Literatura
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Lenha na fogueira
Alfredo Carvalho Pinheiro Nogueira Oliveira Laranjeira Pereira era um cara de pau. Tinha voz de taquara rachada. No futebol, uma nulidade: um verdadeiro perna-de-pau. Quando lhe perguntavam quando ia casar com Florisbela, batia três vezes na madeira. Trabalhava numa madeireira durante o dia e fazia bicos de carpinteiro depois do trabalho e nos fins-de-semana. Seu prato preferido era filé. Ao molho madeira. Feito em panela de barro. Mexido com colher de pau. Seu perfume era aquele famoso, com odor amadeirado. Quando morreu, não pode usar paletó de madeira: morreu queimado num incêndio na floresta.
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Vida no campo
Morar naquela casa lhe fazia bem. O ar do campo, barulho do riacho ao fundo e os passarinhos pela manhã. No pomar, frutas que jamais imaginara pudessem existir. E que doçura! Aquele entardecer com o sol se pondo mas montanhas, a noite estrelada, deitado na relva… Se soubesse que a vida lá era essa maravilha, tinha assassinado os donos há muito mais tempo.
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Azar
Apostou a vida no Cara ou Coroa. Deu Cara.