Contos
Contos.
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Hipertextualidade e criação: traquinagens de um cientista literário
Tem algumas coisas que quero muito fazer. Uma delas é ter filhos. Bom, vou começar por um só. Bem, se tiver um casal, também seria bom. Outra coisa que gostaria muito de fazer é um livro. Mas o livro, daqueles que entram para a história da literatura, para ser lembrado por muitos anos ainda depois da minha morte. Hoje estava pensando, enquanto vinha pra casa: qual é a força ou fenômeno responsável pela transmutação da ânsia revolucionária em desejo de segurança e conforto? Qual é será o gatilho, circunstância ou conjunção astral que leva um indivíduo consciente da necessidade e de sua possibilidade de mudar o rumo da própria vida…
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Fábula fabulosa
Era uma vez, em um distante reino encantado onde vivia uma linda menina,chamada Branca de Neve. Sua melhor amiga era uma princesa chamada BelaAdormecida. O único problema de Bela Adormecida é que ela era muitodorminhoca. Um lindo dia, enquanto Branca de Neve colhia feijões em seu pede feijãogigante, ela viu uma cena que jamais iria esquecer: um lenhador com seumachado em riste correndo atrás de um menino de madeira que gritava: -"Não fui eu, não fui eu quem comeu a Casa de Chocolate!" – e a cada vez quedizia isso seu nariz crescia mais e mais. Nisso, resolveu voltar para casa e, não mais que de repente, surgiu em suafrente…
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Dormingo
Da cama, a mulher sentia os primeiros raios de sol do dia fenestrarem a janela. Como é bom dormir sem hora para acordar. Tomar café da manhã sem se preocupar com os deveres do dia. Durante algum tempo a mulher ficou na cama, a se espreguiçar, planejando passar o dia inteiro de pijama, escutando música. Sentar tranqüilamente para ler um bom livro. Em instantes, a sensação de vazio que tomara conta da mulher ao perceber o espaço desocupado na cama foi substituída por um suave prazer, sentir o cheiro gostoso de café vindo da cozinha, sentir a presença de quem se ama. Olhando pela janela, nuvens densas e escuras deixavam…