Frugalidade
Ser frugal é ser simples em nossos costumes, em nossa forma de viver. É não correr demasiado em busca do ter, pois reconhece-se a ilusão de que isto é feito. É evitar o desperdício, é preocupar-se com a ecologia, é dispensar hábitos caros, é suprimir a necessidade de auto-gratificações constantes.
Ser frugal é ser simples em nossos costumes, em nossa forma de viver. É não correr demasiado em busca do ter, pois reconhece-se a ilusão de que isto é feito. É evitar o desperdício, é preocupar-se com a ecologia, é dispensar hábitos caros, é suprimir a necessidade de auto-gratificações constantes.
Moderação, sobriedade, temperança, simplicidade são palavras que têm afinidade com frugalidade. Ser frugal é conseguir perguntar: “preciso mesmo disto” e “se eu comprar isto serei mesmo mais feliz”? antes de colocar a mão na carteira ou rabiscar o talão de cheques. É aprender a fazer certas coisas de forma diferente, é procurar opções mais baratas, é resistir à pressão social consumista.
A frugalidade ou simplicidade é junto com a compaixão ou amor e a humildade ou modéstia um dos Três Tesouros do Taoísmo.
A frugalidade não se furta a dormir em uma cama, mas não exige que a mesma seja emoldurada com diamantes e suas colchas não precisam ter fios de ouro. A frugalidade senta-se à mesa e come o pão e toma o vinho, mas não necessita que o vinho seja francês da safra de 1968.
Ser frugal é, em suma, um atalho para a felicidade.
18 Comentários
Ge
Sou Universitário de Marketing, e esses dias estava estudando sobre a sociedade Frugal…
Gostei muito da definição da Professora, e até me comparei á uma pessoa certamente frugal, mas como faço Marketing e isso procura satisfazer os desejos e as necessidades das pessoas, consequentemente numa sociedade “consumista”, parei para pensar se não seria ruim para o Marketing a sociedade Frugal, e num é que a professora me respondeu que será um DESAFIO!!!
Enfim ser Frugal é dar valor ao seu dinheiro e ser Feliz com o que se tem e com o que se é, buscando o essencial e também a durabilidade.
Abrss.. Ge de Franca – SP
Marcio Rodeiro
Frugalidade
Frugalidade é poder ser simples mesmo dentro de um Cadillac, fincar o pé no chão, sentir-se humano e responsável pela Terra e pelo que se faz ao próximo (bem ou mal). Sucesso acompanhado de grana não é pecado, mas o que se faz com os dois é ponto a ser levado em conta. Ser frugal é poder viver observando-se ao redor sem sofrer, mas opinar e melhor, tentar mudar quando for oportuno. ^_^
Osmar Fernandes
ser frugal
Ser frugal pra mim é ter dinheiro e não exibí-lo,ser feliz com o que a vida te deu oportunidade de conquistar com diguinidade e fundamentalmente conhecer seus limites e respeitar todas as pessoas que de alguma forma se aproxima de voce. Um abraço a todos os leitores. Goiania – Go
Rafael Reinehr
Obrigado!
Obrigado pela sua bela e peculiar definição Osmar. Seja sempre bem-vindo. =)
Aderlan
Os anarquistas foram citados
Salve!
Muito bom o texto, o nível do debate e dos debatedores.
Preciso apenas fazer uma pequena incisão como bom anarquista.
Anarquismo e hedonismo não se confundem em nenhuma das infinitas correntes anarquistas, ou não.
Bem, não entendo muito de hedonismo que sempre me pareceu a hipérbole do egoísmo, e por isto não faz sentido algum, se alguém gosta tanto de si, se enfie dentro de uma concha e morra.
Por outro lado toda história do anarquismo está edificada sobre o altruísmo que combina muito com frugalidade, já ouvi falar em anarco-egoísmo, de motivação psicológica, mas me parece tão contraditório (mesmo para um anarquista), que não pode ser defendido, beira o solipsismo.
Saudações Anarquistas a todos.
Rafael Reinehr
Max Stirner
Olá Aderlan. Uma exceção, dentro do anarquismo, é Max Stirner, um filósofo defensor radical do “Eu”, do egoísmo, considerado a “extrema esquerda” do anarquismo.
Mas concordo plenamente contigo: anarquismo lembra altruísmo, e quem não percebe isso é porque não se deu ao trabalho de conhecer o suficiente.
Um abraço fraterno e seja sempre bem-vindo.
SUZANA PACIENCIA
EU SOU FRUGAL?
Ser frugal é amar as pessoas, não importando o que ela pode dar em troca. Mas sabendo que voçê pode fazer muito por ela. Ajude o seu próximo.
Mahai
Ia esquecendo, dias destes tu indicou uma coletânea de jazz com temas de séries.
Tenho uma coleção, 3 CDs, da Gitanes (Polygram França) chamada The Soul of Jazz, nela tenho algumas versões de clássicos de seriados. Vale a pena.
Querendo cópia…
Mahai
Bom caldo de cana é o fermentado. Ainda mais neste frio para descer floreando
na goela e parar na meia costela.
Neste frio troco a cerveja gelada por um tinto.
Impossível colocar-se no lugar de outrem, nem em exercício mental, muitas variáveis.
Como diria um velho deitado, cadum, cadum.
Conheço muitas pessoas que largaram bem mais de o valor citado pela tranquildade. Para abrir mão de algo é preciso ter e hoje em dia a maioria não tem. O meu entorno, ruas de diversas cidades do RS anda muito pobre, hoje em dia isto tem me agredido demais, sempre agrediu, mas anda insuportavelmente triste.
Quando escrevi não pregar a simplicidade não quis dizer que não a exercito, simplesmente acho contraditório pregá-la enquanto busco gadgets para comprar, curto também almoços e jantas prazeirosas.
Tenho duas máximas que uso muito> Simples, porém complexo. E que a vida é como um número imaginário (i), há uma parte real e outra imaginária.
A raiz quadrada do menos um é o exercício diário do mundo ideal. Frugal, mas com pitadas de conforto, para todos. Todos.
Rafael Reinehr
Difícil é…
…mas não custa tentar ao menos equilibrar as pulsões extremadas do nosso mundo ocidental com um pouquinho de “redução da velocidade”.
O que você diria de um cara que resolve reduzir 10 horas de trabalho por semana e com isso aceita receber 4 mil reais a menos por mês? Seria este cara um louco, pois não valoriza o produto de seu trabalho e as possibilidades que esta renda lhe dá? Seria ele um sábio que percebeu que a vida é mais do que acúmulo de riqueza? Seria ele um tolo, um ignorante ou um perdido? Como caracterizar e rotular alguém sem exercitar a alteridade, sem colocar-se empaticamente em seu lugar e entender os anseios e objetivos daquela pessoa?
Não deixarei de lado o consumo. Dou bastante valor às coisas e pessoas que me trazem prazer e conforto. Apesar de concordar com os anarquistas que lá no fundinho, agimos por prazer, não me considero um hedonista no sentido clássico do termo, porque muitas vezes me privo do prazer imediato em função de uma economia futura. O hedonista clássico aproveita tudo no aqui e agora. Não segura o orgasmo para ter um prazer maior depois.
Esse assunto daria um bom caldo de cana numa mesa de bar, regado à frugais cervejas geladas…
MAHAI
Pois é, acho difícil o modelo Taoísta na cultura ocidental, buscar a simplicidade num mundo que nos oferece tudo?
Eu sou consumista assumido e quando posso consumo o que de melhor posso me proporcionar, sem pregar a simplicidade.
As vezes é bom olhar as prateleiras, o susto pode ser grande com as frugalidades que lá encontramos.
Rafael Reinehr
Relativizando…
É um legítimo paradoxo: entrar em um ambiente em que tudo parece ser feito com carinho, atenção, simplicidade e amor, em que se é tratado com tanta deferência que até se esquece que é o dinheiro que está comprando e em que a sofisticação afina-se com a personalização.
Frugalidade não deve ser confundida com pobreza ou com avareza. Uma coisa é viver-se para o consumo sem reconhecer o impacto que se está tendo no ambiente. Permitir-se pequenos prazeres eventualmente não entra, não em minha cabeça, com o conceito de frugalidade. Não sou defensor da frugalidade absoluta, do contrário estaria no Nepal neste momento. Acredito que, sim, possamos ser MAIS FRUGAIS e menos consumistas. Sou algo avesso ao absoluto, talvez porque não acredite nele (apesar de, em alguns aspectos teimar em buscá-lo). Nossa vida é um processo e, acredite, estou melhorando aos poucos. Entretanto, a não ser que me engane, não serei eu um perfeito monge budista nos anos que virão…
Mahai
Ser frugal é jantar no jantar no “Il Piccolo Alquimista”?
Cláudio Costa
O simples que é o máximo
Por coincidência, escrevi um post sobre comidas mineiras simples que são (ou foram) o máximo para mim. Lembranças…
Rafael Reinehr
Suco de frugalidade
Allan, viste como podemos possuir “tesouros” que não são supérfluos ou extravagantes? :zzz
Ana, é um desafio e um teste de resistência nesta sociedade do hiperconsumo. Também não sou contra um “automimo” ou um mimo a quem se ama. A diferença entre isso e o “consumir por consumir” é brutal.
Valter, bom saber que dormes bem. Durmo melhor assim.
valter ferraz
frugal
Rafael,
sou frugal. Contento-me com o que tenho. Não sofro pelo que não tenho. Já tive três carros na garagem, oito funcionários, um contrato com uma multinacional que mke tirava o sono.
Hoje, não tenho carro, faço o que tem que ser feito, aquilo que não sei, pago para alguém que saiba. O contrato? perdí faz tempo.
Ah! tem uma mulher que me ama a quem eu adoro. Não te disse que sou frugal?
Grande abraço
Ana Schirmer
Gostei do post.
Ser feliz com o que se tem é um desafio para muitos hoje em dia.
Claro que não é um horror comprar alguma coisa que temos vontade, mas que não sejamos extravagantes. Não há necessidade.
Allan
Frugal
Peraí, você fala em frugalidade e depois explica que é um “tesouro”? 🙂
Ser frugal é ser feliz. Ou, como diz um ditado italiano: “Chi si accontenta, gode.” (Quem se contenta com pouco, goza.)