Todas as nossas ações refletem no mundo em que vivemos
“Nossos pés deixam pegadas na areia do tempo. Se estivermos no caminho
errado, muitos nos seguirão, desviando-se do que é correto. Quando
pensamos que uma ação é só por aquele momento e esquecemos que ela
deixa um rastro atrás de si, não estamos sendo responsáveis.
Todas as nossas ações afetam os seres humanos, dando-lhes alívio ou
tristeza. Podemos fortalecê-los ou não. Podemos causar ferimentos ou curas.
Podemos gerar conflitos ou resolvê-los. Podemos criar cataclismas ou algo
nobre para a sociedade.” – B.K.Jagdish
Hoje, vamos viajar um pouco: vamos falar de futuros desejados…
Para criar uma “Nova Economia”, vamos precisar de uma boa dose de
utopia: precisamos promover o Despertar. Quando falo em “Despertar“, me
refiro não a um acordar biológico tão somente, e também não uso o termo
como um fenômeno puramente místico mas, mais ainda, a um fenômeno
que abraça em si as necessárias mudanças biológicas, espirituais e sociais
necessárias a uma Reforma do Pensamento.
Esta Reforma do Pensamento, que começa com uma Reforma da Percepção
e passa por uma Reforma do Julgamento, é o sentido último que
precisamos buscar. Tenho forte convicção de que as mudanças que urgem
passam por este processo que, em última instância, deverá modificar a
forma com que percebemos, julgamos, pensamos e, finalmente, agimos.
Entretanto, e agora me dobro a evidências empíricas, nem sempre é através
da palavra – leitura, discurso, palestra, aula, seminários e cursos – que se
consegue promover o “Despertar“. Muitas vezes, precisamos da prática, da
ação, do exemplo como ferramenta para que a mudança ocorra.
Hoje, infelizmente, ainda precisamos ser violentados, maltratados,
desrespeitados, perder o emprego, ter nossa honra machucada ou
precisamos ser retirados de nossa “zona de conforto” para perceber que
alguma coisa está muito errada no mundo aí fora. Os sinais da degeneração
da qualidade de vida estão cada vez mais salientes e, apesar do crescimento
do consumo de bens materiais, pouquíssimas vezes conseguimos escutar a
palavra felicidade. E esta, por incrível que possa parecer a este ser humano
individualista, capitalista e competidor que é a regra hoje em dia, é mais
ouvida em ambientes onde a confraternização, a socialização e a
cooperação estão presentes. Paradoxal? Nem tanto, quando lemos alguns
estudos científicos ¹ a respeito.
Pois é deste fluxo de que todos devemos tratar: o fluxo contínuo de linguagear,
emocionar e conversar – para utilizar os neologismos criados por Humberto
Maturana – em direção a um porvir mais voltado para o social do que para o
individual, que tenda à cooperação entre as pessoas e o ambiente. Por
incrível que pareça, você não precisará abrir mão de seu conforto para isso.
Se estivermos abertos e dispostos, aprenderemos juntos como seguir este caminho. O primeiro passo está dado. Agora me dê sua mão e vamos caminhar juntos.
“– Utopia […] ella está en el horizonte. Me acerco dos pasos, ella se aleja dos
pasos. Camino diez pasos y el horizonte se corre diez pasos más allá. Por
mucho que yo camine, nunca la alcanzaré. Para que sirve la utopia? Para eso
sirve: para caminar.” – Francesco Berri
Referências:
1. O Dinheiro como empecilho ao senso de comunidade – Alternativas para
um mundo sem dinheiro: http://reinehr.org/sociedade/saude-dasociedade/
o-dinheiro-como-empecilho-ao-senso-de-comunidadealternativas-