TAZ – Zona Autônoma Temporária – Hakim Bey – Caminhos de Rato na Babilônia da Informação (final)
Concluindo, a TAZ como uma tática radical consciente poderá emergir sob as seguintes condições:
1. Liberação psicológica. Ou seja, devemos perceber e tornar reais os momentos e espaços nos quais a liberdade não é apenas possível, mas existente. Devemos saber de que maneiras somos de fato oprimidos, e também de que maneiras nos auto-reprimimos ou estamos presos em fantasias onde idéias nos oprimem. O TRABALHO, por exemplo, é uma fonte muito mais real de sofrimento para a maioria de nós do que a política legislativa. A TAZ não defende uma utopia social feita de castelos nas nuvens que diz que devemos sacrificar nossas vidas para que os filhos de nossos filhos possam respirar um pouco de ar livre. A TAZ deve ser o cenário da nossa autonomia presente, mas só pode existir se já nos considerarmos seres livres.
2. A contra-net deve se expandir. Pouco do que se apresenta na atualidade trata de lidar com bens concretos e serviços necessários para a vida autônoma. A idéia não é viver no ciberespaço, mas utilizá-lo para ajudar a tornar real os anseios libertários dos quais temos falado. A web não é um fim em si mesma, é uma ferramenta.
3. O aparato de controle – o Estado – deverá continuar a desfazer-se e petrificar-se simultaneamente, seguindo seu curso atual, onde a “rigidez histérica cada vez mais mascara um vazio, um abismo de poder”.
E a mensagem final de Hakim Bey, escrita no Equinócio de Primavera de 1990:
“A TAZ pressupõe um certo tipo de ferocidade, uma evolução da domesticalidade para a selvageria, um “retorno”, e ao mesmo tempo um passo adiante. Ela também demanda uma “ioga” do caos, um projeto de ordens mais elevadas (de consciência, ou simplesmente, de vida) das quais uma pessoa se aproxima “surfando a crista da onda do caos”, do dinamismo complexo. A TAZ é uma arte de viver em contínua elevação, selvagem, mas gentil – um sedutor, não um estuprador, mais um contrabandista do que um pirata sangüinário, um dançarino e não um escatológico (…) Estudemos invisibilidade, conexões na web, nomadismo psíquico, e quem sabe o que podemos atingir?”
Toda a série TAZ – Zona Autônoma Temporária:
TAZ – Zona Autônoma Temporária – Hakim Bey – Utopias Piratas (parte I de VII)
TAZ – Zona Autônoma Temporária – Hakim Bey – Esperando pela Revolução (parte II de VII)
TAZ – Zona Autônoma Temporária – Hakim Bey – Psicotopologia da Vida Cotidiana (parte III de VII)
TAZ – Zona Autônoma Temporária – Hakim Bey – A Internet e a Web (parte IV de VII)
TAZ – Zona Autônoma Temporária – Hakim Bey – Fomos para Croatã (parte V de VII)
TAZ – Zona Autônoma Temporária – Hakim Bey – A Ânsia de Poder como Desaparecimento (parte VI de VII)
TAZ – Zona Autônoma Temporária – Hakim Bey – Caminhos de Rato na Babilônia da Informação (final)
2 Comentários
Keyne
Já leu?
Rafael, já leu Hermann Hesse? O jogo das contas de vidro? Se sim queria saber seu comentário… Se não, este é um convite à leitura. O mesmo vale para o livro do mesmo autor: Sidarta.
Já leu Osho? Vale o mesmo…
Espero que a Coolmeia nos de a possibilidade de colocar todos esses pensamentos à prova! Lhe desejo boa sorte, já que tua sorte será também a minha! Aguardo ansiosamente o lançamento.
Há e sobre a página na qual conta sua história. Sempre queria conhecer o dragão do horóscopo chinês, eis você aqui! Espero que possa sanar minha curiosidade sobre este signo =). Sou eu o Coelho e Touro, nos Mayas sou CIMI. Conhece seu KIM? Tenho curiosidade também, me fale sua data de nascimento?
Um forte abraço.
Rafael Reinehr
Hesse e o Dragão
Ainda não li Hesse Keyne, mas já tive tantas recomendações… A questão são as prioridades…
Não conheço meu KIM< tampouco sei do que se trata. Nasci em primeiro de julho de 1976. Ah, e vamos nos falar bem antes do lançamento, já que temos muitas ideias a trocar.