Ordem ou Progresso?
De tempos em tempos, trago aqui excertos de textos publicados no Escrever Por Escrever versão “disco rígido” e posteriormente no site Simplicíssimo. Sempre que isso ocorrer, haverá ao final uma data para deixar evidente a data original em que o trecho foi escrito.
“Como vovó já dizia: “Quem não tem colírio usa óculos escuro”… Pois é, quem não tem cão, caça com gato. Pois é justamente essa adaptabilidade característica das pessoas inteligentes que – li certo dia – seria impeditiva do progresso. Para mim isto é algo paradoxal: tudo bem, concordo que se nos adaptamos ao ambiente, mudando a nós mesmos para aceitar ou para viver melhor, certamente não mudaremos este mesmo ambiente, evitando dessa forma o “progresso”. Mas será que o “progresso” é sempre necessário? Será que embutido na palavra “progresso” não está um sentido de necessidade, ou seja: só se deve progredir e mudar algo quando isto realmente é necessário, quer seja para aperfeiçoar, para facilitar, para tornar mais cômodo ou inteligível?… Além do que, creio que juntamente com a palavra inteligente vem a sapiência, a capacidade de discernir quando o progresso, ou a modificação do ambiente será mais benéfica do que a mudança de si próprio para se adequar às necessidades do meio.”
“Tem tanta coisa que me vem à cabeça durante o dia e dá vontade de escrever mas ou eu estou ocupado fazendo alguma coisa (na maioria das vezes) ou não estou com saco de escrever ou simplesmente acho que vou me lembrar mais tarde mas acabo esquecendo (nossa! Essa frase ficou uma loucura sem pontuação!!!) e no fim das contas não consigo deixar registrado. Acho que isso é um sinal de senilidade. Afinal de contas, existem três sinais de senilidade: o primeiro, é a falta de memória; os outros dois… bem, os outros dois eu não lembro!”
(escrito originalmente em 05/06/2000)