Respondendo aos memes literários
Toda vez que recebo um meme, fico devidamente honrado: significa que fui lembrado por alguém, o que sempre me envaidece. Ao mesmo tempo, fico envergonhado em selecionar pessoas para dar seguimento a ele pois penso que posso estar incomodando alguém. Por minha vez, não me sinto incomodado, como já disse, fico envaidecido por ter sido incluído. Se você não se importar com a demora na resposta, pode me incluir tranqüilamente. Cedo ou tarde, acabo respondendo.
Hoje, então, vou concentrar as respostas dos últimos memes literários nos quais fui incluído. Vamos por partes, como diria jack.
Começo atendendo ao pedido do amigo Marcus , que quer saber quais são os 5 livros que mudaram a minha vida e os 5 que não mudaram. Começo por dizer que, realmente, alguns livros mudaram minha vida. Desde jovem, algumas leituras me incentivaram a seguir mais e mais pelo caminho do conhecimento, enveredando por sendas e mares dos quais nunca mais consegui me livrar. Sou grato desde as primeiras revistas em quadrinhos, passando pela Série Vaga-Lume e pela série Para Gostar de Ler e até os romances policiais de Agatha Christie, que fizeram parte da minha adolescência. Um dos livros que mais me impressionaram quando estava na sexta série, e já o li mais de 4 vezes, foi O Homem que Calculava, de Malba Tahan. As peripécias do beduíno matemático me fascinam até hoje. Ainda na adolescência, um livro que li aos 14 ou 15 anos foi O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder. Li em 5 horas e, perplexo frente a um mundo novo que me foi desvelado, começou meu interesse pelas ciências humanas, pela filosofia, pela antropologia, pela sociologia e até pela política. Depois dessa época, deixei de ler romances e passei a ler mais livros sobre Ciências Sociais e Humanas, ou do tipo O Tao da Física e O Ponto de Mutação, de Fritjof Capra. O primeiro li em 1999, enquanto era estudante de último ano de Medicina e estava fazendo um estágio na Inglaterra. Novamente, um choque de percepções, mais uma mudança na vida. Novamente, reafirmado meu idealismo, ao mesmo tempo em que era afirmada minha pequenez frente ao Universo e me passada uma tranqüilidade espiritual frente à morte e a noção de que todos somos parte de um Uno indivisível. Nem sei de quantos livros já falei, mas preciso citar pelo menos mais três, dois deles que me iniciaram nos estudos do socialismo libertário que foram A Utopia, de Tomas Morus e A Desobediência Civil, de Henry David Thoreau e, algum tempo depois, Deus e o Estado, de Mikhail Bakunin. Todos eles eu considero leituras obrigatórias e fazem de mim quem sou hoje. Saindo um pouco da literatura "maciça", queria agradecer também, recentemente (nos últimos 4 a 5 anos) à revista Vida Simples, que conheci lá no comecinho e me ajudou (está ajudando) a ser uma pessoa melhor. Quanto aos livros que nào mudaram, prefiro não citar, primeiro porque teria que citar vários e fazer algum esforço para lembrar deles, Prefiro deixar passar.
Em seguida, vou responder ao meme que me foi indicado pelo João Barreto e, antes dele, pelo Antônio , que trazem de volta um meme que já circulava pela internet pelo menos desde 2002-03. Não lembro se era a mesma página ou linha, mas funciona assim: "pegue o livro que estiver mais próximo de você, abra na página 161 e transcreva no seu blog a quinta linha completa. No meu caso, o livro que anda perto de mim por estes dias é Urgência das Ruas – Black Block, Reclaim the Streets e os Dias de Açào Global, organizado por Ned Ludd, da Coleção Baderna da Conrad Livros. Eis a frase:
"Durante a repressão de uma "Reclaim the Streets" um policial atira covardemente em um jovem de 19 anos, Hannes Westberg, que ficou em estado grave e teve um rim e seu baço retirados."
O terceiro meme literário foi me indicado pela queridíssima Tânia Carvalho, que conheço há pouco mas tem já um ótimo blog. A Tânia quer saber como eu escrevo. Vou responder da mesma forma que o fiz em entrevista recente que dei para o Simplicíssimo : " Produzo de formas diversas: escrevo direto no computador. Escrevo no meu receituário, em verso de papéis de rascunho, guardanapos, papel de pão, cadernos e faço apontamentos em livros. Escrevo já pronto. Textos inteiros. Contos, crônicas, minicontos, poesias. Escrevo somente idéias, para depois desenvolver. Gravo idéias em um gravador digital. Redijo ensaios. Faço posts. Pego idéias enquanto dirijo, sentado na privada, durante o banho, em shows musicais, enquanto leio livros de outros autores, quando tenho tempo livre, quando estou descansado, quando estou cansado."
Resumindo, era o que tinha para dizer.
6 Comentários
Anônimo
🙁 😮 :confused: :cheer: B) :silly: :dry: 😆 :kiss: 😀 :Pinch: 🙁 😡 :side: 🙂 :unsure: :woohoo: :huh: :whistle: 😉 :s ❗ :-?: 💡 ➡ :-?:
Antonio
memes
Pô,e eu pensando que este meme era original,que coisa;bom como era o primeiro que havia recebido,fiquei empolgado.
Valeu a participação,abraços.
João Barreto
Hum, ótimo livro. Essa coleção da Conrad é muito bacana. Já leu o “Zero à Esquerda” do Paulo Arantes? Saiu pela mesma coleção…
Abs!
valter ferraz
Rafael, podemos dizer que o que um homem lê mostra realmente quem ele será. No teu caso explica bem a pessoa eclética e multi-interessado que és. Já te disse que fico intrigado com tamanha disposição prá luta que voce demonstra. Pelos livros que apontou, não tenho a menor dúvida. Estás mais que capacitado.
Um forte abraço
Tânia Carvalho
Bacana!
Poxa você escreve em toda e qualquer situação né Rafael? Hêhehehe
Até no banho…
Obrigada por ter respondido.
🙂
Marcus Oliveira
Opa
Opa, valeu pela resposta 🙂