Moderna escravidão
“Os escravos do século XXI não precisam ser caçados, transportados e leiloados através de complexas e problemáticas redes comerciais de corpos humanos.
Existe um monte deles formando filas e implorando por uma oportunidade de trocar suas vidas por um salário de miséria.
O “desenvolvimento” capitalista alcançou um tal nível de sofisticação e crueldade
que a maioria das pessoas no mundo tem de competir para serem exploradas, prostituídas ou escravizadas.”
4 Comentários
Rafael Reinehr
Desejo
Eu acredito que o problema é bastante complexo, e precisaria sorver um sorvete aí de Curitiba para poder iluminar meu espírito.
Existem outros aspectos a serem levados em conta como, por exemplo, o desejo da população. Porque alguém do leste europeu gostaria que alguém de fora fosse empreender ou injetar dinheiro por lá se, por exemplo, estas pessoas fossem auto-suficientes na sua produção alimentar e energética? Se não o são, foi porque fizeram escolhas erradas, mas sempre há tempo para mudar o rumo.
Se deixarem (deixassem) de se guiar pelo modelo de produção e consumo ocidental e partissem para o modelo de desenvolvimento integrago caracterizado por modelos como do PROUT, dos permacultores e das modernas Ecovilas, talvez descobrissem que, com menos esforço, estariam vivendo confortavelmente em pouco tempo, sem o luxo e o lixo da superprodução capitalista.
Agora, novamente, isto depende do desejo. Desejo, em parte, depende da propaganda – essa pequena e endiabrada – que nos mostra apenas o lado bom das coisas…
Novamente, me parece que a solução, ao contrário do que sempre pensamos, não virá do enfrentamento, mas sim do desaparecimento, no sentido de encontrar o que é seu e não reproduzir modelos de 1,99 vendidos nas ruas de NY e oriundos da China.
André Egg
Pois eu entendo. Mas a questão de fundo é a produtividade, e a prosperidade dela decorrentes. Países periféricos, se não atraem empreendimentos ficam condenados à miséria e decadência.
Para funcionarmos em sociedade não-competitiva, mas solidária, precisaremos evitar que os outros continuem competindo.
É a velha história, de que não dá pra combater as estruturas de exploração, senão globalmente. Se a vida não melhora pra todos, sempre tem alguém brigando pra ser explorado.
Difícil tarefa.
Rafael Reinehr
Ecovilas e uma nova organização social
O grande problema é que não se trata do leste europeu. Se trata sobre cada pequeno espaço ocupado pelo capitalismo. Interessantemente, estão surgindo, aqui e acolá espaços de resistência a esta exploração, nas antigamente chamadas comunidades alternativas, modernamente Ecovilas. Grupos de pessoas que “desistindo de enfrentar” a sociedade, resolveram “enfrentá-la” através do desaparecimento e da construção de um modo de vida alternativo.
Não é difícil imaginar, no futuro próximo, uma proliferação cada vez maior deste tipo de organização social.
André Egg
Pois outro dia lendo sobre países do leste europeu vi coisa parecida.
Hoje em dia, só tem uma coisa pior do que ser explorado: é não ter ninguém interessado em te explorar…