Quase Filosofia

O texto definitivo

    Ontem fui jantar na Cia das Pizzas da Vasco da Gama, acompanhado do meu amigo Pedro Volkmann . Havia prometido a mim mesmo não voltar tão cedo lá, porque da última vez, acompanhado de minha esposa, acabei comendo demais e no outro dia não me senti muito bem.

    O fato é que, papo vai, papo vem, acabei tocando num assunto que me incomoda muito: a busca do "texto definitivo". Sabe? Aquele.

    Pois. O Pedro me disse que ele não existe. Retruquei que sim, ele existe, porque já o havia lido na voz de outros escritores. Ele "re-retrucou" que, na verdade, era definitivo para mim, não para o referido escritor. Re-re-retruquei, já não tão certo sobre a existência de tal texto de que, bom, para mim bastava escrever algo como fulano ou ciclano que já me consideraria como autor de um "texto definitivo". Pedro me disse que eu já havia, segundo ele, escrito um "texto definitivo": chama-se Fábula fabulosa . Achei graça. "Nada a ver", disse.

    Em primeiro lugar, não quero aqui afirmar como "texto definitivo" alguma obra colossal, uma Odisséia ou um Ulysses. Nada que mude conceitos ou paradigmas. Quero menos, bem menos. Quero apenas ficar realmente satisfeito com um texto bem escrito e que eu saiba, ao final do mesmo, que não precisarei dar retoques porque, por um bom par de anos, ficarei feliz com a existência daquele ajuntamento de palavras e sentidos.

    Nos últimos 30 anos e 10 meses, disse-lhe, de forma hiperbólica, mas poderia lhe dizer nos últimos 14 anos, não escrevi nada que realmente prestasse. Um grande empecilho sempre me puniu: a pressa. Escrever e terminar logo. Não dar o tempo necessário para minha escrita fluir, não me ater aos detalhes da boa literatura, revisar, transpirar sobre meus escritos. Sonhar com eles, riscar tudo e começar novamente. Sou muito pá e bola, e isso tem feito meu texto ficar ruim.

    O fato é que estou disposto a mudar. Já comecei a tempo, deixando de participar em toneladas de sites como antigamente. Agora é aqui, no reinehr.org , no Simplicíssimo e no OPS! E, principalmente, comigo mesmo munido de um gravador digital e em cima de um bom caderno de anotações. Daqueles de papel, sabe? Já ouviu falar? Se compra em livrarias ou lojas de material escolar.

    A que resultado isso vai me levar. Deixe meu amigo Chronos lhe contar…

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