Quase Filosofia

Morangos sobre morangos (ou “A crônica dos moranguinhos”)

Morangos sobre morangos (ou “A crônica dos moranguinhos”)

sobre moranguinhos feios escondidos embaixo dos bonitos

Possivelmente você, assim como eu, já comprou aquelas caixas com morangos vermelhos belíssimos vendidos por ambulantes, no centro das cidades, no asfalto das cidades do interior ou até mesmo em feiras e supermercados. Aquela cor vermelha viva, permeada pelas pequenas sementinhas verdes do morango são um verdadeiro ímã ao consumo.

Morangos sobre morangos (ou “A crônica dos moranguinhos”)

sobre moranguinhos feios escondidos embaixo dos bonitos

Possivelmente você, assim como eu, já comprou aquelas caixas com morangos vermelhos belíssimos vendidos por ambulantes, no centro das cidades, no asfalto das cidades do interior ou até mesmo em feiras e supermercados. Aquela cor vermelha viva, permeada pelas pequenas sementinhas verdes do morango são um verdadeiro ímã ao consumo.

Chegamos em casa, largamos nossas mochilas, maletas, sacolas ou bolsas em cima da mesa ou do sofá e vamos direto para a cozinha, experimentar algumas daquelas belezuras. Tiramos cuidadosamente o plástico que as encobre e começamos a tirar um, dois, três morangos da caixa. Quando pegamos o quarto morango, começamos a perceber que o vermelho vivo fresco e saboroso está somente na superfície: logo abaixo da primeira camada de morangos apetitosos encontra-se a camada que dá lucro ao esperto vendedor – morangos amassados, mofados, machucados, em parte apodrecidos e com aparência detestável, muitas vezes impróprios para o consumo.

Se foi nossa primeira vez, ficamos chateados. Se foi a segunda, ou a terceira, baixamos a cabeça e, com um suspiro significando “eu já sabia”, seguimos lavando os morangos que conseguimos salvar e degustamos pedaços de felicidade em um mar de desilusão.

Essa história ilustra muito bem um embate complementar interessante da humanidade: a aparência e a essência.

Existimos – todos, sem exceção – usando máscaras que nos convém em determinados momentos da vida. Alguns, usam máscaras tão grossas que deformam sua essência verdadeira e tudo que podemos conhecer dessa pessoa é sua superfície, representada por aquilo que ela aparenta para nós, aquilo que a máscara que usa nos deixa ver. Outras pessoas, entretanto, usam máscaras extremamente finas, translúcidas, quase transparentes, deixando à mostra seu verdadeiro eu, sua real essência. É dessas pessoas que gosto de me aproximar. Delas só posso esperar boas surpresas, já que estou sempre em busca de boas essências.

Estou sempre buscando reduzir o número de morangos mofados na minha caixa de morangos. E você, como é sua caixa de morangos?

7 Comentários

  • marilia

    morangos
    Empatamos, rafael…O inter estava ganhando de 2 a zero até o final…quase viramos…”eita que esse meu galo inda acaba por me matar do coração um dia!!!!!”
    Quanto a Tina, espero que vc já tenha superado e volte a aparecer lá no universo…
    vale a pena…
    Como o seu blog, acho que é leitura obrigatoria…rsss
    bjão!

  • marilia

    morangos
    rafael, tem uma frase do nietzche, do livro crepúsculo dos ídolos, onde ele pergunta:
    “tu és autêntico? Ou apenas um ator? um representante? ou o próprio representado? por fim, talvez tu não passes da imitação de um ator…9segundo caso de consciência)….’
    è o caso..
    quem somos e o que queremos? a aparencia ou a essencia?
    meu amigo, acho que vai sempre depender da situação…
    é igul discutir ética se teu filho ou tua mulher estão envolvidos no escandalo…
    fica sempre a interrogação.
    bjos e boa semana

  • valter ferraz

    Caro Rafael, talvez cultivando nossos próprios morangos? Fazemos isso aqui em casa com os temperos, as alfaces. couves, tomates, pimentas e pimentões. Eliminamos os “mofados” na origem e aproveitamos só os “sem-máscara”. Se tudo na vida pudesse ser assim, quem dera!
    Grande abraço

  • Mahai

    As máscaras não podem ser eternas, nem os morangos superiores da bandeija. Se ninguem consumir eles apodrecerão, pois se o miolo é podre a casca não suporta muito tempo.
    As máscaras sempre cairam e cairão. Todos possuimos uma e outra e as vezes é bom colocar uma.
    Como tu bem leste no meu blog, passei uma semana complicada. Morangos saborosos foram consumidos, verdadeiros amigos mostraram suas máscaras e rostos verdadeiros. Os mofados taquei na composteira, pelo menos que virem adubo.

  • Rafael Reinehr

    Azedinhos
    Os morangos de Agudo são realmente ótimos. Como deves ter imaginado, deixei-os de fora para que minha metáfora pudesse ser adequadamente explicada. Concordo quanto a eliminação dos intermediários. Quanto menos ruídos na comunicação, melhor. O grande entrave é quando a vida transforma-se em um baile de máscaras e você, cansado de usar a sua, escolhe por retirá-la, no meio da festa. A experiência é interessante e admiro quem o consiga fazer. Eu prefiro ir diminuindo gradativamente a espessura da minha. Tenho medo do choque que seria se todos vissem minha real anatomia…

  • MAHAI

    Simples, troca de fornecedor.
    Eu, por exemplo, só compro os moranguinhos ali da entrada de “Acúdo”, faço um rodízio entre os fornecedores. Compro quase na origem, pois esta é a palavra da onda: origem, as origens. A conversa olho no olho, direta, sem intermediários,… feito os produtos de alimentação, sempre que possível ir na fonte.
    Evitar a terceirização, na alimentação, comunicação e sentimentos.
    Tu bem conhce os “morranquinhos” de “Acúdo”, eles tem sum problema, sic, grave, são muito obtusos (azedos, mas nada que uma colherada do bom e saboroso açucar refinado não resolva).

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