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O texto definitivo
Ontem fui jantar na Cia das Pizzas da Vasco da Gama, acompanhado do meu amigo Pedro Volkmann . Havia prometido a mim mesmo não voltar tão cedo lá, porque da última vez, acompanhado de minha esposa, acabei comendo demais e no outro dia não me senti muito bem. O fato é que, papo vai, papo vem, acabei tocando num assunto que me incomoda muito: a busca do "texto definitivo". Sabe? Aquele. Pois. O Pedro me disse que ele não existe. Retruquei que sim, ele existe, porque já o havia lido na voz de outros escritores. Ele "re-retrucou" que, na verdade, era definitivo para mim, não para o…
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Eu sou uma criança
Tá, confesso: eu sou uma criança. Não tem mesmo jeito. Cheguei a essa conclusão quando me descobri divertindo-me sozinho. Outro dia, conversando com um amigo, um flash passou na minha cabeça e percebi que não preciso de muito para me divertir, para me entreter. Ficar sentado lendo um livro é uma absurda diversão. Fantástica. Escutar um som diferente então, é um estímulo divino. Uma conversa inteligente, um lugar diferente, um aroma ou uma comida especial… Nossa, quanta coisa aguça minha criatividade e me faz pensar em coisas – idéias e projetos – novos. Um mais megalomaníaco que o outro diga-se de passagem. Por muito tempo tentei fazer todos eles sozinho.…
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José Saramago – As intermitências da morte – NR006
Nanoresenha # 005 – NR005 José Saramago – As intermitências da morte Quem já leu Saramago, já sabe o que esperar. Uma literatura irônica, nem sempre sutil, uma cotovelada na orelha do sistema político português e, é claro, diálogos que se acotovelam pontuados apenas com uma vírgula seguida de uma Maiúscula. Lendo “As intermitências da morte” me lembrei do livro Bartleby e Companhia, em que o escritor Enrique Vila-Matas apresenta um personagem que acreditava que Saramago lhe roubava as idéias para escrever seus livros. Mal ele havia pensado em um projeto de livro, em poço tempo Saramago lançava o livro com a idéia por ele pensada. Lembrei…