Perguntas. Pergunte-se!
Medictando

Por que as perguntas certas são mais importantes que as respostas?

Publicado originalmente em 16 de outubro de 2009 na Revista DOC

Na Medicina, bem como em praticamente todas as áreas científicas e humanas, somos treinados para encontrar e oferecer respostas. Quando um paciente nos procura, ele quer saber o que tem e como fazer para resolver uma questão de saúde que lhe aflige.

Para que possamos de fato ajudá-lo, o primeiro passo é – através da integração entre o conhecimento que acumulamos e o reconhecimento de padrões que temos acumulado através da nossa experiência – fazer as perguntas que nos levarão ao diagnóstico correto da enfermidade ou da necessidade de quem nos solicita ajuda. Nunca damos (ou não deveríamos) oferecer um tratamento sem nos perguntar duas coisas:

A primeira é: o que está acontecendo de fato com este paciente? A segunda é: o grau de certeza que tenho é suficiente para tratá-lo, devo seguir investigando ou devo solicitar ajuda a alguém mais? São perguntas importantes que, mesmo de modo inconsciente sempre nos fazemos durante o processo diagnóstico de uma doença.

Entretanto, me pergunto: por que muitas vezes não fazemos perguntas tão ou mais importantes no decorrer de nossas vidas? Por que encontramos colegas tão absortos em seu dia a dia sem uma meta específica a ser alcançada? Ou, poeticamente, por que navegamos sem norte, sem porto ou terra à vista para atracar?

A edição anterior da Revista DOC foi prolífica em uma série de perguntas importantes que precisamos, cedo ou tarde, fazer: Márcio Iavelberg, em sua coluna DOC.Finanças perguntou: quantos pacientes preciso atender em um mês para terminá-lo no azul? E qual será minha remuneração ao final do mês?. Ainda, na mesma edição, uma belíssima reportagem de Fernanda Fernandes nos faz questionar: e agora, José? Devo seguir atendendo convênios ou me aventuro em um consultório somente particular?

A essas perguntas, claramente associadas ao critério financeiro da nossa labuta diária, acrescento mais uma – na verdade, uma pergunta bastante composta: quanto mereço ou quero ganhar e o que vou fazer quando atingir esta meta? Ou seja: o que irei fazer ao atingir a meta por mim estabelecida? Dedicar-me a atividades de lazer, contemplação, descanso? Produzir capital social ou envolver-me em trabalhos altruístas, para dividir um pouco da boa venturança que me coube na vida com quem não teve a mesma sorte? Passar um bom tempo com minha família e amigos, dedicado a cuidar da minha saúde, melhorar minha alimentação e praticar exercícios físicos? Trabalharei tanto mais horas quanto pacientes houver, para aproveitar o momento. Afinal, posso viver depois e é bom continuar fazendo um bom pé-de-meia?

São perguntas que costumeiramente não fazemos, já que não elegemos uma meta em relação a quanto merecemos ou queremos ganhar (ou, mais comumente, subvertemos nossa decisão no andar da carruagem). É certo ver que teremos vidas completamente diferentes se escolhermos uma ou outra opção.
Como é praxe na Medic(t)ando, deixo você, prezado colega, refletindo acerca das implicações que boas perguntas feitas em momentos importantes podem ter em nossas vidas. Afinal, nosso objetivo é ajudá-lo a fazer as perguntas, mas a melhor resposta quem poderá dar é você mesmo.

* Rafael Reinehr é endocrinologista. Idealizador e fundador da Colmeia – Ideias em Cooperação, uma incubadora de ideias e ações altruístas

Que tal conteúdo assim no seu e-mail todos os Domingos? Todas as semanas, envio um boletim criado exclusivamente para Aprendizes de Alquimia, assim como você, com conteúdo exclusivo sobre Desenvolvimento Humano, Crescimento Pessoal, Saúde, Aptidão Física, Meditação, Ayurveda, Psicologia Positiva, Ciência da Felicidade e do Hábito ou algum assunto que eu esteja estudando e passe pelo meu radar.


Quintessencial

Gostou deste post? Se ele lhe ajudou, que tal doar 1 real para que continuemos produzindo conteúdo assim?
Doação Única de Qualquer Valor via PagSeguro: https://pag.ae/blhvRmR
Regras para comentários: Tudo OK criticar, mas se você trolar, seu conteúdo será deletado. Divirta-se e obrigado por somar à conversação.

Deixe um comentário!

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.