A Ideologia do Anarquismo – Apontamentos
“Cada fragmento de trabalho bem sucedido incita o desejo de uma maior perfeição e uma inspiração mais profunda; cada nova forma torna-se o prenúncio de novas possibilidades de desenvolvimento. Mas o poder sempre tenta manter as coisas onde estão, seguramente ancoradas em estereótipos. Este foi o motivo de todas as revoluções da história. O poder opera apenas destrutivamente, dedicado apenas em forçar todas as manifestações da vida social à camisa-de-força de suas regras. (…) E essa incompreensão de seus objetivos deixa sua marca também em seus representantes, fazendo-os freqüentemente estúpidos e brutos, mesmo quando são naturalmente dotados dos melhores talentos. Quem está constantemente lutando para forçar tudo numa ordem mecânica, finalmente se torna, ele mesmo, uma máquina, e perde todos os sentimentos humanos.
“A liberdade é a verdadeira essência da vida, a força propulsora de todo desenvolvimento intelectual e social, a criadora de toda perspectiva para a humanidade futura. A libertação do homem da exploração econômica e da opressão intelectual, social e política, que encontra sua maior expressão na filosofia do anarquismo, é o primeiro pré-requisito para a evolução de uma cultura social superior e de uma nova humanidade.”
“O anarquismo é uma corrente intelectual definida de pensamento social, cujos adeptos advogam a abolição na sociedade dos monopólios econômicos e de todas as instituições políticas e sociais coercitivas. No lugar da ordem econômica capitalista, os anarquistas teriam uma livre associação de todas as forças produtivas baseadas no trabalho cooperativo, que teria por único propósito a satisfação das exigências necessárias de cada membro da sociedade. No lugar dos atuais Estados nacionais, com sua maquinaria sem vida de instituições políticas e burocráticas, os anarquistas desejam uma federação de comunidades livres que devem estar vinculadas por seus interesses econômicos e sociais comuns e que devem resolver suas questões por meio do acordo mútuo e do livre contrato.”
“O prodigioso desenvolvimento do nosso sistema econômico, levando à poderosa acumulação social de riqueza nas mãos de minorias privilegiadas e à repressão constante da grande massa do povo, preparou o caminho para a reação política e social atual, favorecendo-a de todas as formas. Ele sacrificou o interesse geral da sociedade humana em favor de interesses privados de indivíduos, sabotando sistematicamente assim, um verdadeiro relacionamento entre os homens. As pessoas esqueceram que a indústria não é um fim em si mesmo, devendo ser apenas um meio de assegurar ao homem sua subsistência material e de tornar acessível a ele as dádivas de uma cultura intelectual superior.”
“O poder crescente de uma burocracia política sem alma que supervisiona e protege a vida dos homens, do berço ao túmulo, está criando obstáculos cada vez maiores à cooperação entre os seres humanos. Um sistema que, em cada ato de sua existência, sacrifica o bem-estar de grandes segmentos do povo, de nações inteiras, para a ambição egoísta pelo poder e para os interesses econômicos de pequenas minorias, deve necessariamente dissolver os laços sociais e levar a uma guerra constante de cada um contra todos.”
“Enquanto milhões de seres humanos de todos os países tinham de vender seu trabalho a uma pequena minoria de proprietários e se afundar na mais desgraçada miséria caso não encontrassem compradores, a suposta igualdade perante a lei permanecia apenas uma fraude piedosa, uma vez que as leis eram feitas por aqueles que se encontravam na posse da riqueza social. (…) da mesma forma, não se pode falar sobre o direito do homem sobre sua própria pessoa, uma vez que o direito termina quando se é obrigado a se submeter à ordem econômica de outrem, se não se quer morrer de fome.”
Saint Simon: “Virá um tempo em que a arte de governar o homem desaparecerá. Uma nova arte tomará o seu lugar, a arte de administrar as coisas”.
“O socialismo será livre ou simplesmente não o será.”
“As instituições sociais foram forjadas por necessidades especiais para servir propósitos definidos. Dessa forma, concebeu-se o Estado moderno, quando os privilégios econômicos e as divisões de classes associados a ele tornaram-se proeminentes no quadro da antiga ordem social. As recém-chegadas classes proprietárias necessitavam de um instrumento político de poder para manter os privilégios econômicos e sociais sobre as massas de seu próprio povo e para impô-los de fora, a outros grupos de seres humanos. Assim, surgiram as condições sociais apropriadas para a Evolução do Estado moderno como o órgão de poder político para a subjugação e opressão das classes não proprietárias. Essa tarefa é a razão essencial da sua existência.”
“O anarquismo não acredita em nenhuma verdade absoluta ou em qualquer objetivo final definido para o desenvolvimento humano, mas em um aperfeiçoamento ilimitado dos padrões sociais e condições de vida humana que estão sempre se esforçando para chegar em formas mais elevadas de expressão, às quais, por esse motivo, não podem designar nenhum fim definitivo ou estabelecer nenhum objetivo fixo. O grande mal de qualquer forma de poder é que ele sempre tenta forçar a rica diversidade da vida social em formas definidas e ajustá-la a normas particulares. (…) É o triunfo perfeito da máquina política sobre a mente e o corpo, a racionalização do pensamento humano, o sentimento e o comportamento de acordo com as regras estabelecidas pelas autoridades e, conseqüentemente, o fim de toda cultura intelectual verdadeira.”
“Para o anarquista, a liberdade não é um conceito filosófico abstrato, mas a possibilidade vital concreta de todo ser humano desenvolver completamente as capacidades e talentos com os quais a natureza o dotou, revertendo-os em valor social. Quanto menos se interfere neste desenvolvimento natural do homem pela vigilância eclesiástica ou política, mais eficiente e harmoniosa torna-se a personalidade humana, mais ela se tornará a medida da cultura intelectual da sociedade na qual ela cresce.”
Rocker cita Nietsche: “Ninguém pode, afinal, gastar mais do que tem. Isso vale para indivíduos e vale para os povos. Se uma pessoa desgasta-se pelo poder, pela alta política, pelo casamento, pelo comércio, parlamentarismo, interesses militares – se uma pessoa dá a quantidade de razão, determinação, vontade, auto-controle que constitui seu eu para uma coisa, ele não a terá para outra. Cultura e Estado – que ninguém se engane com isso – são antagônicos: o Estado cultural é apenas uma idéia moderna. Um vive sobre o outro, um prospera às custas do outro. Todos os grandes períodos da cultura são períodos de declínio político. Tudo o que é grande, num sentido cultural, é não político, é mesmo antipolítico”.
“Cada fragmento de trabalho bem sucedido incita o desejo de uma maior perfeição e uma inspiração mais profunda; cada nova forma torna-se o prenúncio de novas possibilidades de desenvolvimento. Mas o poder sempre tenta manter as coisas onde estão, seguramente ancoradas em estereótipos. Este foi o motivo de todas as revoluções da história. O poder opera apenas destrutivamente, dedicado apenas em forçar todas as manifestações da vida social à camisa-de-força de suas regras. (…) E essa incompreensão de seus objetivos deixa sua marca também em seus representantes, fazendo-os freqüentemente estúpidos e brutos, mesmo quando são naturalmente dotados dos melhores talentos. Quem está constantemente lutando para forçar tudo numa ordem mecânica, finalmente se torna, ele mesmo, uma máquina, e perde todos os sentimentos humanos.
“A liberdade é a verdadeira essência da vida, a força propulsora de todo desenvolvimento intelectual e social, a criadora de toda perspectiva para a humanidade futura. A libertação do homem da exploração econômica e da opressão intelectual, social e política, que encontra sua maior expressão na filosofia do anarquismo, é o primeiro pré-requisito para a evolução de uma cultura social superior e de uma nova humanidade.”
3 Comentários
José
…calma…anarquismo como ideologia cheira à oportunismo político partidário. …uma corrente de pensamento, onde não existem obrigações sociais pré definidas, onde eu posso pensar livremente, mesmo que de forma distinta ao meu vizinho passa longe de uma “ideologia” como a “midia” assim classifica de forma contraditória e torpe. …aí inventam literalmente a capitalista de direita…a socualista de esquerda, quando, primitivamente como um sopro de idéias individuais o anarquismo é impossibilitado, pela sua própria natureza libertaria, de tomar partido, pois ele representa a liberdade inteira do indivíduo em particular….nem revolução francesa , tampouco um enorme “A” pode traduzir um sentimento de liberdade individual….caso contrário será tudo, menos anarquismo…É uma idéia, não um ideal coletivo, pois nele emana as suas próprias vontades, não as vontades coletivas….anarquismo é não ser igual a outrem, porque ninguém é igual em seua mais intimos anseios….anarquismo sou eu acordar 7 horas e meu vizinho 12 horas, pois cada um tem sua visão de vida terrena. …sou eu beber como louco e meu outro vizonho não gistsr de bebidas….Não se forma uma “ideologia” em seu sentidi próprio. ..é impossível, o que vemos à tempos são oportunismos para tirar vantagem de algo natural da constituição do ser humano. ..nada mais do que isso….
luciano
o Aparecimento do real incondicional.
A permanencia da busca para o libertar, justificando a utopica inclinçao dos sentidos para o mudar> O real modelo para cada ser nos dorna incompreencivel, imagina a condensaçao do regine uno em realçao ao espaço , tempo e tragetoria do caminhar para o modelo do texto passado. Podemos ter nosso mleberdade, massa ….onde estar nosso respeito. Somos enternamente e verdaddeiro megalomaniacos em tempo de algum só. Pemita-me iniciar tal proposta para minha revoluçao. Tu sabe o que é rua? se nao sabe corra.
assim podemos vencer. abraços libertario!
açao libertaria dos tropicos de capricornio.
ruy de castello branco
o texto está muito bem escrito. define exactamente tudo o que eu procurava saber para me considerar , definitivamente , um seguidor desta ideologia. Parabens