Herzlichkeit

A Reforma Ortográfica e a Jiboia Voadora

E porque não brindar a genialidade de meus amigos? Se tem algo que quero manter sempre perto de mim são pessoas criativas, originais, inventivas e singulares.

Nada mais natural do que criar, aqui no Escrever Por Escrever, um espaço exclusivo para estes amigos e seus textos geniais.

Para estrear a coluna, trago o amigo Rodrigo Dall’Alba e sua genial paródia didática sobre a novíssima Reforma Ortográfica em seu conto “A Reforma Ortográfica e a Jiboia Voadora“. Leitura obrigatória:

Há os que leem e não creem. Há aqueles que só acreditam no que veem. Mas tal odisseia ocorreu e eu irei contá-la, com certa dose de eloquência.

Era uma vez uma jiboia, dessas em formato de linguiça, que teve a ideia de lançar um voo heroico pelo mundo. “Você está paranoica!”, diziam seus amigos. “Ela sempre foi meio debiloide…”, responderam as abelhas na colmeia. Mas ela não deu ouvidos e lançou-se para o polo norte, começando assim, sua epopeia.

A plateia ficou espantada. Por se tratar de uma estreia, cujo animal sequer inha feito autoescola, até que ela estava indo bem. Ao levantar voo, provocou tamanha ventania que até um lobo da alcateia teve seus pelos voando pelo ar, mostrando a feiura de um animal sem pelo. Pelo menos, os pelos estava limpos.

“Ela não vai aguentar”, diziam. Mas a jiboia voava tranquila, a uma velocidade frequente de cinquenta quilômetros por hora. E la vai ela, não para nem para respirar! Foi quando sentiu um pouco de enjoo, já que seu voo não tinha acento. Na sequencia, começou a a perder altitude e a cair em parafuso. “Ah, se pelo menos eu tivesse uma boia, para aliviar a minha queda”, pensou. “Oh! Ela vai virar geleia!”, gritava todo o zoo.

E acaba assim essa tramoia, com a pobre jiboia ensanguentada e engessada, rastejando, agora, como androide. E que toda essa confusão nos sirva de lição: que não tenhamos idÉias nem façamos vÔos sem acento, e, acima de tudo, não temamos a falta do trema!

Rodrigo Dall’Alba

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