
DVG#007 – Preparando para a Jornada (Parte 2 do Capítulo 2 de The Oasis Within, de Tom Morris)
Continuo aqui o trecho das anotações comentadas que deixei em aberto no DVG#003 relacionado ao Capítulo 2 do livro O Oásis Interior, de Tom Morris:
Tá. E como sabemos que chegou a hora da mudança? Como sabemos que chegou a hora de mudar nosso foco de uma coisa para outra, da preparação para a jornada, do descanso para a atividade, e vice versa?
Como uma ave sabe quando levantar vôo, e quando pousar em uma árvore ou em uma casa? Às vezes é espontâneo. É criativo. Apenas acontece. Quando envelhecemos, começamos a ter um senso sobre quando é o tempo certo para fazer algo, se estivermos atentos, assim como o caminhante na corda bamba. A vida é sobre timing, sobre este senso sobre o que é certo e errado a cada momento. Quanto mais sábios ficamos, mais apropriadas são nossas decisões e intuições. Até lá, é claro, podemos errar aqui e acolá, pouquinho ou bastantão, e é bom que aprendamos com estes erros para que as próximas decisões sejam cada vez mais afinadas com o caminho e a jornada que desejamos seguir e o que queremos alcançar na vida.
Duas coisas muito importantes sobre mudança, precisam ser ditas aqui:
- À medida em que amadurecemos, começamos a sentir mais e mais adequadamente o fluxo da vida. Quando for o momento certo para a mudança, será como uma fruta madura. A experiência será melhor se a colhermos e comermos assim. Mas quando sentirmos que devemos mudar e, por comodismo, hábito, conforto ou medo não mudamos – acabamos insatisfeitos ou infelizes. Isso nos ensina a seguir nosso senso quando algo novo é necessário.
- Não devemos nunca permitir que sentimentos temporários, mesmo que intensos, nos empurrem para mudanças grandes ou permanentes que possam não ser as certas para nós. Quando se trata de coisas muito importantes, somente nossos sentimentos mais profundos, nossas intuições mais fortes, ligadas com nossos mais altos valores, podem nos guiar bem. Sempre que sentirmos vontade de mudar, mas coisas grandiosas estão em jogo, devemos testar nossos sentimentos para nos certificarmos que eles refletem o melhor que somos. Então podemos responder sabiamente e bem.
💡 Assim, devemos aprender a responder sabiamente a nossos sentimentos. Eles nem sempre podem ser confiáveis, mas podem nos guiar bem se representarem verdadeiramente quem somos, em nosso melhor.
Outra coisa importante é em relação ao comprometimento com nossa situação atual:
- Às vezes, planejamos coisas antecipadamente, baseadas em comprometimentos firmes e promessas que fizemos e devemos permanecer verdadeiros ao plano a não ser que tenhamos uma razão suficientemente forte para nos afastarmos dele.
Mas por que fazer planos? Por que não ser sempre espontâneo, como os pássaros, peixes e crianças pequenas?
- É bom ser espontâneo sempre que se puder ser. Mas planejar permite-nos fazer com que coisas diferentes e que valham a pena aconteçam. Planos são necessários quando estamos em busca de resultados difíceis. Eles tornam possível que convivamos e trabalhemos com outras pessoas. Quando honramos nossos planos, outras pessoas sabem que podem contar conosco. Dessa forma, podemos trabalhar bem juntos e prosperar.
E como fazer para que consigamos manter-mo-nos firmes em um plano ou agenda quando você não está muito a fim? Quando não temos toda auto-disciplina do mundo? Como fazer para gerenciar isso?
- Todos temos sentimentos e desejos que vão e vem. É por isso que devemos seguir nossos sentimentos mais profundos e apropriados, não apenas qualquer emoção ou inclinação que cruzar nossos corações. Muitas vezes, estamos fazendo algo que estamos aproveitando muitíssimo, e gostaríamos de continuar fazendo o mesmo por horas e horas a fio, como navegar nas viciantes redes sociais, assistir filmes ou seriados, divertir-se e celebrar entre amigos e pessoas queridas e tantas outras atividades prazeirosas. Entretanto, também temos (ou deveríamos ter) sentimentos profundos de comprometimento com nosso plano e agenda, e a todas pessoas que dependem de nós. Saber que fazer o que prometemos representa quem somos, nos torna melhor no final. Podemos aprender que deixar de lado tentações imediatas, ou ao menos refreá-las e equilibrá-las com nossos deveres e responsabilidades é muito bom para os melhores resultados no longo prazo. Não é algo simples para dominar, mas é uma das habilidades mais importantes da vida. E nos traz a mais profunda satisfação.
- Ainda, a auto-disciplina de permanecer fazendo algo com que nós livremente concordamos fazer não é algo tão difícil, porquanto nos lembrarmos que ela irá nos satisfazer primariamente no final. Se continuarmos fazendo por muito tempo somente aquilo que nosso prazer e nosso desejo imediato pedir, acabaremos quebrando promessas e pactos feitos com outros e acabaremos desbalanceados e certamente, cedo ou tarde, cairemos da corda bamba da vida.
💡Equilíbrio é algo importante, assim como fazer o que nos comprometemos em primeiro lugar.
Até amanhã.
