Lenha na fogueira
Alfredo Carvalho Pinheiro Nogueira Oliveira Laranjeira Pereira era um cara de pau. Tinha voz de taquara rachada. No futebol, uma nulidade: um verdadeiro perna-de-pau. Quando lhe perguntavam quando ia casar com Florisbela, batia três vezes na madeira. Trabalhava numa madeireira durante o dia e fazia bicos de carpinteiro depois do trabalho e nos fins-de-semana. Seu prato preferido era filé. Ao molho madeira. Feito em panela de barro. Mexido com colher de pau. Seu perfume era aquele famoso, com odor amadeirado. Quando morreu, não pode usar paletó de madeira: morreu queimado num incêndio na floresta.
4 Comentários
Guilherme Gurgel
Gostei
Esse foi o primeiro miniconto que li e achei ótimo!
😀
Vou tentar escrever um também para ver se me identifico com esse estilo de texto.
Mahai
Era um pau pra toda obra. Quando fazia barba caia serragem, usava uma plaina.
Rafael Reinehr
Cupinzeiro…
Poderia ter sido pior: imagine-o morrer devorado por cupins…
valter ferraz
Rafael, seria ele um “cara de pau” e sua loção preferida, óleo de peroba?
Gostei do sujeito. Pena que morre no final.
Abraço forte