Natureza
Nossa Opinião

Blog Action Day – Um momento para uma reflexão sistêmica

 

Natureza

    Hoje, 15 de outubro de 2007, está sendo realizada, no mundo inteiro, uma blogagem coletiva atrelada ao Blog Action Day. Cada blogueiro engajado nesta empreitada publicará neste dia pelo menos um post acerca do meio-ambiente, sobre como preservar nossos recursos naturais, reduzir a poluição individual ou coletivamente.

 

    Se falará muito sobre como reduzir nossa pegada no mundo, como nos tornarmos carbono-neutros, sobre utilização de meios coletivos e alternativos de transporte, a utilização da bicicleta, o uso de energias renováveis e não poluentes, sobre a redução do consumo para reduzir o impacto na exploração de matérias primas e a produção de lixo, a preservação de espécies em extinção, a criação de reservas para proteção de árvores e matas nativas e mais, muito mais. Será, sem dúvida, um dia muito rico, com idéias brilhantes de um lado e reprodução do senso comum do outro.

 

    Eu, por minha vez, vou deixar aqui apenas uma reflexão, uma pergunta que não quer calar:

    Se uma grande nação, ou um conjunto delas, assim como uma grande corporação, ou um conjunto delas, praticam a exploração indiscriminada dos recursos naturais de um país ou região, preocupando-se tão somente com o desenvolvimento econômico imediato, sem previsão e provisão futura, é fácil comcordar-se que isso trata-se de uma violência. Está se roubando o futuro de gerações que ainda estão por vir, e o tamanho dessa violência é incomensurável.

    Agora, digamos que um grupo de ativistas radicais resolva usar a força para evitar que estas corporações continuem agredindo, saqueando e violentando o ambiente, impedindo o acesso dos representantes destas corporações e países aos seus locais de trabalho, aos seus locais de reunião, agindo até com violência contra o patrimônio – não contra os indivíduos – destas empresas predatórias. A pergunta é: estes novos atos de violência se justificam, tendo em vista que pretendem impedir a imediata lapidação de um bem da humanidade ou você acha que “toda violência é má, porque é violência”?

    Justifico a pergunta rapidamente, para que você possa refletir e responder: nos últimos 40 anos ativistas ecológicos têm insistido em ações pacíficas do tipo passeatas carregando faixas com dizeres de ordem contra a dilapidação da natureza, por vezes com dezenas de milhares de participantes. Entretanto, estas caminhadas não chegaram sequer a arranhar a superfície do status quo, e as corporações estão cada vez mais famintas e ativas na destruição limitada apenas pela capacidade de suas máquinas de produzirem e pelo consumo crescente estimulado por uma mídia hipnótica que manipula nossos desejos em um mundo fragmentado, onde o produto de consumo é deificado. Repito a pergunta: utilizar-se de formas violentas contra o patrimônio de empresas que acreditam que a destruição da natureza por elas imposta é justificada e justificável no intuito de fazê-las “repensar” suas atitudes é algo válido? Existe outra forma de fazê-las parar com suas atividades predatórias? Qual seriam essas formas?

    Reflita, e ajude meus netos e os netos deles, se puder…

Natureza

 

(esta postagem está sendo publicada simultaneamente no projeto Nossa Opinião. Confira lá no site a opinião dos outros integrantes do projeto) 

2 Comentários

  • Norberto Kawakami

    Quase lá…
    Eu creio que essa questão só será levada a sério quando se conseguir incluir a preservação do meio ambiente na equação das máquinas de gerar lucro.
    Enquanto isso não acontece, todo esforço para preservação é um paliativo.

  • Pablo Pamplona

    Viva a Lei de Thelema: todo homem, toda mulher, é uma estrela; não existe deus, se não o Homem. Somos livres pra fazer o que quisermos e, se alguém tenta retirar essa liberdade, deve ser morto.

    Bem radical, claro… mas sou completamente a favor do “vandalismo”, terrorismo poético, protestos… e a guerra civil, cada vez mais, parece ser a única saída…

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