Estudos Sobre Filosofia Oriental
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O Mestre, o Rei e a Impermanência
Um famoso mestre espiritual aproximou-se do Portal principal do palácio do Rei. Nenhum dos guardas tentou pará-lo, constrangidos, enquanto ele entrou e dirigiu-se aonde o Rei em pessoa estava solenemente sentado, em seu trono. “O que vós desejais?” perguntou o Monarca, imediatamente reconhecendo o visitante. “Eu gostaria de um lugar para dormir aqui nesta hospedaria,” replicou o mestre. “Mas aqui não é uma hospedaria, bom homem,” disse o Rei, divertido, “Este é o meu palácio.” “Posso lhe perguntar a quem pertenceu este palácio antes de vós?” perguntou o mestre. “Meu pai. Ele está morto.” “E a quem pertenceu antes dele?” “Meu avô,” disse o Rei já bastante intrigado, “Mas ele…
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A tigela: uma lição sobre a impermanência
Segue uma anedota famosa concernente ao mestre rinzai Ikkyu, que viveu, aproximadamente, há 03 ou 04 séculos. Ikkyu era, então, um monge muito jovem que vivia num templo zen, onde vivia também seu irmão. Um belo dia, esse último deixou cair no chão uma tigela da cerimônia do chá, que se quebrou; a tigela era ainda ais preciosa porque fora presente do imperador. O chefe do templo admoestou-o severamente, fazendo chorar o mongezinho. Ikkyu, todavia, recomendou-lhe que não se preocupasse: – Tenho sabedoria. Posso encontrar uma solução. Juntou os pedaços da cerâmica, colocou-os na manga do seu kolomo e foi descansar no jardim do templo, enquanto esperava, pachorrento, o regresso…
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Chávena de chá
Um professor de filosofia foi ter com um mestre zen, Nan-In, e fez-lhe perguntas sobre Deus, o nirvana, meditação e muitas outras coisas. O Mestre ouviu-o em silencio e depois disse. – Pareces cansado. Escalaste esta alta montanha, vieste de um lugar longíquo. Deixa-me primeiro servir-te uma chávena de chá. O Mestre fez o chá. Fervilhando de perguntas, o professor esperou. Quando o Mestre serviu o chá encheu a chávena do seu visitante e continuou a enchê-la. A chávena transbordou e o chá começou a cair do pires até que o seu vistante gritou: – Pára. Não vês que o pires está cheio? – É exatamente assim que te encontras.…