As férias de Deus (I)
Pois lá estava ele, em Copacabana, estirado em sua cadeira de praia, óculos escuros e calção de banho vermelho, chapéu de palha e bebendo água de côco.
Maria havia saído para caminhar e Jesus jogava num fliperama ali perto.
Àquele momento, já o haviam confundido por mais de uma vez com o Hermeto Pascoal, e para evitar explicar toda história novamente, já estava até dando autógrafos em nome do multi-instrumentista.
Finda a água de côco, olhou de sobrolho para a direita e passou a admirar a bela vista que aquela praia carioca com suas “meninas do Rio” proporcionava. Já esboçava um pequeno sorriso em seus lábio e preparava um sonoro “fiu-fiu” quando percebeu que uma sombra se insinuava por sobre seus ombros. Era Maria. Havia segurado o assovio bem a tempo!
– Já não era sem tempo Maria! Estava sentindo sua falta!
– Ah é? Que amor, meu bijuzinho! Só você mesmo para ser assim tão descarado! Vai dizer que não estava olhando para o traseiro daquela morena ali adiante?
– Traseira? Morena? Onde?
– Que cara-de-pau!
(continua…)