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Ricardio, o cardiologista
Ricardio tinha um sonho: cuidar do coração da população. Estudou, cresceu, passou na faculdade de Medicina. Fez residência, se especializou, se tornou cardiologista. No dia da inauguração do seu consultório, morreu de enfisema.
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Lenha na fogueira
Alfredo Carvalho Pinheiro Nogueira Oliveira Laranjeira Pereira era um cara de pau. Tinha voz de taquara rachada. No futebol, uma nulidade: um verdadeiro perna-de-pau. Quando lhe perguntavam quando ia casar com Florisbela, batia três vezes na madeira. Trabalhava numa madeireira durante o dia e fazia bicos de carpinteiro depois do trabalho e nos fins-de-semana. Seu prato preferido era filé. Ao molho madeira. Feito em panela de barro. Mexido com colher de pau. Seu perfume era aquele famoso, com odor amadeirado. Quando morreu, não pode usar paletó de madeira: morreu queimado num incêndio na floresta.
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Flamenco
A moradora do andar de cima começou a aprender a dançar flamenco. Outro dia, coitada, morreu atropelada. Fui no enterro e, no seu túmulo, sapateei.