O Mestre, o Rei e a Impermanência
Um famoso mestre espiritual aproximou-se do Portal principal do palácio do Rei. Nenhum dos guardas tentou pará-lo, constrangidos, enquanto ele entrou e dirigiu-se aonde o Rei em pessoa estava solenemente sentado, em seu trono.
“O que vós desejais?” perguntou o Monarca, imediatamente reconhecendo o visitante.
“Eu gostaria de um lugar para dormir aqui nesta hospedaria,” replicou o mestre.
“Mas aqui não é uma hospedaria, bom homem,” disse o Rei, divertido, “Este é o meu palácio.”
“Posso lhe perguntar a quem pertenceu este palácio antes de vós?” perguntou o mestre.
“Meu pai. Ele está morto.”
“E a quem pertenceu antes dele?”
“Meu avô,” disse o Rei já bastante intrigado, “Mas ele também está morto.”
“Sendo este um lugar onde pessoas vivem por um curto espaço de tempo e então partem – vós me dizeis que tal lugar NÃO É uma hospedaria?”
Como sempre, a simplicidade do pensamento Zen, a apresentação de sua lógica irrepreensível através do conto acima nos leva a refletir acerca da impermanência de todas as coisas. Assim como no conto A tigela, somos levados a pensar sobre qual é o sentido de nos apegarmos tanto a este mundo material se o mesmo não passa de um estado passageiro.
(conto retirado daqui.)