Apontamentos Anarquistas

O Anarquismo e suas Aspirações – parte I

O Anarquismo e suas Aspirações

Os apontamentos a seguir foram retirados livremente do livro Anarchism and It’s Aspirations de Cindy Milstein e estão entremeados por reflexões e comentários meus, reflexões essas que surgiram durante a leitura do mesmo, e inspiradas em leituras prévias da literatura libertária e da minha leitura particular do mundo em que vivemos. É muito importante frisar que, embora os comentários estejam realmente misturados com o texto original da autora, a grande maioria do conteúdo abaixo é de autoria da Cindy, e recomendo muito fortemente a leitura do texto original em inglês, publicado pela Editora AK Press e pelo Institute for Anarchist Studies.

Os apontamentos foram fragmentados em partes para facilitar a leitura e serão publicados semanalmente a partir de hoje, primeiro de janeiro de 2013, sempre às terças-feiras. Desejo uma ótima leitura e, se a leitura te “pegar de jeito”, não deixe de entrar em contato. Temos muito o que prosear e conspirar!

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O objetivo destes escritos é contribuir com a construção de um melhor entendimento do Anarquismo, construir um melhor Anarquismo e encorajar novos anarquistas bem como o surgimento destes. Espera-se que estes apontamentos acendam um debate sobre o que o Anarquismo poderia ser, em primeiro lugar porque queremos que sejamos efetivos – que vençamos – e isso envolve um diálogo crítico, construtivo e integral para nossa prática prefigurativa.

Com este artigo, quero estender uma mão compassiva e solicitar que você, quer seja velho ou novo no Anarquismo, fique por perto e ajude a acelerar os processos pelos quais estamos lutando.

Eu quero todos nós lutando pelo que há de melhor no Anarquismo, não somente por nós mesmos mas de forma a construir uma sociedade livre, com indivíduos livres que o Anarquismo tão generosa e amorosamente luta para alcançar para todos.

Sim, o mundo está incrivelmente bagunçado; ao invés de se retirar, entretanto, é imperativo que avancemos em direção a uma “Comunidade de comunidades” igualitária.

Espero que ao final do livro tenhamos conseguido responder à pergunta: “Como é a sociedade que queremos?

E, inspirados pelo bom, verdadeiro e belo que o Anarquismo objetiva, contagiá-lo a feliz e ainda assim diligentemente abraçar – ou continuar a fazê-lo com renovado vigor – o espírito libertário do Anarquismo.

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A primeira década do século XXI foi muito significativa para o Anarquismo, providenciando uma série de eventos (e exemplos) que começaram ainda no final do século passado (Chiapas, México, Exército Zapatista de Libertação Nacional, 1994) e a Batalha de Seattle, 1999) e seguiram-se com os eventos na Argentina (2001/2002), Genova, Oaxaca, Grécia, Primavera Árabe, Occupy Wall Street, 15M, …

Estes acontecimentos somados levaram a um “inchaço” no número de pessoas que se autodenominam anarquistas; isso, por sua vez, levou ao florescimento de uma “infraestrutura anarquista”, desde um aumento dramático de cenários sociais e infoshops até um surto de projetos tocados coletivamente para suprir necessidades como suporte legal, comida e arte.

Foram desenvolvidas redes globais informais porém articuladas de troca e solidariedade, facilitadas por tudo desde usos compartilhados e seguros de tecnologias de comunicação e mídia independentes até redes de apoio mútuo nos mais diversos campos do conhecimento a atuação humanos.

Juntamente com cabeças afins, nos engajamos em fóruns de política cara-a-cara que nos forneceram uma nova imaginação radical através de numerosos dias de ação, consultas e convergências, e movimentos horizontais.

A primeira parte destes apontamentos, o Capítulo 1, reflete nosso otimismo de que a constelação anarquista de éticas, juntamente com suas práticas dinâmicas, pode nos unir e inspirar bem como a muitos outros, para o trabalho pesado que nos espera de forjar um mundo de baixo para cima.

“Mesmo quando eu amo o que faço, eu odeio o capitalismo”

Não é como nos chamamos uns aos outros – anarquistas, socialistas, comunistas – que conta, mas como nos comportamos

E, refletindo sobre a forma que os anarquistas escolhem agir, parece que existe algo de especial nela, apesar de todas as chances contra deste momento histórico: com empatia, tangivelmente dando de nós mesmos e fazendo-o nós mesmos, em direção a uma forma de organização social na qual será rotina agir de forma mutualista.

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Uma vez perguntaram a Ashanti Alston, anarquista dos Panteras Negras, como ele aguentou ficar 12 anos na cadeia, e ele respondeu, olhos brilhantes: “Foi o período mais cheio de esperança da minha vida, porque todos os dias nós estávamos esquematizando sobre como fugir da prisão”.

Ninguém deveria viver nas celas do Capitalismo, do Estado, ou de outra forma de dominação ou opressão, mas já que vivemos, as aspirações anarquistas oferecem uma chave para acharmos nossa saída.

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Capítulo 1 – O Anarquismo e suas Aspirações

“Por espírito anarquista eu quero dizer daquele sentimento humano profundo, que busca o bem de todos, solidariedade e amor entre as pessoas, o que não é exclusivamente uma característica dos autodeclarados anarquistas, mas inspira todas as pessoas que tem corações generosos e uma mente aberta”
Errico Malatesta, Umanita Nova, 13/04/1922

No seu centro, o Anarquismo é realmente um espírito – um que grita contra tudo que está errado com a sociedade atual, e claramente proclama tudo que poderia estar certo sob formas alternativas de organização social.

O que é o Anarquismo exatamente?

Muitas definições já foram feitas desde o surgimento da palavra como uma filosofia política distinta dentro da tradição revolucionária. Vamos tentar introduzi-lo com a vantagem de um ponto-de-vista do início do século XXI.

Em primeiro lugar, precisamos concordar que nossa humanidade está profundamente machucada pelo mundo alienado e controlado no qual habitamos. O Anarquismo defende que as pessoas seriam muito mais humanas sob relações e arranjos sociais não hierárquicos. A seguir, precisamos nos concentrar nas Éticas – os valores pertinentes a como os humanos conduzem a si mesmos – que tornam o Anarquismo uma sensibilidade política distinta. O Anarquismo serve como uma filosofia da liberdade, como uma consciência viva de que as pessoas e suas comunidades podem ser sempre melhores.

Em uma só sentença: o Anarquismo pode ser definido como uma busca/luta em direção a uma sociedade livre composta por indivíduos livres.

Significado do “A”

O “A” representa a antiga palavra grega Anarkha – que combina a raiz an(a) – “sem” e arkh(os) – “governante, autoridade” – significando a ausência de autoridade.

Mais contemporaneamente, e de forma mais acurada, ela represetna tanto a ausência de dominação (controle de alguém sobre outro) e hierarquia (relações ranqueadas de poder de dominação e subordinação). O círculo pode ser considerado um “O”, representando “ordem” ou, melhor ainda, “organização”; lembrando da seminal definição de Pierre-Joseph Proudhon em A Propriedade é um Roubo: “Da mesma forma que o homem busca justiça na igualdade, a sociedade busca a ordem na Anarquia.”

O “A” simboliza o Anarquismo como um duplo processo: a abolição da dominação e formas hierárquicas de organização social – ou relações socieis “poder sobre” – e sua substituição por versões horizontais – ou “poder juntos e em comum” – novamente, uma sociedade livre composta por indivíduos livres.

O Anarquismo é uma síntese do melhor do liberalismo e o melhor do comunismo, elevado e transformado pelo melhor das tradições de esquerda libertária que trabalham em direção a uma sociedade igualitária, voluntária e não hierárquica.

O projeto do liberalismo e o seu sentido mais amplo é garantir a liberdade pessoal. O projeto máximo do comunismo é garantir o bem comum. Um busca um indivíduo que pode viver uma vida emancipada e o outro busca uma comunidade estruturada ao longo de linhas coletivistas. Ambas são noções de valor. Infelizmente, a liberdade nunca pode ser alcançada desta maneira excludente: através do indivíduo OU da sociedade. Os dos necessitam necessariamente entrar em conflito, quase instantaneamente. A grande sacada do Anarquismo foi combinar o indivíduo e a sociedade em uma única visão política: ao mesmo tempo, eliminou o Estado e a propriedade como os pilares de suporte, baseando-se em seu lugar na auto-organização e o apoio mútuo.

O Anarquismo entende que qualquer forma de organização social, especialmente uma que busque uma erradicação completa da dominação, que se basear na premissa tanto da liberdade individual quanto coletiva – ninguém é livre a não ser que todos sejam livres, e todos só podem ser livres se cada pessoa puder individuar ou atualizar a si mesmo da forma mais ampla possível.

O Anarquismo também reconheceu, mesmo que intuitivamente, que tal tarefa é tanto um ato de balanço constante e “do que é feita” a vida real. A liberdade de uma pessoa necessariamente infringe a de outra, ou mesmo o bem de todos. Nenhum bem comum pode atender as necessidades e desejos de todo mundo. Isso não quer dizer lavar as mãos e escolher pelo caminho ou do liberalismo ou do comunismo – privilegiando um lado da equação, de forma artificial – na esperança de resolver esta tensão em andamento.

Desde o início, o Anarquismo perguntou a muito mais difícil mas em última instância pragmática questão: “Levando em conta estas “colisões” sociedade x indivíduo como parte da condição humana, como podem as pessoas coletivamente auto-determinar suas vidas para se tornarem quem elas querem ser e ao mesmo tempo criar comunidades que são tudo o que elas poderiam ser também?”

O Anarquismo entendeu que esta tensão é positiva, como uma parte criativa e inerente à existência humana. Ele destaca que as pessoas não são todas iguais, nem precisam ser, nem necessitam, querem ou desejam as mesmas coisas.

No seu melhor, a aspiração anarquista básica por uma sociedade livre composta de indivíduos livres dá transparência ao que deve ser uma dissonância harmônica e produtiva: encontrar caminhos para coexistir e nos desenvolver em nossas diferenças.

Anarquistas criam processos que são humanos e substancialmente participativos. São sonestos sobre o fato de que sempre haverá mal-estar entre a liberdade individual e social. Garantem que será uma luta contínua encontrar o equilíbrio ideal. Esta luta é justamente aquela na qual o Anarquismo se localiza, aparece, acontece.

Ele acontece, hoje em dia, em situações nas quais nem nos damos conta. Em projetos de pequena escala como cooperativas de cicloativistas, escolas livres – situações em que as pessoas coletivamente fazem decisões cara-a-cara sobre assuntos grandes ou mundanos.

Isso não é algo que a maior parte das pessoas na maioria das partes do mundo é encorajada a ensinar (ou aprender); pois isto contém o kernel, o código-fonte, o coração do que é necessário para destruir o atual sistema de arranjos sociais verticais. Desta forma, não somos nem particularmente bons nem eficientes em processos democráticos diretos. Mecanismos de tomada de decisão em conselhos são trabalho duro. Eles levantam questõs difíceis, como por exemplo “como lidar com conflito de formas não punitivas”. Mas através deles, as pessoas se “escolarizam” no que pode ser a base para a auto-governança coletiva, para redistribuir poder a todos. Quando funciona bem, temos um profundo senso dos tipos de processos ou acordos que podemos fazer e manter uns com os outros.

Ocupa BarcelonaNo micronível e em outros muito maiores, o anarquismo forma “a estrutura da nova sociedade dentro da casca da velha”, como o preâmbulo da constituição mundial dos trabalhadores industriais afirma. De forma ainda mais crucial, ele auto-determina a estrutura do novo a partir dos espaços de possibilidade dentro do velho.

O Anarquismo precisa permanecer dinâmico se ele realmente quiser desmascarar novas formas de dominação e substitui-las por novas formas de liberdade, precisamente devido a sempre presente tensão entre liberdade individual e coletiva.

Auto-organização necessita a participação de todos, o que requer estar sempre aberto a novas questões e ideias.

Quando as pessoas são introduzidas ao anarquismo hoje, esta abertura combinada com a propensão cultural a esquecer o passado, pode fazer com que pareça uma invenção recente – sem uma tradição elástica, preenchida com debates, lições e experimentos, para construir sobre. Pior ainda, pode parecer uma prática política do tipo “tudo vale” – libertino sem o libertário – sem consideração por como os atos de uma pessoa impactam outra pessoa (ou pessoas) ou mesmo a comunidade.

Precisamos estudar a história anarquista para evitar repetir os erros, mas também para saber que não estamos sozinhos no que tem sido e vai ser a pedregosa e cheia de desvios “via para a utopia”.

(continua…)

Outras Partes:

Parte 1 – O Anarquismo e suas Aspirações

Parte 2 – Looking Backward

Parte 3 – Adiante! e Filosofia da Liberdade

Parte 4 – A Vida como um Todo

Parte 5 – O Conteúdo Ético

Parte 6 – Orientação Ecológica

Parte 7 – Acenando em direção à Utopia

Parte 8 – A Promessa Anarquista para uma Resistência Anticapitalista

Parte 9 Democracia é DIreta (em 12/10)

Parte 10 – Retomada das Cidades: do Protesto ao Poder Popular (em 19/10)

5 Comentários

  • Silvio Furtado

    Reflexões (cont.):

    “Desta forma, não somos nem particularmente bons nem eficientes em processos democráticos diretos. Mecanismos de tomada de decisão em conselhos são trabalho duro.”
    -> Se o ser humano fosse 100% racional, talvez esse processo de tomada de decisão valesse a pena. Como não é, só vejo falácia ideológica na proposta horizontal de tomada de decisão por conselho ou consenso. Em uma sociedade onde existe religião, fanatismo partidário, terrorismo, etc. não vejo, nem recebo bons exemplos do mundo, de como tal sistema poderia dar certo. Poucos corruptos tomando decisões viesadas também não me agrada, porém estes poucos estão em menor numero, e hoje em dia existem coisas como impeachment, referendos e plebiscitos, fichas limpas compartilhadas via internet e cassações de mandato, ferramentas democraticas a serviço do povo. Agora imagine o governo onde todo mundo tem opinião sobre, quem pode vencer uma mob rule? Como se destrona um governo corrupto descentralizado? Como já disse, isso sempre termina em guerra.

    ” Pior ainda, pode parecer uma prática política do tipo “tudo vale” – libertino sem o libertário – sem consideração por como os atos de uma pessoa impactam outra pessoa (ou pessoas) ou mesmo a comunidade.”
    -> Quem já estudou nossos índios Brasileiros, ou outras sociedades tribais horizontais, sabe como isso é um exagero. Porém volto a afirmar que uma sociedade industrial e nuclear não poderia ser horizontal. Bonobos e índios são primitivistas, e conseguem viver harmoniosamente em processos sociais horiozontais porque seus processos para com a natureza também são horizontais (não necessariamente sustentáveis, mas horizontais). Uma sociedade industrial, porém, tem uma relação de dominação sobre a natureza e consequentemente, mas não necessariamente, isso reverte em estratificação social. O fato é que precisamos buscar uma forma de prevalecer com nosso domínio sobre o planeta como uma obrigação cultural, histórica e cósmica, e ao mesmo tempo achar uma forma de distribuir nossa herança e riqueza de forma sustentavel e igualitária (riqueza aqui não significando dinheiro, mas todo e qualquer forma de riqueza como ciência, arte, conhecimento, etc.).
    Isso pode parecer utopia e romantismo, mas no fundo todo mundo tem um “instinto” (sentimento ou desejo) de viver redoado de belezas estéticas agradáveis, de poder exercer a sua liberdade individual, de ser bem tratado, de amar e ser amado e de ser acima de tudo saudável e feliz, e viver longos anos de experiências envolventes. Buscar uma sociedade melhor significa poder garantir que estes belos desejos sejam realizados de forma igual para todos os habitantes, promovendo seu máximo desenvolvimento potencial, dando-lhes a melhor experiência de vida possível naquele tempo e espaço e garantindo esta agradável experiência para gerações futuras através de praticas sustentáveis. Seria como se cada um de nós fossemos os empresários do planeta terra inteiro, e pensassemos ‘Como poderia eu criar a melhor experiência possível para meu cliente?’, ou como se todos nós fossemos os patriarcas/matriarcas de toda a Terra e pensassemos ‘Como garantir a máxima satisfação na estada de meus parentes?’

  • Silvio Furtado

    Reflexões:
    “Ninguém deveria viver nas celas do Capitalismo, do Estado, ou de outra forma de dominação ou opressão (…)”
    -> Aqui justificaria colocar a palavra ‘social’ depois de ‘opressão’, já que isso estabeleceria uma localização para o tipo de cela. Assim como está, cabe perguntar se devemos nos livrar também da cela da mente. Se sim, isso é apologia as drogas. Ou da cela do corpo humano, se sim, isso é propaganda transhumanista. Da cela das leis naturais, se sim, isso é incentivo a metafísica.

    “(…) nossa humanidade está profundamente machucada pelo mundo alienado e controlado no qual habitamos.”
    -> Alienados e dominados por quem ou o quê. Seria bom especificar, ou o leitor pode assumir o que quiser neste trecho. Visto que desde nossos chimpanzés até o homo sapiens sapiens, alienação social, cultural ou interpessoal sempre existiu e é inclusive uma característica biologica de inserção de dados de nossa mente. Temos a tendência de observar e copiar, ou seja, repetir alienadamente os padrões que recebemos do ambiente ao redor. (Não que eu descarte a consciência ou apoie a alienação antes que alguém me acuse).

    “O Anarquismo defende que as pessoas seriam muito mais humanas sob relações e arranjos sociais não hierárquicos.”
    -> Ponto de vista que considero tanto um devaneio ideológico (uma crença, um romance), quanto um acerto ocasional da ideologia anarquista (um chute que depois se provou coerente). Dentro da ciência da administração, mais e mais se prova que o ser humano ainda não está pronto para conviver harmoniosamente em grandes grupos heterogêneos sem quaisquer conflitos. Porém dentro da ciência da biologia, mais e mais se prova que existe uma relação direta entre saúde física e mental e hierarquia, e quanto mais abaixo na pirâmide pior sua saúde, seja esta pirâmide qual for (e muito importantemente, dependendo da importância que voce dá a essa pirâmide em particular).

    ” o Anarquismo pode ser definido como uma busca/luta em direção a uma sociedade livre composta por indivíduos livres.”
    -> Livre do quê ou de quem? Isso me lembrou os protestantes dizendo que somente aceitando jesus eu seria livre. Livre de quê mesmo? A qual liberdade se refere o anarquismo. Liberdade total? Total, incluindo a liberdade em matar, roubar, estuprar, pilhar, guerrear, urinar na salada e soltar antrax na rede publica de águas?

    “A grande sacada do Anarquismo foi combinar o indivíduo e a sociedade em uma única visão política: ao mesmo tempo, eliminou o Estado e a propriedade como os pilares de suporte, baseando-se em seu lugar na auto-organização e o apoio mútuo.”
    -> Isso me lembrou demais a sociedade dos Bonobos (primitiva). Talvez os primeiros anarquistas tenham se inspirado neles. Porém, é dificil imaginar uma sociedade tecnologica e nuclear sem Estado e sem Propriedade. A quem pertenceria o tifo, o antrax, a peste negra, e outras doenças altamente infecciosas, contagiosas e fatais, hoje mantidas a 7 chaves por laboratórios secretos protegidos por governos específicos. Eu fico imaginando Khadaffi, Bin laden ou Kim Jong-il de posse de um brinquedinho desses. Saddam deu uma mostra com gás mostarda.

    “O Anarquismo entendeu que esta tensão é positiva, como uma parte criativa e inerente à existência humana.”
    -> Isso equivale ao seguinte pensamento: ‘Pacifistas estavam tentando achar uma solução para a guerra. Após refletir, pacifistas entenderam que a guerra é positiva, pois causa uma redução demográfica e promove o avanço tecnologico.’
    Eu acho que detectei uma falácia nesse pensamento!

    “(…)encontrar caminhos para coexistir e nos desenvolver em nossas diferenças.”
    -> Historicamente, isso sempre terminou em guerra.

  • Silvio Furtado

    Citações:

    “(…) uma forma de organização social na qual será rotina agir de forma mutualista.”
    -> Assino embaixo desta visão de futuro.

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