Sobre um fim | Sobre um começo
Sobre um fim
Confesso que não gostaria de estar escrevendo estas linhas…
Por várias razões, aqui estou eu, coração sôfrego, espírito titubeante, encarando uma das tantas realidades possíveis…
Estas palavras são soltas no momento em que percebo que perdi a conexão com o grande amor da minha vida. Não sei se deveria apresentá-la assim, mas é assim que a sinto hoje. Sempre fui um cara romântico, mas uma série de desventuras me tornaram mais duro, e frio. E foi quando a conheci. E ela foi minha companheira amada e dedicada por muito tempo. Tivemos dois lindos filhos, que são a razão das nossas vidas.
A partir de hoje, precisaremos aprender a como fazê-los crescer de forma saudável e feliz, sem que estejamos os dois, ao mesmo tempo, próximos deles, como uma família. Não consigo deixar de lembrar como foi minha infância, com pais separados, passando um final de semana aqui e outro ali, parte das férias cá e outras lá. Sobrevivi, não posso dizer que tenha dado errado. Me formei, constituí família… Que se despedaçou.
Onde erramos? Já nos perguntamos e nem todas as respostas conseguimos encontrar e tornar claras. De todo modo, o sentimento que uma vez houve, já não existe mais. Continuo a desejar uma vida em família, mas não é este o sentimento que recebo de volta, então chegou a hora de deixar o rio fluir. Sem mais contenções, diques, desvios, barreiras…
Já sofri muito nos últimos meses, amigos, familiares, terapeuta, todos são testemunha da dor que tenho sentido. Tanto pela solidão quanto pela incerteza, pela falta da retribuição de afeto e pela distância. Agora preciso sair deste espaço no qual me coloquei, de sofrimento.
Preciso ajustar minhas respostas físicas e espirituais a um novo contexto, no qual eu possa ao mesmo tempo sentir-me calmo, contente, dedicar-me a cuidar de quem precisa, e me tornar mais uma vez criativo, em sinergia com quem sou verdadeiramente.
Minhas energias precisam fluir para onde são desejadas, e necessárias.
Espero que as escolhas que fizermos nos deixem tanto ou mais felizes do que as que faríamos ficando juntos.
Deixo aqui meu amor, respeito e boas lembranças, e sigo meu caminho.
Rafael Reinehr, 22 de outubro de 2014.
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Sobre um começo
Confesso que estou radiante por escrever estas linhas…
Por várias razões aqui estou eu, coração acelerado, espírito radiante, encarando uma de tantas realidades possíveis…
Estas palavras são soltas no momento em que começo a me reconectar com o grande amor da minha vida. Certamente devo apresentá-la assim, pois é assim que a sinto hoje, e sempre.
Sempre fui um cara romântico, mas uma série de desventuras que aconteceram antes de conhecê-la, me tornaram mais duro, e frio. Ela foi minha companheira amada e dedicada por muito tempo. Tivemos dois lindos filhos, que são a razão das nossas vidas.
Em um dado momento, precisamos nos afastar. O amor tinha dado uma pausa. Mas a partir de hoje, estamos ambos nos dedicando a aprender a deixar o amor brotar novamente, e nos dedicar a fazer nossos filhos crescerem de forma saudável e feliz, nós dois juntos, próximos deles, como uma família. Conseguimos dar a volta p
or cima e evitar que acontecesse com nossos filhos o mesmo que aconteceu comigo, na infância, e mais tarde, com meu amor, quando nossos pais se separaram, e tivemos que sofrer juntos. Sobrevivemos, constituímos família, passamos por uma grande crise, mas o desejo de estarmos juntos prevaleceu.
Como acertamos? Nos perguntamos isso e a resposta estava dentro de cada um de nós. Revisamos nossos conceitos, nossas potências, nossos desejos e devires. O sentimento que uma vez houve, não existe mais. Em seu lugar um outro, novo, a ser cultivado e desbravado, junto com a nova família que se forma. Mesmas pessoas, novas relações. Deixar o rio fluir, sem mais contenções, diques, desvios, barreiras…
Sofremos muito nos últimos meses, amigos, familiares, terapeutas, todos são testemunha do que passamos. Tentávamos nos acertar, mas estávamos desconectados, em frequências e intensidades diferentes. Mas precisávamos sair deste lugar que nos colocamos, de incompreensão.
Precisamos agora realizar ajustes finos, sabendo que estamos ali, um para o outro e para nossos filhos. Ajustando nossas posturas comportamentais e espirituais a um contexto no qual ambos sintam-se plenamente respeitados, livres para ser quem realmente desejamos ser e felizes, usando nosso carinho um pelo outro como o combustível para nos apoiar mutuamente em nossa jornada juntos.
Nossas energias fluirão para onde desejarmos, para onde julgarmos necessário.
Com a certeza de que as escolhas que fizermos nos deixarão tanto ou mais felizes do que as que faríamos ficando separados, trazemos conosco nosso amor, respeito, boas lembranças e sonhos compartilhados, e sigamos nosso caminho comum.
Rafinha, 22 de outubro de 2014
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Duas possibilidades, uma escolha.