Diálogos com Deus – As férias de Deus (II)
Copacabana já tinha sido bem aproveitada. O próximo destino era a FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), em Paraty, cidade onde anos atrás Jesus havia encharcado seus ladrilhos históricos com o resultado depurado de litros de cerveja.
Já na chegada, Maria foi correndo pegar um autógrafo de Alessandro Garcia, sentado em uma cadeira de praia na Praça da Matriz da cidade, enquanto Milton Hatoum ministrava uma oficina de Romance.
Na janta, Deus encontrou Paul Auster que estava a jantar com Chico Buarque e, da mesa onde estava sentado, por pouco não teve a impressão de ouvir um sussurro da mesa onde estavam sentados Milton Ribeiro, Cláudia Antonini e Stella van der Klugt dizendo “bobão!” à mesa do renomado cantor de música popular brasileira.
Jesus chegou atrasado dizendo que tinha ganho uns pilas por um “freela” jornalístico que fizera, mandando algumas informações por telefone ao Juremir Machado da Silva, que estava em Porto Alegre, pois não havia sido convidado para a FLIP.
Quando estavam quase de saída da última oficina, no último dia da FLIP, chamaram o “Hermeto Pascoal” para tirar o som de algumas folhas de papel. Esclarecido o engano – e já que Deus já estava no pequeno palco – pediram que declamasse uma poesia de sua autoria. Deus, mesmo um pouco encabulado – e contrariado – cedeu ao olhar amável e ao mesmo tempo incisivo que só Maria sabia fazer e soltou o verbo:
“- Batatinha quando nasce…”