O que aconteceu com o cristal?
Quase Filosofia

O que aconteceu com o cristal?

(esta história relaciona-se com uma passagem bem particular da minha vida, e qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência).

O que falta responder?

Falta descobrir o que aconteceu com o cristal. O cristal quebrou? Ou ele está envolto em uma grossa camada de barro, oculto embaixo dela? Se quebrou, não tem como ser consertado. Não tem mais como ser “aquele cristal” de antes. Sem jeito. Se está coberto de barro, basta lavá-lo, cuidadosa e persistentemente. O barro vai sair e o cristal continuará lá, lindo e transparente.
Mas a complexidade da imaginação humana consegue, ainda encontrar mais soluções além destas duas que surgem à primeira vista (aceitar a perda do cristal ou tirar-lhe a sujeira).
Podemos adquirir outro cristal ou então, ao invés disso, podemos “remixar o cristal”. Adquirir outro cristal pode ser o caminho mais fácil. Nos desapegamos do cristal antigo e buscamos, quer seja em um antiquário ou então em uma loja qualquer, um cristal para substituir aquele que quebrou. O novo cristal é a negação do antigo. É a busca de outra história, mesmo que seja repetindo os mesmos caminhos (queremos, novamente, um cristal).
Mas existe ainda uma quarta solução, advinda da cultura japonesa, chamada Kintsugi. Kintsugi é a arte de reconstruir cerâmicas quebradas com uma resina misturada com pigmentos de ouro, prata ou platina. (Veja algumas imagens em http://www.pinterest.com/egurian/kintsugi-repaired-in-gold/). A filosofia por trás do Kintsugi nos ensina que o quebrar e reparar se torna uma parte da história do objeto, ao invés de simplesmente rejeitá-lo.
O Kintsugi pode se relacionar à filosofia japonesa do “no mind”, que encompassa os conceitos de desapego, aceitação da mudança e destino como aspectos da vida humana.
Significa respeitar e abraçar amorosamente a história do objeto, e buscar o novo através de novos caminhos – já não precisamos de um cristal perfeito, mas valorizamos a história daquele cristal que a partir de agora, é único, não mais “fabricado em série”.
Saberemos ser artesãos de nossas próprias vidas? Ou buscaremos outros cristais, outras histórias, para logo ali na frente descobrir que estamos repetindo o mesmo padrão de sempre?

A resposta encontra-se dentro de cada um, e somente cada um de nós consegue submergir e resgatá-la.

Bom mergulho!

(este texto foi escrito para uma pessoa muito especial, que está em um caminho de descoberta, compreensão e busca de si mesma, mas serve como reflexão para cada um de nós, em nossas próprias buscas pessoais)

Viena, 18 de setembro de 2014.

 

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Quintessencial

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