Mania de “eu quero isso também”
Twitter, Pownce, Second Life, Gmail. Feevy, Orkut, Joost, Finetune, Last.fm. Widgets, badgets, gadgets.
Há alguns anos se criticava o uso de estrangeirismos na língua portuguesa. Alguns pares de anos se passaram e a tecnologia – sempre ela, nos últimos 100 anos – foi responsável pela entrada definitiva de termos em inglês na linguagem praticada na internet e nos meios de comunicação em geral. Alguns meios mais conservadores, como os telejornais das grandes redes de tevê ainda resistem à invasão, mas seus dias estão contados. Twitter, Pownce, Second Life, Gmail. Feevy, Orkut, Joost, Finetune, Last.fm. Widgets, badgets, gadgets.
Há alguns anos se criticava o uso de estrangeirismos na língua portuguesa. Alguns pares de anos se passaram e a tecnologia – sempre ela, nos últimos 100 anos – foi responsável pela entrada definitiva de termos em inglês na linguagem praticada na internet e nos meios de comunicação em geral. Alguns meios mais conservadores, como os telejornais das grandes redes de tevê ainda resistem à invasão, mas seus dias estão contados.
Na lista citada acima, não citei nenhum tipo de aparelho eletrônico, exceto aqueles inclusos entre os gadgets. Todas as palavras dizem respeito à tecnologias para manter-nos atrelados ao virtual, manter nossos olhos fixos na tela do computador ou vinculado a ele. Esta tendência crescente que parece ser irreversível é também massificante. Ao mesmo tempo em que, gratuitamente possibilita o acesso a "facilidades", torna o indivíduo que delas abusa uma entidade alienada e alienante.
Hoje é fácil encontrar weblogs inteiros disputando as notícias "mais quentes" sobre a última tecnologia. Os comentaristas ficam de plantão em sites de tecnologia norte-americanos para trazer, antes de qualquer um, a notícia, o furo de reportagem acerca do último grito tecnológico.
Quando saio da frente do computador, entretanto, e volto a me relacionar com a grande maioria dos meus amigos que não acessam a internet nem um décimo do tempo que usualmente navego, sinto-me eu um alienado. Sinto estar, de certa forma, deixando passar alguma parte importante da minha vida. Sinto ainda estar longe do equilíbrio que busco. Sinto que, assim como o tecnófilo busca ter acesso ao mais recente gadget ou widget, ou estar presente na mais recente rede social, eu preciso cultivar mais profundamente minhas amizades. Criar laços menos transitórios e mais densos.
Como nunca cultivei a monetização de meu weblog – nem sirvo para dar aulas de como fazê-lo – acho que chegou a hora de valorizar cada um que se aproximar de mim com sentimentos sinceros para compartilhar. Assim, acredito que continuarei de olho nas novas tecnologias – afinal, não se cura uma doença dessas da noite para o dia – mas serei mais comedido na sua utilização. A mania de "eu quero isso também" que se generalizou pelo Blogverso vou continuar tendo, mas vou desviá-la para outras fontes: escrever um livro, comprar uma bicicleta e ajudar este mundo poluindo menos, cultivando minha horta de temperos dentro do apartamento para preparar os pratos que estou aprendendo, dar a atenção merecida a meus amigos, família, pacientes e estudos de humanidades e do pensamento libertário.
5 Comentários
Tiago
Concordo
Penso como você também. Isso é um vivio e tem que tomar cuidado, pois só nos afastam de ter relações reais com aquilo que mais nos interessam: seres humanos. Temos que usar essas tecnologias com cuidado e sempre refletindo o seu significado e impacto em nossas vidas.
abraços
Leonardo Rocha Pena
Eu quero isso também
Sendo assim “eu quero isso também”: “escrever um livro, comprar uma bicicleta e ajudar este mundo poluindo menos, cultivando minha horta de temperos dentro do apartamento para preparar os pratos que estou aprendendo, dar a atenção merecida a meus amigos, família, pacientes e estudos de humanidades e do pensamento libertário”…
Na verdade todos nós precisamos disso também
valter ferraz
Rafael, oba! agora vc já está ficando mais perto de mim. Não leve a mal, mas como já te disse sou analógico e o uso dessas tecnologias que vc elencou aí, só me fazem afastar de pessoas interessantes. Sinto-me um imbecíl que mal sabe usar um e.mail e fujo o quanto posso dessa parafernália. Por mim ainda estaria escrevendo na velha Olivetti Lettera98. Não posso afirmar que a tecnologia não ajuda, mas o uso intermitente da mesma deixa um bom contingente de pessoas de fora.
Já andava com saudades de comentar aqui.
Grande abraço
Keila Vieira
Sobre o espaço real
Antigamente eu já me vi como uma futura seguidora radical de Ariano Suassuna de eliminar qualquer estrangeirismo. Mas, impossível, a gente encontra isso já em Eça de Queiros.
Existem coisas que são feitas por lá e a gente usa aqui é mais próprio que usemos os nomes de lá também, ora pois. Eu dou graças a Deus por não ter essa coisa de “eu quero isso também”, acho que seria tão infeliz e neurada. Prefiro a luta para sempre estar ao lado dos amigos e tudo mais que você cita nos fins de seu post.
Bom, e em meus fins de comentário, fiz um link direto para seu espaço, assim vou passar por aqui mais vezes, gosto das suas maneiras de pensar a vida!! abraços
Sandra
E eu???
Convivo com isso 24 horas por dia. Faz parte de minha profissão. São jargões ou termos técnicos que o deixaria de cabelo em pé. Bom, vc viu outro dia eu conversando com o Diego… Se eu o visse conversando com outro médico.. bom.. não piraria pq minha irmã é maluca igual você!!! hahahahahaha