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As Olimpíadas do Pateta

Resolvi mudar meu visual. Ajeitei o cabelo e dei uma caprichada no cuidado da pele. Mas a preferência pela camisa azul não me larga. Essa vai comigo onde eu for!

Há algum tempo atrás, me lembro de escrever artigos sempre buscando uma rudeza básica que, ao mesmo tempo que trazia para mim uma certa antipatia por parte de alguns leitores mas também trouxe uma legião de fãs. Atualmente, tento fugir um pouco desta “agressividade forçada”, e ando me preocupando menos em irritar (ou agradar) aos leitores e estou sendo mais fiel com os fatos e suas mais prováveis verdadeiras interpretações.

Estamos em épocas de Olimpíadas. A cada quatro anos, temos uma nova chance de utilizar este “termômetro de desenvolvimento” que enaltece as façanhas de Estados Unidos, França, Alemanha e Inglaterra – mas também da Rússia e de Cuba.

É certo que nos últimos anos o Brasil não tem conseguido demonstrar claramente todo seu potencial. O “País do Futebol” nem conseguiu enviar sua seleção principal para lá neste ano… Em compensação, temos um dos melhores iatistas do mundo, uma campeã mundial de ginástica olímpica, campeões mundiais no voleibol de quadra e de areia e, se o futebol de salão fosse esporte olímpico, teríamos uma medalha garantida.

Li em uma revista esses dias acerca da propaganda nazista que fora sido feita com auxílio das Olimpíadas de Berlim em 1936. O autor, ironicamente celebrava, em contraponto ao filme de Leni Riefenstahl, o curta O Campeão Olímpico, estrelado pelo Pateta. É… aquele mesmo, o personagem de Walt Disney. No filme o astro tropeça nos obstáculos, se esborracha na pista e “vence Hitler”.

Dizia ele que a queda dos atletas brasileiros nestas Olimpíadas não teria a capacidade de derrubar Hitler, já que não temos nenhum no Brasil, mas tão somente, quem sabe, algum diretor do Banco do Brasil.

Posso afirmar, discordando do autor do texto que, se algo vai derrubar o diretor do Banco do Brasil não será o desempenho do Brasil nas Olimpíadas, mas tão somente sua (in)competência em gerenciar aquilo que lhe é determinado.

Quanto ao filme do Pateta, uma das grandes lições que o mesmo ensina em seu cândido filme, pode ser resumido em um trecho de uma música referente ao filme que, traduzida para o português fica mais ou menos assim:

“Você pode ser supercampeão,

Você pode ser um craque

Mesmo sendo supertrapalhão,

Ou um jogador de araque

Você pode ser supercampeão

Siga o exemplo do Pateta

Pois mesmo quando caiu,

Ele jamais desistiu

Ele é mesmo um grande atleta”

Rafael Reinehr é médico endocrinologista, anarquista, escritor, permacultor, ativista oikos-socio-ambiental e polímata ma non troppo.

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