Por que mulheres não lêem livros densos e profundos tampouco livros de desenvolvimento humano?
É triste, mas é verdade: quando se quer gerar engajamento, é necessário chocar, polemizar ou dizer algo absurdo.
No outro dia, fiz uma postagem no threads bem fora do meu estilo: uma postagem sexista sugerindo que uma parcela da população (mulheres) talvez não estivessem lendo suficientemente livros densos e profundos de literatura, bem como livros voltados ao crescimento pessoal e ao desenvolvimento humano.
Em primeiro lugar, minha defesa: sei que isso é uma absoluta bobagem ou, pelo menos, não tenho nenhum dado que aponte para isso. As melhores booktokers e bookgrammers que sigo, por exemplo, são mulheres, todas mergulhadas em leituras pra lá de interessantes e que me enchem de dicas e tornam minha lista de livros a ler impossível de concluir em uma só vida.
O que eu queria com a postagem então? Bem, justamente aquilo que aconteceu: interação, engajamento, conversa, diálogo.
Hoje é dia 4 de janeiro de 2025 e tem por lá 130 comentários, alguns muito ricos, outros graciosos, outros ainda agressivos… vou começar a responder um a um aqueles que merecem atenção mas farei isso no meu ritmo pois, como sabem, meu tempo é exíguo e minha vida acontece muito mais fora do que dentro nas mídias sociais.
Como previ, algumas pessoas iriam perguntar: “Mas Rafael, o queres dizer com literatura densa, profunda? O que são livros de desenvolvimento humano para você”.
Para estas pessoas, criei esta postagem, já que o espaço do threads é truncado e exige fazer vários comentários para várias pessoas, o que torna inviável ao bem viver interagir dessa forma. Espero genuinamente que as listas abaixo façam sentido para você e, ainda assim, são uma mero esboço do que poderia ser citado como boas referências de leitura.
- Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust – Uma obra monumental que explora memória, tempo e consciência
- Guerra e Paz, de Liev Tolstói – Um épico histórico que reflete sobre a guerra, amor e a condição humana
- Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis – Um clássico brasileiro que mistura humor e crítica social
- Madame Bovary, de Gustave Flaubert – Uma análise profunda da insatisfação e do desejo humano
- O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar – Uma narrativa inovadora que questiona a linearidade e o sentido da vida
- “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry – Uma narrativa poética que explora temas como amizade, amor e o sentido da vida
- “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley – Um clássico distópico que questiona a liberdade, a tecnologia e a natureza humana
- “Senhor das Moscas”, de William Golding – Uma análise da condição humana em situações extremas
- “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector – Reflexões existenciais e filosóficas sobre identidade e marginalização
- “Kindred: Laços de Sangue”, de Octavia Butler – Uma jornada sobre racismo e empatia através da ficção científica
- “Os Irmãos Karamázov”, de Fiódor Dostoiévski – Uma obra-prima que explora moralidade, religião e conflitos familiares
- “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann – Reflexões filosóficas e existenciais em um cenário de isolamento
- “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel García Márquez – Uma saga familiar rica em simbolismo e realismo mágico
- “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski – Um mergulho na psicologia da culpa e redenção
- “O Som e a Fúria”, de William Faulkner – Uma narrativa complexa sobre decadência familiar e o tempo
Alguns com uma pegada ecológica, relacionando sociedade e ambiente: - “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson – Um marco na conscientização ambiental, focando nos impactos dos pesticidas
- “Ideias para Adiar o Fim do Mundo”, de Ailton Krenak – Reflexões sobre a ruptura entre humanidade e natureza
- “O Lobo do Mar”, de Jack London – Debate as relações entre indivíduo, sociedade e natureza
- “Libertação Animal”, de Peter Singer – Questiona a exploração animal e os impactos ecológicos
- “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell – Uma alegoria que também reflete sobre a relação humana com o ambiente natural
Na pegada do desenvolvimento humano: - “Meditações”, de Marco Aurélio – Reflexões estoicas sobre virtude, resiliência e a busca por uma vida significativa
- “A Arte de Viver”, de Epicteto – Um guia prático de filosofia estoica para lidar com os desafios da vida
- “Inteligência Emocional”, de Daniel Goleman – Explora como as emoções influenciam nossas decisões e relacionamentos
- “Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso”, de Carol S. Dweck – Discute como a mentalidade afeta nosso crescimento pessoal e aprendizado
- “O Poder do Agora”, de Eckhart Tolle – Uma obra filosófica sobre viver plenamente no presente
- “Sobre a Brevidade da Vida“, de Sêneca – Uma profunda reflexão sobre o que vale a pena se debruçar e o que não vale
- “Comunicação Não-Violenta”, de Marshall B. Rosenberg – Ensina a expressar sentimentos e necessidades com empatia e clareza, promovendo conexões saudáveis
- “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, de Dale Carnegie – Oferece técnicas práticas para melhorar relacionamentos interpessoais e persuasão
- “Obrigado pelo Feedback”, de Douglas Stone e Sheila Heen – Explora como dar e receber feedback de forma construtiva para melhorar a comunicação
- “Todos se Comunicam, Poucos se Conectam”, de John C. Maxwell – Foca em criar conexões significativas além das palavras
- “O Poder do Hábito”, de Charles Duhigg – Explora como identificar e transformar hábitos, com base em ciência e exemplos reais
- “Hábitos Atômicos”, de James Clear – Apresenta métodos simples e práticos para criar e manter hábitos positivos
- “Micro-hábitos”, de B.J. Fogg – Ensina a começar com pequenas mudanças sustentáveis para alcançar grandes resultados
- “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, de Stephen Covey – Oferece princípios para transformar hábitos e alcançar eficácia pessoal
- “Outlive – A Arte e a Ciência de Viver Mais e Melhor“, de Peter Attia – Dicas práticas sobre como viver – e não somente sobreviver – com qualidade enquanto envelhecemos
Uma coisa: a lista acima não reflete minha lista de “Livros Preferidos” nem mesmo uma lista de “Livros Pessoalmente Recomendados”. Algum dia pairo-me em frente à minha estante e seleciono um a um alguns dos melhores livros que tenho lido nos últimos anos e faço esta lista acontecer.
Além destes, poderia recomendar alguns dos livros que já lemos coletivamente em nosso Clube do Livro Oásis, que já existe desde 2019 e está em sua décima-oitava edição. Um coletivo de leitores que, mais do que ler e compreender individualmente cada nova leitura, procura compartilhar seus insights com o grupo, enriquecendo assim a compreensão do livro lido bem como trazendo novas perspectivas e pontos de vista, muitas vezes impensáveis, sobre um determinado tema.
O Clube é aberto tanto para assinantes que colaboram com o valor total da assinatura (39 reais por mês) quando para colaborações espontâneas (exemplo: 5 reais) quando estas são possíveis. O objetivo não é a renda, e sim o acesso tão democrático quanto possível e ainda assim permitir a sustentabilidade do grupo (valor revertido para assinatura anual das ferramentas de comunicação do grupo (Zoom/Streamyard).
Se você definitivamente gosta de umas viagens mais profundas e alguns escritos por vezes etéreos e psicodélicos impressos no éter universal, não deixe de me acompanhar no Substack, em https://armazemdeideias.org – Volta e meio escrevo por lá, n’O Quintessencial, uma espécie de newsletter/zine que é publicado de forma errática, mas que me deixa feliz quando consigo publicar e interagir com os poucos e bons leitores. Te espero por lá. Enquanto isto, me diga o que está na sua cabeceira hoje e quais são as leituras que mais te impressionaram nos últimos meses, ou até mesmo ao longo da sua vida.
Boas leituras para você!