Anotações sobre Mark Twain
Entre Aspas

Mark Twain, em Reflexões sobre a Religião

Na viagem entre Araranguá e Agudo, consegui ler dois livros de bolso, o primeiro deles “Reflexões sobre a Religião”, de Mark Twain, expressa nas suas 85 páginas grande parte daquilo que também sinto em relação à religião, a um suposto Deus e à Natureza.

Selecionei dois trechos, um do próprio Twain e outro, fenomenal, do Marquês de Sade (este sim, exprime EXATAMENTE o que penso acerca da Vida, do Universo e tudo mais).

Deve a religião cristã durar? Que idéia! Ela sucedeu a milhares de outras religiões, hoje todas mortas e enterradas. Milhões de deuses precederam a invenção do nosso. Multidões deles morreram e foram esquecidos desde há muito. Nosso Deus é, contra toda expectativa, o pior que a engenhosidade do homem engendrou em sua imaginação enferma; e seria preciso que com todo o Seu cristianismo, Ele permanecesse imortal, contradizendo as lições que podemos extrair da história teológica? Não, é claro. O cristianismo e seu Deus devem submeter-se à regra comum. Eles, por sua vez, apagar-se-ão e darão lugar a um outro Deus e uma religião ainda mais estúpida do que a nossa.

Mark Twain

O trecho abaixo também foi retirado do livro de Twain, e é um excerto de “Diálogo entre um padre e um moribundo”, no Marquês de Sade:

A razão, meu amigo, sim, só a razão nos deve advertir de que prejudicar nossos semelhantes nunca nos pode tornar felizes, e nosso coração nos deve dizer que contrinuir para sua felicidade é o maior bem que a natureza nos concedeu sobre a terra; toda a moral humana está contida nessa única frase: tornar os outros tão felizes quanto desejamos sê-lo nós mesmos e nunca lhes fazer mais mal do que gostaríamos de receber.

Eis, meu amigo, os únicos princípios que deveríamos seguir, e não há necessidade nem de religião, nem de deus para experimentar e admitir isso; é preciso tão somente um bom coração.

Marquês de Sade

2 Comentários

  • Ulisses Adirt

    Em maio de 2007, o Alex Castro (do blog Liberal, Libertário, Libertino) escreveu uma série de artigos sobre o Iluminismo. O mais interessante deles é sobre o Sade. O título é “Sade e os limites do Iluminismo”. Se quiser se divertir, Rafa, dá uma passada lá.

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