A verdadeira face da política: o caso da rotulação dos transgênicos
29/04/2015/
“A Câmara dos Deputados aprovou em plenário o PL 4148/2008, do deputado ruralista Luiz Carlos Heinze (PP/RS). Foram 320 votos a favor e 120 contra. O projeto prevê a não obrigatoriedade da rotulagem de alimentos que possuem ingredientes transgênicos.
O projeto ruralista é um atentado ao direito à informação da população e só beneficia as empresas de agronegócio que querem esconder a origem do produto comercializado. Além do mais, quanto mais transgênicos, mais agrotóxicos. E já consumimos 7,3 litros de venenos agrícolas.
Temos o direito de saber o que colocamos no nosso prato!” – do site do MST
“Os deputados tem preço, a tua comida tem veneno.” – Henrique Sant´Anna
“E a Câmara dos Deputados (competindo pau a pau com o Sensacionalista) mais uma vez decide tirar nossos direitos: dessa vez é para piorar a transparência (que está mais para opaca) com relação à informação sobre o que comemos. A situação já não era legal e tende a piorar. A solução é cada vez mais consumir alimento local (tendo contato direto com os produtores) e/ou produzir o que for capaz. Deixar de depender das grandes empresas que ditam as leis: essa é a verdadeira revolução.” – Álvaro Justen
Há poucos dias, eu mesmo tinha avisado que, onde há fumaça, há fogo, em uma postagem na mídia social facebook:
“Salgadinho de milho sem o logo do TRANSGÊNICO, no Brasil? Será? Difícil acreditar… Yoki alimentos… vamos conferir…
No outro dia vi também uma farofa de milho sem o logo. Já achei esquisito…
Efeito antecipado da quebra da lei solicitada pelo tristíssimo deputado Luiz Carlos Heinze, que até agora obriga as empresas a notificar quando seus produtos contém transgênicos na formulação?” – Rafael Reinehr, em postagem do facebook
A própria rotulação dos transgênicos, da forma que foi realizada, sem uma campanha mais ampla para toda a população, já estava sendo insuficiente. Um estudo demonstrou que a maior parte das pessoas nem sabia o que o triângulo amarelo com um T preto dentro significava:
Enquanto isso nossos pseudorepresentantes da classe corja política continuam atendendo a seus próprios interesses e de seus financiadores. Alguns de nós, ainda acreditam no sistema e, tal qual gado, de tempos em tempos comparecem aos currais eleitorais para depositar seu voto de confiança.
Enquanto a resistência não se organiza de forma suficiente, através da criação de redes cada vez mais capilarizadas e interdependentes de produtores autônomos autogestionados fortalecidos por redes de comunicação e suporte como a Coolmeia, seguimos caminhando acorrentados a um modelo que drena boa parte da nossa energia e riqueza produzida para as mesmas famílias e seus asseclas.
Neste interim, ficam algumas SUGESTÕES:
1. Empresas conscientes, sustentáveis e éticas devem começar a rotular alimentos LIVRES DE TRANSGÊNICOS!
3. Organizar Campanhas contínuas de conscientização ampla da população, para que a mudança seja através da informação e do contágio. Incluir professores de séries iniciais e educação básica para que o conhecimento seja retransmitido aos jovens desde cedo. Elaboração de cartilhas informativas, histórias em quadrinhos, memes para toda sorte de mídia a que estes jovens tem acesso, incluindo games e aplicativos para smartphones
Sugestão de logomarca para produtos livres de transgênicos. Arte: Rico Silva
Finalizo com uma postagem do Coletivo Até o Talo, nos lembrando sobre o papel do Estado nesta triste situação:
“Pra quem acha que o Estado tem qualquer preocupação com o bem estar e a saúde das pessoas, esse breve exemplo da realidade parece suficiente – essa instituição aposta na ignorância na qual mantém as pessoas para garantir as vendas das corporações transnacionais por cujos interesses se pauta.
Pra quem serve o Estado? Pra quem nele manda; pras grandes corporações, pros empresários, pra quem controla, distribui e detém os direitos sobre as sementes transgênicas e que fabrica os agrotóxicos que já éramos economicamente e por meio de pesadas campanhas publicitárias coagidos a comer e que agora, tendo o nosso direito à realidade negado, seremos enganados e obrigados a consumir.
O ônus de comprovar a procedência da sua produção não recai sobre as grandes empresas milionárias que envenenam o mundo e esgotam as terras mas, outra vez, sobre o pequeno produtor agroecológico que se vê cada vez mais prejudicado por um Estado que impõe selos e certificações caras e burocráticas no desejo de inviabilizar a pequena produção que respeita o meio ambiente e as pessoas.
O Estado é criminoso e não existe consenso ético na sua organização que leve em consideração a situação, as necessidades e a opinião das pessoas sob o seu controle. A própria existência do Estado se opõe à autonomia e autogestão dessas pessoas, porque depende que a hierarquia social e a exploração das terras, dos animais, das mulheres se mantenham. Depende da dependência inventada – forjada nas pessoas desde o seu nascimento – do seu controle. Depende do capitalismo e de um modo de produção que mata e esgota todo o tipo de vida e recursos para a vida todos os dias sem pensar duas vezes.”
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