23/05/2003 – #024 – Poesia prá quê?
“Não há, ó gente ó não, luar como esse do sertão…“
Quando conseguimos parar nossas vidas, descer delas, dar uns passos e olhar para ela, ali, inerte, podemos aprender muito. Podemos aprender que velocidade em excesso não é bom. A pressa é realmente inimiga da perfeição.
Contemplação é necessária para que possamos perceber que fomos feitos também para gozar a vida, não somente construir futuros desenfreadamente sem usufruir. Volta e meia nos deparamos com problemas em nossa existência. Desde os mais simples: dívidas a pagar, prazos de entrega ou realização de compromissos, até mais importantes como casamento, aposentadoria, falecimento de entes próximos, etc. Nesses momentos, alguns de nós têm a percepção de que estão em um beco sem saída, encurralados, sem opções. Esse é um momento bom para parar tudo, dar uns passos atrás (ou ao lado) e observar nossas vidas.
Crises vitais e problemas são, na verdade, grandes aliados: são ferramentas que nos dão a oportunidade de recomeçar ou incrementar nossas atitudes positivas frente à vida. Momentos de amargura e sofrimento são inerentes à condição humana. Não podemos esquecer disso em nenhum momento. Recarregar as energias é a pedida!
Atravessar precipícios em pinguelas cambaleantes e mergulhar em águas gélidas faz parte do nosso caminho. Sabemos disso, entretanto queremos negar tal aspecto da existência. Contos de fadas são contos de fadas. Vidas reais são as nossas vidas. Objetivos existem e devem ser atingidos, principalmente quando norteados por princípios éticos e morais bem delimitados. Vamos dar o tempo que nossos atos precisam para colher os frutos.
“A tristeza é só um esquecimento. Você esqueceu que foi criado pela luz e para a luz, Mas agora está no escuro, Que é só o meio do caminho” – Cleber Saffi – 29/04/03