Onde perdemos?
Quase Filosofia

Onde estão a vida, o conhecimento e a sabedoria?

Onde está a vida que perdemos quando vivos?
Onde está o conhecimento que perdemos com a informação?
Onde está a sabedoria que perdemos com o conhecimento?

(Eliot – Coros de “A Rocha”)

O trecho acima de T.S. Eliot sintetiza em 3 versos um dos grandes problemas da contemporaneidade: o desaparecimento da intuição e da sensibilidade característica dos animais e dos indígenas antigos. A tecnologia, idealizada para reduzir o trabalho do homem, deixando-o livre para viver sua vida acabou por escravizá-lo. Máquinas tomam o lugar do humano, criando desempregos e subemprego. Gadgets e novas tecnologias fazem o homem aumentar as horas trabalhadas em busca de status e bens materiais cada vez mais “modernos”. A quantidade diária de informação à qual somos inevitavelmente submetidos já não acrescenta, mas subtrai conhecimento, já que não há foco. E será que o acúmulo de conhecimento tem nos feito mais sábios ou apenas tem sido utilizado para que alguns consigam mais facilmente subjugar aqueles que não têm acesso ao mesmo?

São reflexões pertinentes para o tempo em que vivemos. E Eliot mesmo complementa, em The dry salvages:

vivemos a experiência mas perdemos o significado
e a proximidade do significado restaura a experiência
sob forma diversa, além de qualquer significado. Como já se disse
a experiência vivida e revivida no significado
não é a experiência de uma vida apenas
mas a de muitas gerações – não esquecendo
algo que provavelmente será de todo inefável…

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2 Comentários

  • Eduardo Sabbi

    Capacidade
    Com duas mãos, um garçom carrega certa quantia de louças. Se colocar mais, tudo se vai ao chão. É preciso deixar aquelas na cozinha para buscar outras. O limite da nossa capacidade fica mais claro nas olimpíadas, onde buscamos, mas nem sempre derrubamos os recordes. E com nossa cabeça, não seria também assim? Não teríamos uma determinada “memória RAM” que, para armazenar algo, precisa se desfazer de outro? Quem sabe, como mostra a evolução, nosso esqueleto e fisiologia possam buscar uma adaptação frente a essa nova realidade. Que sabe, quem sabe…

    Grande abraço Rafael.

    • Rafael Reinehr

      Analogias: homem e sociedade
      Eduardo, a metáfora que utilizaste é sensacional. Qual é o limite da nossa “memória RAM”? Haverá adaptação se chegarmos ao nosso limite? Já chegamos?
      Entretanto, o raciocínio que ando propondo é o seguinte: como o garçom, temos duas mãos, uma memória RAM de X gigabytes e a capacidade de carregar X copos. Entretanto, se convidarmos 3 garçons amigos nossos para carregar copos conosco, seremos juntos 8 mãos (sem piadas com manetas aqui!), teremos uma memória RAM de Y (4X?) gigabytes e carregaremos Y copos (4X?).
      Ou seja, reformulando a já famosa sentença gestaltiana apropriada por Edgar Morin na formulação de seu pensamento complexo, penso que o todo é (pode ser) maior do que a soma suas partes. Como seres sociais conseguimos muito mais do que sozinhos. Não só somamos mas temos a potencialidade de multiplicar nossas capacidades. É bem certo (e experiências como o Holocausto mostraram bastante bem) conseguimos também anular nossas potencialidades. Muito mais do que uma escolha maniqueísta, temos aí uma escolha complexa. Humana, demasiada humana.

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