Nutrição

Slow food: uma nação de lesmas

            O Slow Food é um movimento que foi fundado em 1986 pelo jornalista italiano Carlo Petrini, após a inauguração de uma loja da rede McDonald´s na Praça de Espanha, em Roma, considerada o berço da boa culinária. É um conceito que se opõe radicalmente ao atual fenômeno de alimentação massificada, rápida e padronizada do fast-food.

            Quem pratica o Slow Food preocupa-se não somente em comer, jogar goela abaixo uma porção de comita que lhe permita seguir trabalhando (ou vivendo), mas em comer (e viver) melhor.

            Praticar Slow Food é sentar-se à mesa e saborear pratos recém-preparados, fartos, saborosos, na companhia de pessoas queridas. Mas não é só isso! Os adeptos do Slow Food também preocupam-se com a origem dos alimentos que ingerem. Procuram saber de onde vem a carne, o que a vaca comeu, se o legume foi tratado com agrotóxicos, cultivado em seu tempo e meio-ambiente natural, respeitando a biodiversidade do meio, da terra e do produtor local.

            O Slow Food nos convida a  refletir sobre o que vem por trás do alimento que estamos ingerindo todos os dias.

            Abaixo, um trecho do Manifesto Slow Food, aprovado em 1989 na Ópera Comique de Paris, onde reuniram-se delegações de “slow fooders” de todo mundo:

            O Slow Food é um movimento que foi fundado em 1986 pelo jornalista italiano Carlo Petrini, após a inauguração de uma loja da rede McDonald´s na Praça de Espanha, em Roma, considerada o berço da boa culinária. É um conceito que se opõe radicalmente ao atual fenômeno de alimentação massificada, rápida e padronizada do fast-food.

            Quem pratica o Slow Food preocupa-se não somente em comer, jogar goela abaixo uma porção de comita que lhe permita seguir trabalhando (ou vivendo), mas em comer (e viver) melhor.

            Praticar Slow Food é sentar-se à mesa e saborear pratos recém-preparados, fartos, saborosos, na companhia de pessoas queridas. Mas não é só isso! Os adeptos do Slow Food também preocupam-se com a origem dos alimentos que ingerem. Procuram saber de onde vem a carne, o que a vaca comeu, se o legume foi tratado com agrotóxicos, cultivado em seu tempo e meio-ambiente natural, respeitando a biodiversidade do meio, da terra e do produtor local.

            O Slow Food nos convida a  refletir sobre o que vem por trás do alimento que estamos ingerindo todos os dias.

 

            Abaixo, um trecho do Manifesto Slow Food, aprovado em 1989 na Ópera Comique de Paris, onde reuniram-se delegações de “slow fooders” de todo mundo:

 

" Este nosso século, que nasceu e cresceu sob o signo da civilização industrial, inicialmente inventou o automóvel e, em seguida, fez dele o emblema de consumo. A velocidade tornou-se uma epidemia, todos estamos acometidos do mesmo vírus: a fast life, que transforma os nossos costumes, nos persegue até dentro de nossas casas, nos aprisiona, obrigando-nos a alimentar-nos nos fast food. Mas o homo sapiens precisa recuperar a sabedoria e livrar-se da velocidade, que poderá reduzi-lo a uma espécie em extinção. Portanto, contra a loucura universal da fast life é necessário se proteger procurando a moderação. Contra aqueles, que são a maioria, que confundem a eficiência com o frenesi, propomos vacinarem-se com boas doses de prazeres sensuais praticados de maneira lenta e prolongada. A começar pela mesa, com o slow food, que é a antítese do fast food, descobrindo a riqueza e os aromas das cozinhas locais. Nossa intenção é resgatar o paladar mediante processo progressivo que inclui intercâmbio internacional, troca de idéias, conhecimentos e projetos. O slow food assegura um futuro melhor. O slow food é uma idéia que carece de apoio qualificado a fim de transformar este movimento lento em uma causa internacional, cujo símbolo é o caracol."

 

Outro trecho que nos ajuda a entender o movimento, é o seguinte:

 

“Se queremos aproveitar o prazer que o mundo nos dá, temos que descobrir um equilíbrio de troca e respeito com a natureza. Nosso prazer não pode estar desconectado do prazer dos outros, mas sim conectado com a preservação (e em muitos casos com o resgate) do meio em que vivemos. É por isso que gostamos de nos definir eco-gastronômicos.”

 

Em tempos tão rápidos, aderir ao Slow Food é uma boa pedida. Mas não vá tão rápido! Comece reunindo seus melhores amigos para uma “sessão” Slow Food uma vez por mês, na casa de cada um. Procurem alimentos orgânicos, utilizem utensílios simples, de madeira, panelas de ferro. Tenha seus amigos ao seu redor enquanto cozinha. Deixe todos sentirem o cheirinho da cebola fritando passeando pelo ar. Se a idéia aprovar, na próxima vez o evento estará se realizando na casa de outro amigo e, daqui a pouco, todas semanas estarão preenchidas com pelo menos um “momento Slow Food”. A qualidade de vida agradece!

 

Mais informações, curiosidades, agenda e gastronomia “slowfoodiana” podem ser encontradas em http://slowfood.com, o sítio oficial do movimento.

(publicado originalmente no site Metáphoras, em 2004) 

9 Comentários

  • Solange Ayres

    Vivendo na Alemanha
    Ah, esta última semana que passou fomos fazer uma curta viajem à Itália, precisamente em Piemont, onde o movimento do Slow é bastante conhecido. Por coincidencia fomos fazer uma prova de vinho num vinhedo em Barolo, mas especificamente com o produtor Germano Ethore e fomos convidados para o almoco com alguns representantes do “Slow”. Foi o máximo! Comemos e bebemos vinho no espírito exato da coisa por quase tres horas, sem que alguém tivesse pressa. À mesa produtos locais sem agrotóxico, cogumelos da mama em óleo, conversa boa e excelente vinho. A idéia é fantástica e precisa ser espalhada pelo mundo todo. Aquí em casa ja praticamos o Slow Food e o Brasil precisa aprender e desacelerar. O slow food é quase uma filosofia de vida e proporciona melhor qualidade de vida. Tenho certeza que podera fazer sucesso aí no Brasil.
    Desaceleremos todos!
    Solange.

  • Patricia

    Ah, tá vendo como já estou mais devagar. Queria agradecer também sua visita e dizer que ainda não li o livro que você citou não. Vou entrar no link e procurá-lo. Valeu a dica.
    abraços

  • patricia

    Devagar
    Acho que é por aí mesmo. Temos de começar de algum jeito a reduzi o nosso ritmo. As cidades estão como panelas de pressão, prestes a explodir. Temos de baixar nossas expectativas de consumo, reduzir a nossa produção de lixo, parar de correr de um lado por outro igual barata tonta, e assim por diante. Começar a praticar slow food e um princípio. E um bom começo, que pode influir em todas essas outra áreas.

  • beeanka

    Esse negócio de “fast-fooda” diariamente ainda não é realidade pra mim, talvez por isso eu não entenda porque tantas pessoas são contra…

    🙂

  • Luma Kimura

    Um movimento interessante, lembrou-me um pouco a idéia do “slow city” sobre o qual estiver lendo esses dias… Sua sugestão de como começar é perfeita, em tempos de vidas tão loucas, essa correria desenfreada, momentos assim são tão tudo!!

    No mais, vim agradecer a “divulgação” na lista da semana!! 🙂
    Muito obrigada, Rafael, fico sinceramente lisonjeada!

    Beijo e bom domingo!

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