Earthlings (Terráqueos) – A ética da relação do Homem com outros terráqueos
O vencedor do Prêmio Nobel, Isaac Bashevis Singer (1904-1991), escreveu, em seu livro de maior sucesso, “Enemies”, o seguinte: “Por mais que Herman tivesse testemunhado o abate de animais e peixes, ele sempre tinha o mesmo pensamento: no seu comportamento em relação aos animais, todos os homens são nazistas. A presunção com a qual o homem pode fazer o que quiser com outras espécies exemplifica as teorias racistas mais extremas, a lei do mais forte.” A comparação com o Holocausto é intencional e óbvia. Um grupo de seres vivos angustia nas mãos de outro. Embora alguns possam argumentar que o sofrimento de animais não possa ser comparado ao sofrimento dos judeus e escravos, há, de fato, um paralelo. E para os prisioneiros e vítimas deste assassinato em massa, o seu holocausto está longe do fim. Escrito, produzido e dirigido por Shaun Monson e narrado por Joaquin Phoenix, este vídeo em inglês, com legendas em português, é uma produção da Nation Earth Organization.
Este vídeo poderia ser postado em outra seção, talvez Ecologia, mas escolhi colocá-lo aqui, em Sociedade > O Mundo ás Avessas, porque se trata justamente disso: de uma escolha que provavelmente precise ser revista.
Como animais racionais, temos a chance de fazer uma escolha, entre poupar a vida ou matar um animal para nosso sustento. Mesmo que o algumas pessoas não consigam, quer seja por fraqueza moral ou por “liberdade de escolha” deixar de trocar sua subsistência alimentar por alimentos provenientes da morte de animais, pelo menos pode começar a lutar para evitar que tudo aconteça da forma que acontece hoje, e que podemos aprender no vídeo que se segue.
Se você não gosta de imagens fortes, apresenta algum tipo de problema cardíaco ou propensão à ataques de pânico ou depressão, falo sério: não o assista. Como médico presenciei várias cirurgias que expunham o corpo inteiro do paciente frente a meus olhos, mas isso não dá um centésimo da crueza e brutalidade das imagens que verão a seguir. São 95 minutos que podem começar a mudar sua vida e a forma com que enxerga o mundo em que vive. Boa jornada.
http://video.google.com/googleplayer.swf?docid=-239204330856039070&hl=pt-BR&fs=true
7 Comentários
Bruno
A Culpa é sua!
Tudo mostrado neste filme é culpa de cada ser humano na terra, a quantidade de seres humanos neste planeta esta acima do que permite que tenhamos compaixão com outras espécies. A unica saida eh a aniquilação de uma parte da raça humana, para retomar o equilibrio entre as especies, e assim podermos viver em harmonia. Nao há alimento suficiente, nem capacidade de produção neste planeta para alimentar 6 bilhoes de bocas humanas. O que nos resta eh esperar uma 3a guerra mundial que seja capaz de equilibrar tudo de novo, e de uma vez definitiva obrigar aos sobreviventes um amadurecimento de ideias e conceitos sobre a vida. Sem a eliminação de vidas humanas, o mundo nunca sera perfeito, e o que acontece neste filme sera sempre inevitavel para nossa sobrevivencia.
A Gata por um fio
tema para uma ótima reflexão…
Vanessa
??
[b]Tais[/b] posso responder sua pergunta?
“Além do mais, alimentar-se é um fim, e na questão colocada no video, qual seria a diferença entre plantas e animais?”
Resposta simples…SISTEMA NERVOSO,NEUROTRANSMISSORES(etc,etc,etc)estruturas que fazem com que assim como nós os animais sintam DOR…
[b]E quanto ao video é exelente…TODOS deveriam assitir e refletir sobrer ele,mas a maioria prefere apenas fechar os olhos…conveniente.[/b]
Rafael Reinehr
Biologia X Ética
Vanessa, se formos discutir com um botânico ele vai nos mostrar o sistema nervoso e até os equivalentes a neurotransmissores nos vegetais. Aí entraremos em uma discussão sem fim.
Sobre fechar os olhos para o vídeo, acho que a questão é um pouco mais complicada. Eu levei 5 anos entre o momento em que, pela primeira vez consegui me imaginar vegetariano até o momento em que parti pra ação e de fato tomei esta atitute, hoje praticamente irreversível.
Mudanças de tal monta, só podem ser feitas por humanos sob duas circunstâncias:
1 – Gigantesca força de vontade e determinação ou…
2 – Presença de um ambiente propício e que dê suporte às necessidades do novo vegetariano
É claro que quando as duas estão presentes, a chance de sucesso é maior. Entretanto, fora de comunidades fechadas, ainda hoje ditas alternativas, ou culturas como a hindu, é difícil conseguir suporte social para esta empreitada. Então, há que se ter de fato, consciência e determinação suficientes e, sem medo de parecer pouco humilde, isto é para poucos nos dias de hoje.
Além disso, este é um assunto que, justamente por não ser debatido na grande mídia, pode ser considerado “novo” para muitas pessoas. Acredito que 95% dos meus pacientes sequer imaginou, em qualquer momento da vida, deixar de comer carne. Elocubrar razões para isso muito menos.
Concordo com a Taís quanto à retirada de anmais da rua. Foi uma bela atitude que ela tomou.
Taís
😡
Tomei coragem!
Concordei com a maioria dos tópicos, ainda penso muito sobre alguns! Mas confesso que a relação homempets ainda me revolta mais.
Não concordo com a forma como são guiadas a maioria dos confinamentos de animais para o abate, mas penso sobre a quantidade de pessoas que ainda vivem com dependência deste mercado. Além do mais, alimentar-se é um fim, e na questão colocada no video, qual seria a diferença entre plantas e animais? Na pesquisa, bom, ai o problema é gritante e desesperador e poderia se passar o dia em questionamentos.
Mas quanto aos pets! Bom, eu mesma ja comprei um pet de criadores de animais (o q acho horrível), mas hoje, só terei pets que recolherei das ruas para dar muito melhores condições. Como o fiz recentemente, e a Latifah (minha gata) tem uma vida com saúde, carinho e segurança. Não admito pessoas que abandonam seus pets por motivo que seja.
Vou levar o vídeo para a aula de ética! Vai dar o que falar!
Bjs
bela figueiredo
‘terráqueos’ foi sessão de cinema e pauta, ontem, lá em casa. não vi o filme. é irreversível, dizem. ademais, aquele abraço.
Rafael Reinehr
Aos 6 anos de idade…
Imagino que, sem qualquer medo de parecer “agressivo às mentes em formação das pobres criancinhas”, se este filme fosse mostrado pela primeira vez aos 6 anos de idade para nossas crianças, talvez conseguissemos ter mais respeito para com outros terráqueos, outros animais e quem sabe até para com outros humanos.
Me lembro que, lá por aquela idade, em um dia negro da minha vida, matei uma galinha a pedradas, no galinheiro de minha tia-avó. Um ato de crueldade gigantesca, feito pelo simples prazer de matar a indefesa ave. Nunca mais fiz isso, é verdade. O remorso foi suficiente, no meu caso, para dar cabo a este sentimento de agressividade. Mas e nos casos em que ele não é?
Será que ver o sofrimento (tão grande) de outros animais não ajudaria a termos um pouco mais de consideração por estes coabitantes do nosso planeta?