10/01/2003 – #006 – Editorial
Em tempos nos quais a Esperança vence o Medo, revoluções estão a acontecer minuto a minuto (segundo a segundo, ouso dizer). A mais "nova novidade" do momento diz respeito à questão ética que se impõe no que tange ao uso de tratamento hormonal em transexuais. Agora, homens que querem aproximar-se da aparência feminina estão recorrendo a endocrinologistas para acompanhamento de um "tratamento hormonal", feito com hormônios femininos, geralmente estrógenos, para desenvolver seios e outras "cositas mais" que lhes delineiem melhor o corpo. A questão ética diz respeito justamente ao fato de o médico, em seu juramento, prometer, antes de tudo, não fazer o mal ao seu paciente. Mas em que mal este incorre ao auxiliar o transexual em seu desejo de melhorar sua aparência e desta forma ajustar-se melhor psiquicamente e conseqüentemente ser mais feliz? Em primeiro lugar, ainda não são completamente conhecidos os efeitos de doses altas de estrógenos no corpo masculino. Sabe-se que as glândulas mamárias desenvolvem-se bastante, mas ao mesmo tempo estão muito mais sujeitas ao desenvolvimento de câncer. Dentro da Medicina, existem pelo menos três aspectos éticos básicos que sempre devem ser respeitados: o princípio da não-maleficência (não produzir dano), o princípio da beneficência (tomar uma atitude quando ela comprovadamente é benéfica para o paciente) e o princípio da autonomia (que refere-se ao direito que o paciente tem de decidir sobre sua própria saúde em situações de maioridade ou saúde mental íntegra). Na questão dos transexuais, temos a favor da reposição hormonal o respeito ao desejo do paciente, que, de qualquer forma, se não for acompanhado por um médico vai acabar fazendo uso dos hormônios de qualquer forma e temos contra, do ponto de vista ético a questão da não-maleficência, tendo em vista que o benefício psíquico decorre justamente do dano que provocamos em seu corpo (estando ele sujeito aos riscos da terapêutica).
Em tempos nos quais a Esperança vence o Medo, revoluções estão a acontecer minuto a minuto (segundo a segundo, ouso dizer). A mais "nova novidade" do momento diz respeito à questão ética que se impõe no que tange ao uso de tratamento hormonal em transexuais. Agora, homens que querem aproximar-se da aparência feminina estão recorrendo a endocrinologistas para acompanhamento de um "tratamento hormonal", feito com hormônios femininos, geralmente estrógenos, para desenvolver seios e outras "cositas mais" que lhes delineiem melhor o corpo. A questão ética diz respeito justamente ao fato de o médico, em seu juramento, prometer, antes de tudo, não fazer o mal ao seu paciente. Mas em que mal este incorre ao auxiliar o transexual em seu desejo de melhorar sua aparência e desta forma ajustar-se melhor psiquicamente e conseqüentemente ser mais feliz? Em primeiro lugar, ainda não são completamente conhecidos os efeitos de doses altas de estrógenos no corpo masculino. Sabe-se que as glândulas mamárias desenvolvem-se bastante, mas ao mesmo tempo estão muito mais sujeitas ao desenvolvimento de câncer. Dentro da Medicina, existem pelo menos três aspectos éticos básicos que sempre devem ser respeitados: o princípio da não-maleficência (não produzir dano), o princípio da beneficência (tomar uma atitude quando ela comprovadamente é benéfica para o paciente) e o princípio da autonomia (que refere-se ao direito que o paciente tem de decidir sobre sua própria saúde em situações de maioridade ou saúde mental íntegra). Na questão dos transexuais, temos a favor da reposição hormonal o respeito ao desejo do paciente, que, de qualquer forma, se não for acompanhado por um médico vai acabar fazendo uso dos hormônios de qualquer forma e temos contra, do ponto de vista ético a questão da não-maleficência, tendo em vista que o benefício psíquico decorre justamente do dano que provocamos em seu corpo (estando ele sujeito aos riscos da terapêutica). Vai contra também o fato de que ainda não existe experiência adequada quanto ao uso de grandes quantidades de hormônios femininos em homens. Mas todo esse assunto me deu uma sede.. Acho que é porquê está muito quente.. Como disse a Martha Medeiros dia desses: "em todas cartas ou mails que passo e recebo de pessoas de vários cantos do Brasil e do mundo, sempre há uma referência ao clima" (não foi bem assim, nem sei porquê está entre aspas mas tudo bem…). A edição de hoje, primeira do ano de 2003, serve também para comemorar a marca de 0,000001% de mentes na face da terra atingidas pelo nosso e-zine! Contamos com a presença ilustre do médico e escritor Blau Souza, que, até onde eu sei, não é transexual e nem tampouco se interessa pelo assunto. A partir desta edição, também mais uma novidade: agora todas as edições do Simplicíssimo vão ter um título, como vocês viram acima ("Cabeça de Platinóide"), e que geralmente não vai fazer alusão alguma a coisa qualquer… Teria tanto mais para escrever, "mas com palavras, não sei dizer, como é grande o meu amor por vocês".
Rafael Luiz Reinehr – editor
"Assim como o homem é o melhor de todos os animais quando alcança seu pleno desenvolvimento, também é o pior quando se afasta da lei e da justiça."
Aristóteles
PS: talvez eu tirasse a palavra "lei" e deixasse somente "…quando se afasta da justiça.".