
DVG#007 – Onde você puxa a cordinha?
Hoje estava escutando um vídeo do Ali Abdaal sobre Tornar-se rico e o mesmo confessava que, para tanto, era necessário tornar-se obsessivamente preocupado por tornar-se rico para que isso acontecesse. Só depois você poderia se dar ao luxo de relaxar, curtir a vida, escrever livros sobre assuntos que te interessam, viver de forma alinhada com a tua essência. Assim como um excelente atleta precisaria abrir mão de muita coisa para se tornar excelente, tirando pessoas que trabalham com tecnologia ou finanças, as demais precisariam, de alguma forma, mergulhar no “projeto enriquecer” para de fato se tornarem ricas (exceções óbvias feita a herdeiros e outras situações particulares, como acertadores de loterias, rsrsrs!)
Pois, enquanto escutava parte desse vídeo – sentindo aquele incômodo característico de qualquer afirmação muito suntuosa e que não deixa escape para exceções – e identifico, de pronto, várias pessoas que tornaram-se ricas atendendo ao seu chamado e fazendo, desde o princípio, o que seu coração lhes mandava – estava eu na privada do Restaurante Petrus, em São Pedro do Sul, depois de ter degustado um excelente churrasco de ovelha e, ao puxar a cordinha da privada, me veio de imediato uma sacada, que quero compartilhar com vocês.
Vejam a foto da cordinha, e depois vamos ao insight:
Como claramente você pode ver, a cordinha está mais escura e suja na parte de baixo e gradativamente vai ficando menos suja e mais clara à medida em que subimos o olhar, até estar quase totalmente “limpinha” e branca na parte bem superior.
O que isso nos mostra? Que a maioria das pessoas, depois de ter feito a sua necessidade fisiológica, quer seja ela do tipo 1 ou tipo 2, ou algo no meio, puxa a cordinha pela parte mais baixa, sem nenhuma reflexão, por hábito ou condicionamento.
Do meu lado, tenho o hábito de sempre puxar a cordinha lá por cima, mesmo sabendo que vou lavar as mãos depois, para evitar o contato com a parte mais suja e frequentemente usada da cordinha.
Assim é, de certa forma, na vida: a maior parte das pessoas agem por hábitos e condicionamentos impostos ou naturalmente arraigados, sem nunca refletirem sobre sua condição ou sobre se é possível otimizar seus processos e condições de vida.
Que fique bem claro: não quero dizer que puxar a cordinha em cima faça qualquer diferença no que diz respeito a desfechos sanitários, de bem-estar ou longevidade. Apenas usei o exemplo da cordinha para lincar o pensamento com minha percepção que na vida estamos distribuídos em pessoas mais e menos atentas sobre como a vida e o mundo funcionam, pessoas que estão mais presentes a cada momento, vivendo o aqui e agora (e portanto menos propensas a depressão (excesso de passado) e ansiedade (excesso de futuro), mais propensas a adaptações positivas que levem a um incremento positivo de sua qualidade e condição de vida – incluindo aí sucesso profissional, financeiro e até mesmo nos relacionamentos.
Não importa tanto onde você está puxando a cordinha – desde que você tenha consciência dos seus atos no momento em que os realiza e das potenciais consequências de suas escolhas. O próximo passo é ser auto-responsável e não delegar para terceiros os desfechos advindos do que você escolhe ou não fazer bem como e em que ordem você realiza suas ações. Pois isso também é importante: abrir mão da vida pessoal, não ver seus filhos crescerem nos primeiros 10 a 15 anos de vida para criar algum tipo de estabilidade ou pretensa riqueza para depois tentar recuperar o tempo perdido ou, pelo contrário, levar uma vida mais frugal mas ter tempo para desfrutar com eles, desde sempre, a companhia um do outro? O que faz mais sentido, depende de cada pessoa, de cada família, de cada grupo de pessoas.
E você, onde está puxando a cordinha da sua vida? Embaixo? No meio? Em cima?
