas até ao Presidente da República. Sua linguagem demonstra um curso acelerado do pensamento e nunca perde a coerência, embora nunca complete um assunto.”
    Gilberto formou-se em 1966, na esteira do golpe de 1964, e ali, na mesma época, alunos dos quais se suspeitou serem subversivos, foram sumariamente expulsos, A MESES DA FORMATURA.Gilberto, não.
    Diria a Gilberto que se Lula fosse o que el,forçando a barra, seja um ditador: ele estaria enquadrado no Código Penal, artigo 331:
    CÓDIGO PENAL
    Desacato
    Art. 331 – Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
    Portanto, para que o delito se configure, há a necessidade de o agente “desacatar” funcionário público e, além do mais, que ele esteja no exercício de sua função ou haja o desacato em razão dela. E, indaga-se, seriam o Governador do Estado e o Ministro da Saúde considerados “funcionários públicos”? ( O Lula é funcionário público)
    II – FUNCIONÁRIO PÚBLICO – QUAL É O CONCEITO?
    Como o tipo exige, no artigo 331 do CP, que o desacatado seja a funcionário público, há que se o definir.
    Vejamos qual conceito nos vem do Vocabulário Jurídico, de Plácido e Silva, Ed. Forense, 3º ed., pág. 331:
    “Já assim se diz, no sentido da lei brasileira, para a pessoa que está legalmente investida em cargo público. E, desse modo, toda pessoa que exerce cargo criado por lei, em número certo e denominação própria, remunerado pelos cofres públicos”
    E prossegue:
    “Não importa, assim, a ordem de funções ou de atribuições que possam distinguir o cargo. Importa, simplesmente, que seja cargo criado por lei, com especificação definida nesta, e cuja remuneração provenha dos cofres do Estado. A qualidade do funcionário público não assenta, pois, como já se fazia princípio doutrinário, no desempenho de função pública, mas no caráter de ocupar cargo permanente, definido em lei e remunerado pelo Estado. Os funcionários públicos estão sob regime especial, que se define e se estrutura pelos Estatutos dos Funcionários Públicos.
    Mas ao dizer coisas que ferem a dignidade de uma pessoa, e invadem sua vida privada, não importa se gostemos ou não (Marta SUplicy teria um gigolô argentino, do qual aliás já se separou) cai-se no art.138
    Calúnia
    Art. 138 – Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
    Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
    § 1º – Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
    § 2º – É punível a calúnia contra os mortos.
    Difamação
    Art. 139 – Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
    Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
    Portanto, queira-se ou não, Luís Inácio Lula da Silva é o Presidente da República como tal exige um mínimo de respeito, ou não respeitaremos ninguém, nem Vossa Senhoria, sim, caro nobre ex-colega?
    Também não se deprecia publicamente ninguém, insinuando que uma pessoa nem sabe aritmética,. Como se mostra sua face de extrema-direita quando usa um pensamento típico “o dinheiro não vale nada, nos séculos onde OS HOMENS, não valem nada”. Isto é estereotipia*, julgar todos como se fossem UM, isto é nenhum homem vale nada e isto incluiria Lula, eu e também você Gilberto. Os homens TODOS não valem nada? Nem uma exceção?
    Desculpe Gilberto, você é um gênio na Matemática, na Eletrônica sei lá no que mais. Mas sua razão pode estar prestes a cair num buraco negro.Quem não se cuida, pira. Vide Cesar Lattes.

    *ADORNO,T.W.-The Authoritarian Personality-Pesquise quem quiser.São 2 volumes umas 900 páginas.

  • henrique schucman

    Impressionante ainda pensar assim
    Fico Impressionado verdadeiramente ao ver quanta gente gostaria que isto aqui , seja o que for este país, fosse uma Ditadura e o cargo de presidente pudesse ser exercido por um ditador tiranico que fizesse o que ele acha que deve ser feito . Caramba. Será que não vão entender nunca que o regime daqui não é o da Líbia e que um presidente não pode por definição fazer nem o que quer, nem o que pensa, nem o que acha?

    • Rafael Reinehr

      Democracia insuficiente
      Henrique, concordo contigo: o presidente não pode fazer o que bem entende. Mas mesmo assim pode acatar decisões políticas ineficazes ou que possam trazer prejuízo para o povo em função de interesses pessoais ou familiares.

      Enquanto existir essa possibilidade, enquanto elas estiverem ocorrendo em frente aos nossos olhos e enquanto não pudermos fazer muita coisa sem um esforço sobrehumano para combater estes desmandos, não podemos deixar de buscar melhorias neste sistema de democracia insuficiente no qual vivemos.

      PS: belíssimo lugar este no qual você vive/trabalha. Qualquer dia desses subo um pouco para conhecer este gaúcho que, como eu, também virou um pouco catarinense.

  • alexandre

    Valeu a pena!
    Estimados amigos, apenas agora pude me inteirar desse sadio debate, pois sou do tempo dos e-mails apenas… Entendo que a colocação da mensagem central inicial nesse blog, do tal especialista em matemática, foi positiva, como, aliás, os embates decorrentes revelaram. Isso porque, inegavelmente, o CERNE da idéia revelada traduz o pensamento de grande parte da população que possui acesso as informações e poder de crítica, cruzando e fundindo as diversas fontes dos meios de comunicação, o que inegavelmente todos os debatedores demonstraram possuir. Não significa dizer que os detentores dessa informação são melhores que os analfabetos ou outros, nem que as informações são isentas, mas, no nosso caso, de um grupo que não concorda com o atual estado de coisas decorrentes deste e de anteriores Governos, sem prejuízo de inegáveis outras melhorias implementadas por este e anteriores Governos… O texto, embora preconceituoso e arrogante, possui entendimento inegavelmente salutar em face do atual status quo, e o digo sem nomear os detentores desse atual status quo ou de outrora, até porque também concordo que todos estão igualmente nivelados POR BAIXO, vale dizer, basicamente corrupto em todos os níveis institucionais e preocupados com interesses partidários de perpetuação no poder, com raríssimas exceções. Nesse sentido, sem prejuízo da característica de arrogância e preconceito do texto, entendo que o trabalho aqui desenvolvido, seria mais produtivo e útil se nos abstraíssemos das discussões político-partidárias ou mesmo desse dualismo PT/PSDB, pois, na infeliz essência todos estão iguais, portanto, distantes, muito distantes dos seus princípios fundadores, para apenas inflar o caixa dois por todas as engenhosas maneiras cotidianamente reveladas pelos meios de comunicação a fim de se manter no status quo o quanto possível for, distorcendo os Poderes da República e tudo mais o que estiver no seu caminho, como que se os salutares fins fundadores justificassem os meios, mesmo sendo puro contra-senso no caso e verdadeiramente esquecendo-se dos salutares fins no frigir dos ovos (vide a Revolução dos Bichos). Por isso o debate há de ser isento, sob pena de num futuro próximo o trabalho ser taxado de testa ideológica deste ou daquele grupo. Não tenho dúvida de que existem inúmeros intelectuais e doutores da vida muito melhor preparados do que nós para tentar macular a idéia central e frutífera do grupo e isso é uma questão de tempo, daí porque devemos realizar discussões apenas em tese. Veja, por exemplo, que hoje, a partir do ingresso de determinada pessoa num partido político, imagino que dificilmente poderá a mesma possuir isenção e independência para debater publicamente um tema contrariamente ao interesse do partido, como ocorreu e ocorre com a indigitada CPMF. Isso é preocupante, posto que a filiação partidária é justamente o embrião do ideário de utilização salutar do poder… ou deveria ser. Quanto a CPMF, antes a situação queria, pois seriam recursos a mais para administrar e a oposição não; hoje a oposição que virou situação quer (ano que vem é eleição) e a situação que virou oposição não quer; ou seja, o embate é interesseiro e visa a manutenção do status quo; o poder econômico que logra êxito em aprovar leis e tudo o mais por encomenda manipula os estágio evolutivos da nação. Jamais houve discussão verdadeiramente isenta sobre o custeio direcionado e integral da saúde x impacto e inibição de crescimento que o tributo causa… reeleição idem, outro exemplo cabal da contradição que tento expor, e por aí vai… Nesse exemplo do artigo do matemático, o que resta na minha humilde opinião de proveitoso e, portanto, em tese, seria fomentar a isenção do poder legislativo, executivo ou mesmo judiciário das garras do poder econômico, tal qual parece ocorrer nos legislativos municipais, estaduais e federais já há bastante tempo (mensalões), exigir o financiamento público das campanhas, exigir a deliberação de leis por VOTO ABERTO (é o mínimo de prestação de contas que podemos exigir)… senão continuaremos como fantoches, numa podridão cada vez mais fétida, pois, não existe outro termo para definir a ocorrência, em plena democracia (formal apenas, é verdade) de atos secretos que geram contratações e aumentos de salários, violação do painel de votação do Senado Federal (lembram?), imunidade da lei de improbidade administrativa aos chefes de estado, como vem ocorrendo: verdadeiros absurdos!!! Esse é o caminho, não a verdade absoluta, que entendo que todos deveríamos trilhar conjuntamente, políticos, leigos, analfabetos, críticos, partidários deste ou daquele partido; aos detentores de filiação, com todo o respeito, entendo que seria muito produtivo se praticassem essa isenção a que me referi para debates, especialmente, de temas relevantes. com isenção e sem paixões, a fim de enxergar desvios que logo, poderão transformar a paixão em fanatismo. Me perdoem pela extensão e se o desmembramento de alguma idéia acabou por incomodar quem quer que seja, o que não é interesse da minha manifestação. Abraço fraterno aos colegas.

    • Rafael Reinehr

      Transparência
      Estão surgindo fora do país, e aqui também, de forma incipiente, uma série de iniciativas para elevar a transparência dos ator públicos. Apesar de ser melhor do que nada, acho que isto é insuficiente.

      Estas reforminhas apenas garantem mais tempo para que a canalhada consiga achar uma saída e novas formas de continuar fazendo o que sempre foi feito por baixo dos panos. Quanto tudo for 100% transparente, vão ter achado a fórmula da invisibilidade, é o que quero dizer. E aí, só aí, perceberemos que o mal precisa ser cortado mais embaixo, na raiz.

  • Stephen Dedalus

    Postagens
    Caro Rafael,

    Escrevi duas postagens (intituladas “1984” e “Agosto”) tentando responder às suas preocupações, que não são só suas. Espero que elas contribuam positivamente.

    Um abraço!

    PS: no mais, repito o Ricardo Montero – “registro aqui o fraterno de um sincero admirador.”

  • Ricardo Montero

    Rafael, entendo perfeitamente o seu ponto de vista. Entendo também a sua argumentação; ela tem lógica. Respeito democraticamente seu ponto de vista, diverso do meu.

    O que não entendo é o porquê de publicar uma crítica tão… chinfrim, oriunda de pena alheia. A sua resposta ao meu comentário mereceria um post, ao contrário do artigo cometido pelo Garbi, a um só tempo arrogante, narcisista, preconceituoso e – talvez pior de tudo – leviano quanto aos fatos.

    Garbi não está à altura de sua página. Por certo muitos outros articulistas escrevem consistentemente contra o governo Lula, valendo-se de argumentos e de fatos concretos, e não de uma panacéia tão generalista quanto moralista. A suposta “defesa da moralidade” e “ataque à corrupção e/ou politicagem” é discurso de quem não tem argumento, haja vista que é generalista. Fora as lorotas. Por exemplo, sobre o caso dos cubanos, vale a pena ler: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/03/03/o-procurador-e-os-cubanos/

    O governo Lula está longe de ser perfeito – aliás, nenhum governo o seria. Existe, pois, o espaço para a boa crítica. Eis a questão: a boa crítica é uma arte. Infelizmente, não basta ser um geniozinho de matemática no ITA para dominar o assunto. O artigo do fulano até mesmo ressupõe alguma inimizade figadal entre autor e presidente.

    Importante ressaltar: gastei tempo e espaço defendendo o governo Lula, mas é óbvio que não concordo com tudo que se faz. A criação da “supertele nacional” para mim foi o maior escândalo dos últimos anos, autêntico oligopólio financiado pelo BNDES. A lamentável política de cotas raciais nas universidades públicas copia um modelo inadequado para nossa realidade, modelo este que embute preconceito em sua própria formulação. A política econômica deveria privilegiar a indústria nacional e restringir a entrada de capital especulativo. Etc etc etc…

    Por que, ainda assim, defendo Lula? Além da já citada inclusão social, pelo menos dois outros grandes motivos. O primeiro é que Lula é muito melhor que a outra alternativa possível: tucanos (aliados a demos). E o segundo motivo, este copiei do grande Luis Fernando Veríssimo: Lula já é criticado demais onde não cabe a crítica (preciso nomear os “escândalos” fabricado por mídia aliada a oposição? Até o avião da Tam em Congonhas era “culpa de Lula”!) Assim, ante a malhação generalizada e muitas vezes imotivada, dou o devido desconto ao barbudo. No mais, estou do lado dele por – talvez decorrência da minha idade chegando – não acredito mais em utopias, mas sim em realidades possíveis.

    No mais, Rafael, registro aqui o fraterno de um sincero admirador. Abraço!

    • Rafael Reinehr

      Justificativas
      Ricardo, entendo e aceito tua crítica. Realmente, eu deveria me recusar a tomar palavras de outras pessoas e publicar cá neste blog. Ainda mais quando, como já disse antes, elas também me incomodam. É como “trazer um cão sujo para dentro de casa” e depois ter o trabalho de limpar, além do cão, o sofá, o tapete e os respingos no televisor. Teria sido mais fácil limpar o cão fora de casa e trazê~lo limpo para dentro, não?

      Pois bem, estrago feito, poderia agora deletar o post, mas com isso iriam-se também os belos comentários postados aqui. O que posso – e vou – fazer, é publicar, quando julgar válido, uma outra crítica, fundamentada em minhas e tão somente minhas crenças acerca dos caminhos que podemos escolher para que nem tucanos, nem petistas, muito menos democratas ou qualquer outro político profissional continue decidindo sobre nossas vidas. Porque, ainda, a idade parece que não está fazendo efeito sobre os ideais utópicos que, a meu ver, estão se transformando em realidades possíveis bem debaixo dos nossos narizes.

      Não posso deixar de dizer, ainda, que a admiração é recíproca e agradeço muito à Sandra Pontes por ter feito nossos caminhos cruzarem em algum momento do passado. Quero tê-lo sempre por perto, meu amigo.

  • D. Afonso XX, o Chato

    Nem tanto ao cravo, nem tanto à ferradura…
    Meu caro Rafael,

    É como bem dizes, mais do mesmo! E esse foi o único erro (?) do povo (nosso): esperar que o Lula pudesse ser algo diferente.

    Lula não é o problema. Nós somos o problema. Nós temos a mania de viver esperando algo diferente dos outros, quando somos, sempre acomodados e com preço determinado, incapazes de fazer algo diferente pelo país, ou quiçá pelo trânsito da nossa cidade!

    Falar mal do Lula, do Sarney, dos empresários, das grandes companhias e de todos quantos andam por aí espoliando a nação é chover no molhado.

    Quero ver é alguém fazer chover no seco, se me entendes.

    abs

    • Rafael Reinehr

      Espetacularmente simples e verdadeiro
      Afonso, você, sei, faz a sua parte. De fato, conseguiste sintetizar a essência do problema: se cada um de nós, em sua comunidade, associação de bairro, clube, organização de moradores, trabalhadores ou estudantes fizessem chover no seco. não estaríamos, realmente, gastando tempo com estas bobagens.

      Agora você me pegou. Obrigado pelo belíssimo puxão de orelha! De volta à Coolmeia! Menos Lula e sua corja.

  • Rafael Reinehr

    Opinião pessoal
    Amigo (espero que me permitas chamá-lo assim) Stephen, vamos entrar em um acordo: sei que você é um “homem da ciência” e, de certa forma, também sou. Pode ser uma bobagem o que vou falar mas, basicamente, o conhecimento que acumulamos nos faz saber que tudo o que proferimos são opiniões. Se quisermos tomar nosso ponto de vista como a Verdade, aquela da letra maiúscula, então estamos encrencados. Aqui neste blog só omito opiniões, algumas facilmente rebatíveis, outras nem tanto, algumas polêmicas, outras bem morninhas. Coloquei tudo isto apenas para que saibas que sempre tomarei vosso ou qualquer outro comentário como uma opinião (mesmo que alguém se arvore como o dono da verdade) e também gostaria de ser lido assim, como produzindo apenas um texto opinativo, por mais categóricas que possam parecer minhas sentenças.

    Sobre a falácia do matemático posando de sabido em política, bem notado. Não poderia passar mesmo. Mas isso não é – pelo menos aqui no blog – falha do sujeito. Isso é responsabilidade minha que o apresentei assim. Coloquemo-no no nível do povo (de qualquer pessoa) e reiniciemos a leitura.

    Como disse para o Ricardo, percebi também uma boa dose de preconceitos no texto acima (foi a parte que me incomodou), mas não consegui deixar de rememorar todas as más sensações que tem sido trazidas à tona nestes últimos 7 anos. Não sou um ser da televisão ou dos jornais, mas já me são incontáveis as vezes em que, como cidadão, discordei frontalmente de decisões que partiram do executivo ou foram outorgadas por ele.

    O que mais me intriga é: qual a fonte de informação que é confiável? Onde buscar a descrição dos fatos de forma mais próxima do que na realidade aconteceu? Epistemologicamente, como essa informação (até agora) levou a duas expressões distintas de aceitação x rejeição aqui nesta caixa de comentários e como será que a informação vira ação na cabeça das pessoas…

    Que dúvida cruel. Mas vou deixar estas questões pro Edgar Morin responder… Abraço e obrigado pelo comentário.

  • Stephen Dedalus

    O protocolo dos sábios de Sião
    Caro Rafael,

    Para mim (opinião pessoal, portanto) esta carta é um amontoado de preconceitos, e nada além. Xingamentos e racismo e distorções da realidade, falácias, preconceito de classe, dor de cotovelo, tudo misturado e remisturado. Eu poderia tentar rebater os argumentos todos dela, um a um, mas não vou trabalhar de advogado de defesa de ninguém. Só vou destacar um ponto do seu parágrafo introdutório: “Gilberto Geraldo Garbi foi um dos alunos classificados a seu tempo como UM DOS MELHORES ALUNOS DE MATEMÁTICA” – e daí? Ele sabe ou soube matemática, e isso quer dizer que ele sabe ou soube matemática: só. Heisenberg e Heidegger, dois gênios – muito mais geniais que qualquer brasileiro que já existiu – apoiaram o nazismo, e nem um pouquinho da genialidade deles os fez ver o que eles estavam apoiando. Para mim (opinião pessoal, de novo) o fato de alguém ter sido presidente da Telebrás depõe contra essa pessoa: eu prefiro ouvir a voz do povo, que eu sempre tento escutar. Quanto ao nazismo ter tido o apoio da população, eu explico facilmente: manipulação da informação – os nazistas tinham uma máquina de proppaganda formidável e controlavam completamente os meios de comunicação. Analisando a situação do Brasil de hoje, pode-se ver que Lula tem aprovação de sei-lá-quantos por cento mesmo com a imprensa e os meios de comunicação contra ele: ou seja, a situação é muito diferente. Se há alguma analogia histórica que seja válida é, talvez, com Getúlio Vargas e a UDN: os empresários e proprietários paulistas eram contra Getúlio por ele não ser um deles…

    Um abraço!

  • mami.nice@contato.net

    desabafo de gilberto
    Gilberto, concordo com a totalidade de seu depoimento, vc deduziu 0,0000005%, eu aproveito a oportunidade para deduzir o mesmo
    percentual, neste caso já somos 0,0000010%.
    Infelizmente em nosso País os politícos só vêem
    o lado deles (do dinheiro, propinas, corrupção)
    tanto é que hoje quem comanda os tres poderes é
    Presidente Lula. Vou fazer a minha parte e divulgar para todos os meus contatos, que também o farão, e assim sucessivamente até vc
    receber um e-mail, que a popularidade dele não
    está tão bem assim.
    Um abraço

  • Fabio Jacob

    FALOU TUDO.
    O Gilberto falou tudo que a minoria de alguns brasileiros gostariam de dizer. Brasileiros com um pouco mais de instrução, capaz de interpretar as malícias “embutidas” naquele covil de corruptos em Brasília. Ele está praticando tudo o que tanto criticou em uma entrevista no ano de 2000: “conquistando o povo pelo estômago…” povo composto em sua maioria por pessoas que realmente necessitam desse tipo de ajuda.

    • Rafael Reinehr

      Criticando e sendo criticado
      Bem lembrado Fabio: são numerosos (e inegáveis) os exemplos de fatos do governo Lula que desdisseram a ele mesmo no passado. Incoerência total.

  • Ricardo Montero

    Doutor em ignorância
    Rafael, estou comentando apenas por ter recebido o texto por email. E mais: enviado por você, alguém por quem nutro simpatia e admiração. Então, vamos lá…

    Causa-me arrepio qualquer texto endossado por blogs da extrema direita (exemplo: Alerta Geral, ultimamente dedicado à defesa do infame cabo Anselmo). Daí minha estranheza em encontrar aqui este texto. Um texto canalha, infame, desclassificado, eivado de preconceito e de mentira.

    Não sei se o sujeito que assina o texto existe. Mas alguém que começa apelando (“como você não é muito chegado em Aritmética”) desperta em mim apenas nojo. Se o tal Garbi fez Ita, grandes coisas; completei duas graduações – uma na Usp e outra na Unicamp – respectivamente classificadas como as melhores do país nas respectivas áreas, e nem por isso sou melhor ou pior que qualquer trabalhador braçal.

    Fosse o autor do texto um sujeito menos ignorante, por certo saberia que a elevada popularidade de Lula tem várias explicações. Por exemplo, uma política social que privilegiou a renda das classes mais baixas – seja pela elevação sistemática do salário mínimo ou ainda pelos programas assistenciais. E contra feijão na panela, não há argumento do William Bonner ou do Otávio Frias que resista.

    Quanto ao Rui Barbosa, talvez eu já tenha ouvido falar mais nele que o autor do texto. A tal Oração aos Moços, comovente, foi escrita para uma solenidade de formatura na mesma São Francisco onde estudei. O que o desinformado autor do texto convenientemente esquece, ou provavelmente ignora, é que Rui foi um desastrado ministro das Finanças, cabendo a ele a paternidade da grande crise da Primeira República conhecida como “Encilhamento”. Tanto pior que quanto a Rui pesam indícios fortíssimos de corrupção. Uma boa fonte de leitura sobre os dois temas é Luis Nassif, em seu livros “Os Cabeças-de-planilha”.

    Que papo é esse de “congresso-que-se-curvasse”? Qual o presidente que conseguiu governar sem o congresso, cara-pálida do Ita? Vargas conseguiu isso em seu primeiro governo, mas – detalhe importante – tratava-se de ditadura. Ainda que curiosamente, o ditador tenha feito pelo povo do Brasil muito mais do que os presidentes anteriores, todos eles “democraticamente eleitos”.

    A citação a Darwin – todos no Brasil são subornáveis – enseja mais uma vez a mentalidade tacanha de que tudo no Brasil é pior. Complexo de inferioridade dos brabos. Ora, como se corrupção fosse exclusividade brasileira! E, bem ou mal, somos os “selvagens”; Os EUA enfrentaram guerra civil, o francês Napoleão e o alemão Hitler tentaram dominar o mundo, a civilizada Europa teve duas guerras longas e sangrentas, e o geniozinho de matemática do Ita tenta atiçar em seus conterrâneos um complexo de inferioridade…

    Na sequência, o infeliz autor sugere que Marco Aurélio (o ministro do STF) venha dar lições de ética a Lula. O mesmo Marco Aurélio que solenemente ignora (junto com Gilmar) que juiz só se manifesta nos autos, ambos transformando o Pretório Excelso em arena política!

    Mente o autor ao afirmar que a política econômica de Lula é continuísta. Lula rejeitou a Alca e investiu na Petrobrás – que, diga-se de passagem, não foi privatizada e multiplicou tamanho e lucros. Lula buscou novos mercados no Terceiro Mundo, o que tornou o Brasil menos dependente do comércio com os EUA e fez com que nosso país nadasse de braçada durante a crise. Ademais, a aplicação na atual crise mundial de política anticíclicas contrasta fortemente com o comportamento dos tucanos quando no governo. Só não enxerga quem não quer.

    No mais, o mesmo festival de ofensas de sempre: o tal mensalão, por exemplo. Quem souber, me explique por favor qual votação, quando foi, quem pagou, quem recebeu e por quanto. Ou se tratava do mesmo esquema de caixa dois da política de sempre – errado, é verdade, mas iniciado sob Eduardo Azeredo em Minas Gerais? Probo ex-aluno do Ita, por que essa indignação seletiva?

    O infeliz e malcriado autor fala que Lula nada fez para modificar a legislação penal. Óbvio que o presidente tem iniciativa de propositura de lei. Talvez por desconhecimento da repartição dos poderes, esquece-se de apontar que tal atribuição é característica do poder Legislativo! Como titular do Executivo, pode-se observar o progresso na atuação da Polícia Federal, o que é notável em um sem-número de operações que ganharam as manchetes.

    Perseguição à imprensa? Paranóia, para dizer o mínimo. Melhor dizendo: a imprensa que persegue Lula! Basta comparar o tratamento dado a Lula e Serra por Folha, Veja, Globo, Estadão. Vendo o que acontece aqui, eu até entendo as razões de Chaves para confrontar a imprensa venezuelana. Nossa imprensa não informa, deforma. Por sinal, quem tem fama de pedir a cabeça de jornalistas inconvenientes não é Lula, mas sim Serra e Aécio.

    Rafael, estou na metade do texto, e sinceramente, cansa-me rebater a calúnia de um texto tão desprezível. Lorota atrás de lorota. Por exemplo, o caso dos supostos desertores de Cuba. Quem quiser, jogue isso no Google e leia as várias versões da história antes de formar uma opinião. Enfim, nesse caso dos atletas cubanos, a mesma técnica empregada pelo autor deste texto ridículo: repetir uma mentira mil vezes, até que alguém acredite nela.

    Um dos melhores alunos de matemática do Ita, arrogante, pretensioso, ressentido, mal-educado e desrespeitoso. Senhor ex-presidente da Telebrás, onde estavas quando foi feita a criminosa privatização de nossas telecomunicações? E não venham me falar que o serviço hoje em dia é melhor que quinze anos atrás (mesmo poorque não é). Antes, a Telebrás (criação dos militares que, em substituição a ineficientes concessionárias estrangeiras conseguiu integrra o Brasil via microondas) era deficitária por praticar tarifas sociais – a assinatura de um telefone ficava em menos de um real por mês. Hoje, pelo mesmo serviço, pago mais de R$50 ao mês aos espanhóis que vez por outra derrubam minha internet. Não teria sido melhor manter a Telebrás sob regime de liberdade tarifária, permitindo a criação de empresas-espelho privadas como concorrentes?

    Ah, esqueci. O Sr ex-presidente da Telebrás não gosta de Lula. Deve doer a alguém sem humildade reconhecer que um cabra que veio do Norte em um pau-de-arara aprendeu muito mais na escola da vida do que um doutor do Ita fluente em francês, alguém provabvelmente saudoso do estudado, bilíngüe e entreguista FHC. Já imagino o mesmo sujeito escrevendo textos contra a Dilma, daqui a quatro anos…

    • Rafael Reinehr

      Direita, esquerda, alto, volver…
      Prezado amigo Ricardo, obrigado pela consideração. Acho que te deste ao trabalho de fazer tão bela crítica e expor teu ponto de vista porque me considera não uma pessoa ruim, ou com maus princípios, mas talvez ingênua. Pelo que agradeço. Conscientemente, posso dizer que, de fato, não sou mau. Talvez um pouco ingênuo ou “superficial”, mas como pessoa do povo (daquelas que trabalham 8, 10, às vezes 13 horas por dia) posso dizer que tenho sentimentos e também uma capacidade de análise crítica que não pode ser desperdiçada.

      Em primeiro lugar, o que posso dizer é o seguinte: não me interessa se Lula foi o melhor ou o pior presidente que já tivemos. Não sou cientista político e meu conhecimento da história política do Brasil não é o melhor para comparar os presidentes. Acho isso temerário, pois deixar de lado o contexto histórico internacional é algo que fatalmente levará a análises parciais e provavelmente injustas.

      O que me interessa é que, após 3 eleições consecutivas votando no presidente Lula, finalmente consegui elegê-lo. E o elegi em função do seu programa de governo, das propostas que o mesmo tinha para o nosso país.

      Durante dois longos anos fiquei esperando que fossem dados os primeiros passos ao que a história e as promessas do meu candidato sugeririam. Aguardava pacientemente, imaginando que não seria fácil mudar tudo assim, de uma hora para outra. O fato é que passaram-se quatro anos, e agora estão completando mais quatro e o que temos? Bolsa-família? Nossa que grande avanço! Espera: agora teremos também um submarino nuclear que vem com um pacote de transferência de tecnologia de 19 bilhões de dólares! Já temos também um avião presidencial, isso é muito bom!

      Enquanto isso, na cidade aqui do lado (e em outros 3 mil municípios do país) não há uma nutricionista contratada ou concursada para orientar hábitos alimentares mais saudáveis para a população, que segue morrendo ou onerando este desprezível sistema de saúde que piora ano após ano. Enquanto isso, nosso presidente aproveita para induzir o povo cada vez mais ao consumo desenfreado de produtos, comprem, consumam, trabalhem. Afinal, vocês precisam estar ocupados para não poder perceber o que está acontecendo. Vamos deixar a “economia” e os seus senhores aquecidos, com os bolsos cheios.

      Meu amigo Ricardo, Lula é mais do mesmo. É mais um esperto que está fazendo o seu pé-de-meia e da sua família abraçado em iniciativas populistas que não estão vinculadas a nenhum retorno para a sociedade como um todo. O Bolsa-família é um remendo que deseduca. Se ao menos ele estivesse fortemente vinculado a um sistema de cobrança pública de retorno como, por exemplo: ganha bolsa família, precisa 1x/semana ajudar na creche comunitária, ou ajudar na limpeza ou organização do bairro, algo assim. Também acho que estudantes de Universidades Públicas devessem retribuir com trabalho nos seus primeiros anos de formados, mas isso é outra conversa…

      Temos tantos bons exemplos de como estimular a cooperação e tudo que se faz, ainda, neste sistema, é acirrar ainda mais a competição. Não nego o aumento do bem-estar para as classes mais baixas, mas jamais vou aceitar a traição de uma pessoa que assumiu que seguiria por um determinado caminho e abraçou outro, totalmente diverso.

      Concordo contigo e com o Stephen, ali embaixo, que o texto é preconceituoso e arrogante em várias partes. Também me deixou desconfortável esta questão. Entretanto, e sinto discordar de você agora, se não concordo com tudo que está escrito, faz sentido para mim a maior parte e hoje, posso dizer que me envergonho de ter, durante 14 anos da minha vida, acreditado na possibilidade de um governo liderado pelo PT que mudasse de fato o stablishment.

      Mais do mesmo. É o que vemos aí.

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