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Eduardo Galeano – De Pernas Pro Ar – A Escola do Mundo ao Avesso
Idolatrar pessoas geralmente é característica do espírito jovem, adolescente. Depois que crescemos, costumamos incorporar algumas características daqueles nos quais espelhamos em nossa personalidade, mas não temos o hábito de seguir identificando-nos com ídolos. Se me perguntassem, entretanto, o que gostaria de ser quando crescer, não teria dúvidas em dizer: Eduardo Galeano! É claro, também gostaria de ser um pouco Bakunin, um pouco Capra, um pouco Morin e, se sobrasse espaço, muito de mim mesmo… Me foi emprestado pelo grande amigo Eduardo Sabbi o livro De Pernas Pro Ar – A Escola do Mundo ao Avesso. Quando me emprestou, disse: “Esse livro é uma patada em cima da outra”. E…
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Eduardo Galeano, em De Pernas Pro Ar – A Escola do Mundo do Avesso
“Caminhar é um perigo e respirar é uma façanha nas grandes cidades do mundo ao avesso. Quem não é prisioneiro da necessidade é prisioneiro do medo: uns não dormem por causa da ânsia de ter o que não têm, outros não dormem por causa do pânico de perder o que têm. O mundo ao avesso nos adestra para ver o próximo como uma ameaça e não como uma promessa, nos reduz à solidão e nos consola com drogas químicas e amigos cibernéticos. Estamos condenados a morrer de fome, morrer de medo ou a morrer de tédio, isso se uma bala perdida não vier abreviar nossa existência.”