RifaRifa e Provocações
Hoje tenho 2 coisas importantes a dizer.
Em primeiro lugar, pediria aos meus 6 leitores que visitassem este site:
A Pipa (que eu nem conheço) foi assaltada e aí a Fal criou o RifaRifa para ajudar a Pipa e a família. Confiram! É uma chance de ouro de ajudar uma pessoa e ainda concorrer a uma pá de livros de escritores da “Nova Guarda”, incluido vários blogueiros e blogólatras de destaque! Mas vai rápido porque tá acabando!
A outra coisinha que eu queria relembrar é uma transcrição do discurso de Guaicaípuru Cualtemoc, um descendente de uma tribo indígena da América Central pronunciado em uma conferência dos chefes de estado da União Européia, Mercosul e Caribe realizado em 2002 que foi adaptada e apresentada pelo Antônio Abujamra no programa Provocações. O texto a seguir é o original, e a adaptação do Abujamra pode ser visto no linque aí atrás, no sítio do Provocações. Se você é brasileiro ou latino americano, vale a pena ler. Se você é europeu, mais ainda.
“Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a encontraram só há 500 anos.
O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram.
O irmão financista europeu me pede o pagamento, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.
Eu também posso reclamar pagamento e juros. Consta no Arquivo das Índias que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
Terá sido isso um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao Sétimo Mandamento!
Teria sido expoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.
Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos!
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de outros empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa.
O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.
Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano Marshall do governo Montesuma, para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho diário e outras conquistas da civilização.
Para celebrar o quinto centenário do início desse empréstimo, poderemos perguntar:
– Os irmãos europeus fizeram uso racional desses fundos?
– Não!
No aspecto estratégico, os dilapidaram nas batalhas de Lepanto e outras formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, de cancelar o capital e seus juros. Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar, e nos obriga a reclamar-lhes o pagamento imediato do capital e dos juros.
Mas não cobraremos de nossos irmão europeus vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros. Nosso limite é exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um juro módico de 10% ao ano, acumulado apenas durante os últimos 300 anos.
Sobre esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem em ouro e prata um número para cuja expressão total seriam precisos mais de 300 cifras e que supera o peso total do planeta Terra.”
(quem me lembrou deste texto foi o Roger, do Perfect Sense)